Virtudes Católicas
A Sede de Almas - I
Pressuposições para entender a sede de almas
Do alto da Cruz, Nosso Senhor Jesus Cristo disse, "Sitio" (Jo 19,28). Ele tinha sede. E os comentadores concordam que esta sede não era apenas uma sede física causada pela grande efusão de sangue, mas era sobretudo a sede de almas que Ele tinha.
Menções à sede também podem ser encontradas em outras passagens das Escrituras. Em certa ocasião, Nosso Senhor fala daqueles que têm fome e sede de justiça: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados." (Mt 5,6)
Podemos dