Virtudes Católicas
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Caminhos Verdadeiros e Falsos para a Felicidade - XXIII
Despertando o 'Rugido' dos Absolutos no Homem
Absolutos? Se Deus é o Absoluto, não é inapropriado usar o plural quando se fala de absolutos? Se Deus é um, o Absoluto também é um.
Aqui é usado como uma analogia. Os absolutos, na concepção aqui adotada, são, por assim dizer, imitações do Absoluto que é Deus. Seres relativos compõem uma enorme gradação no universo. Cada grau superior na escala da Criação, comparado ao inferior, é como uma imitação do Absoluto. Portanto, para chegar ao Absoluto (com letra maiúscula) que é Deus, pode-se separar em cada grau o que tem de relativo e o que tem que imita o absoluto (com minúscula).
Voltemos ao exemplo do fogo. O fogo é obviamente algo relativo, não o Absoluto. O calor é outro parente. Mas o calor é produzido pelo fogo. Por isso, uma vez estabelecida a relação entre fogo e calor, o fogo – que é relativo – é, por assim dizer, um absoluto em relação ao calor.
Há um ditado que diz que nem tudo que se parece é idêntico, o que é verdade. Mas o que parece assemelha-se à coisa a que parece semelhante. Portanto, o relativo se assemelha ao absoluto.
Essa semelhança é a solução para o problema que é objeto deste estudo: como contemplar o universo? Pois assim como, considerando a chama pintada, podemos vislumbrar o que é uma chama real, ao contemplar as criaturas pode-se chegar à ideia do Criador.
Se assim é, o objeto dessa busca do absoluto é ilimitado: vai do mais alto – o nível mais sublime de um universo eminentemente hierárquico – ao grão de poeira, passando pela natureza, arte, cores, sons, pessoas, sociedade. Aplica-se ao religioso e ao profano; aos grandes e aos pequenos.
O que está no fundo da cabeça de uma pessoa bem formada é que, através de tudo que ela sabe, ela deve chegar ao absoluto. É como um certo licor cuja melhor parte está no fundo da garrafa: você não beberá o melhor se apenas provar a superfície. O mesmo vale para toda a realidade ao nosso redor.
O absoluto é o ponto final de tudo que tem qualidade. É o padrão pelo qual todas as outras coisas são medidas.
O Primeiro Mandamento e a busca do absoluto
Verdadeiros absolutos podem ser encontrados nas virtudes, divinamente resumidas nos Dez Mandamentos. Estes não têm o mesmo valor, mas são indicados em ordem de importância. Aqueles que dizem respeito a Deus (os três primeiros) são incomensuravelmente mais importantes do que aqueles que dizem respeito ao homem. Além disso, os primeiros Três Mandamentos do Decálogo condicionam a prática dos demais – especialmente o Primeiro, que é o rei de todos os outros Mandamentos.
Quem ama verdadeiramente a Deus guarda os outros mandamentos. Perfeição, integridade, duração, solidez na prática dos demais Mandamentos dependem do Primeiro Mandamento: o amor a Deus.
Por outro lado, o ensinamento atual sobre o Primeiro Mandamento, que era correto na Igreja pré-conciliar, nas circunstâncias de nosso tempo, exige que insistamos em alguns pontos particulares. É especialmente necessário insistir na busca do absoluto. Essa busca faz parte do que poderia ser chamado de escola do amor de Deus.
Não é apenas o amor a Deus como se aprende na aula de catecismo – o amor ao Deus invisível, que certamente é o principal – mas também é indispensável ter amor pelas coisas visíveis que estão de acordo com Deus. Da mesma forma, devemos odiar as coisas que seguem o caminho do erro, do pecado e do mal.
Sabendo que uma pérola obviamente não é Deus, podemos, no entanto, saber como Ele é imaginando as qualidades daquele que criou a pérola, da mesma forma que através de uma obra de arte se pode conjecturar como é a alma do artista.
Somente Deus – o Deus transcendente, o Deus pessoal, o Deus da teologia Católica, dos Papas, dos teólogos, de São Tomás de Aquino – é Absoluto. Todos os outros seres são relativos e contingentes. Mas um ser no degrau superior que imita o absoluto, em comparação com outro no degrau inferior, está mais próximo do absoluto.
Assim, a contemplação sacral nos convida a ver, por trás dos mais variados seres, o Absoluto que a pessoa ou coisa imita. E, dessa forma, nos permite chegar a Deus.
O igualitarismo rejeita o absoluto
O uso adequado do simbolismo nos leva ao absoluto. Quando conhecemos o absoluto, conhecemos algo que amamos, que nos transcende infinita e completamente, diante do qual tomamos uma atitude de vassalagem.
O espírito que ama o absoluto é propenso a amar todas as coisas que estão em ordem de vassalagem. Ao contrário, o espírito que não gosta do absoluto odeia a vassalagem. Por isso, o igualitarismo rejeita o simbolismo e, sobretudo, o absoluto. Quem tem espírito hierárquico está aberto ao simbolismo e ao absoluto.
Em todas as coisas onde há vários símbolos representados, várias analogias são possíveis. Aquilo que tem maior plenitude de representação do Absoluto é como o rei dessa semelhança em relação aos demais. É uma espécie de quintessência de tudo o mais.
Por exemplo, pode-se dizer que em uma sala do trono existem vários elementos que simbolizam a realeza. O trono, porém, é o que mais se assemelha a ele, sendo, portanto, o “rei” da sala.
Despertando o 'rugido do absoluto'
O estudo do absoluto, do simbolismo, do papel da arte e da cultura pode sugerir que o sistema de pensamento aqui descrito não visa gerar certezas, mas apenas sensações. Nada poderia ser mais falso! Tanto em nossa vida de pensamento, quanto na de ação, a busca do Absoluto nos ajuda fortemente a nos realizarmos e a desenvolvermos aquelas certezas sólidas que nascem da junção do conhecimento e do amor a Deus.
No homem quebrantado de hoje, é preciso despertar, por meio de figuras, discursos, comentários e explicações, o amor pelo Absoluto.
Continua
Aqui é usado como uma analogia. Os absolutos, na concepção aqui adotada, são, por assim dizer, imitações do Absoluto que é Deus. Seres relativos compõem uma enorme gradação no universo. Cada grau superior na escala da Criação, comparado ao inferior, é como uma imitação do Absoluto. Portanto, para chegar ao Absoluto (com letra maiúscula) que é Deus, pode-se separar em cada grau o que tem de relativo e o que tem que imita o absoluto (com minúscula).
O fogo da vela leva a considerar a absoluta Luz do Mundo
Há um ditado que diz que nem tudo que se parece é idêntico, o que é verdade. Mas o que parece assemelha-se à coisa a que parece semelhante. Portanto, o relativo se assemelha ao absoluto.
Essa semelhança é a solução para o problema que é objeto deste estudo: como contemplar o universo? Pois assim como, considerando a chama pintada, podemos vislumbrar o que é uma chama real, ao contemplar as criaturas pode-se chegar à ideia do Criador.
Se assim é, o objeto dessa busca do absoluto é ilimitado: vai do mais alto – o nível mais sublime de um universo eminentemente hierárquico – ao grão de poeira, passando pela natureza, arte, cores, sons, pessoas, sociedade. Aplica-se ao religioso e ao profano; aos grandes e aos pequenos.
O que está no fundo da cabeça de uma pessoa bem formada é que, através de tudo que ela sabe, ela deve chegar ao absoluto. É como um certo licor cuja melhor parte está no fundo da garrafa: você não beberá o melhor se apenas provar a superfície. O mesmo vale para toda a realidade ao nosso redor.
O absoluto é o ponto final de tudo que tem qualidade. É o padrão pelo qual todas as outras coisas são medidas.
O Primeiro Mandamento e a busca do absoluto
Verdadeiros absolutos podem ser encontrados nas virtudes, divinamente resumidas nos Dez Mandamentos. Estes não têm o mesmo valor, mas são indicados em ordem de importância. Aqueles que dizem respeito a Deus (os três primeiros) são incomensuravelmente mais importantes do que aqueles que dizem respeito ao homem. Além disso, os primeiros Três Mandamentos do Decálogo condicionam a prática dos demais – especialmente o Primeiro, que é o rei de todos os outros Mandamentos.
Quem ama verdadeiramente a Deus guarda os outros mandamentos. Perfeição, integridade, duração, solidez na prática dos demais Mandamentos dependem do Primeiro Mandamento: o amor a Deus.
Buscando o absoluto nas joias da Coroa Imperial ou na pureza da neve brilhante enquanto o sol se põe
Não é apenas o amor a Deus como se aprende na aula de catecismo – o amor ao Deus invisível, que certamente é o principal – mas também é indispensável ter amor pelas coisas visíveis que estão de acordo com Deus. Da mesma forma, devemos odiar as coisas que seguem o caminho do erro, do pecado e do mal.
Sabendo que uma pérola obviamente não é Deus, podemos, no entanto, saber como Ele é imaginando as qualidades daquele que criou a pérola, da mesma forma que através de uma obra de arte se pode conjecturar como é a alma do artista.
Somente Deus – o Deus transcendente, o Deus pessoal, o Deus da teologia Católica, dos Papas, dos teólogos, de São Tomás de Aquino – é Absoluto. Todos os outros seres são relativos e contingentes. Mas um ser no degrau superior que imita o absoluto, em comparação com outro no degrau inferior, está mais próximo do absoluto.
Assim, a contemplação sacral nos convida a ver, por trás dos mais variados seres, o Absoluto que a pessoa ou coisa imita. E, dessa forma, nos permite chegar a Deus.
O igualitarismo rejeita o absoluto
O uso adequado do simbolismo nos leva ao absoluto. Quando conhecemos o absoluto, conhecemos algo que amamos, que nos transcende infinita e completamente, diante do qual tomamos uma atitude de vassalagem.
A sala do trono no Palácio de Fontainebleau
Em todas as coisas onde há vários símbolos representados, várias analogias são possíveis. Aquilo que tem maior plenitude de representação do Absoluto é como o rei dessa semelhança em relação aos demais. É uma espécie de quintessência de tudo o mais.
Por exemplo, pode-se dizer que em uma sala do trono existem vários elementos que simbolizam a realeza. O trono, porém, é o que mais se assemelha a ele, sendo, portanto, o “rei” da sala.
Despertando o 'rugido do absoluto'
O estudo do absoluto, do simbolismo, do papel da arte e da cultura pode sugerir que o sistema de pensamento aqui descrito não visa gerar certezas, mas apenas sensações. Nada poderia ser mais falso! Tanto em nossa vida de pensamento, quanto na de ação, a busca do Absoluto nos ajuda fortemente a nos realizarmos e a desenvolvermos aquelas certezas sólidas que nascem da junção do conhecimento e do amor a Deus.
No homem quebrantado de hoje, é preciso despertar, por meio de figuras, discursos, comentários e explicações, o amor pelo Absoluto.
O esplendor ou corte no concerto em 1760 para o
casamento do Imperador José II e Isabel de Parma
Postado em 24 de outubro de 2022
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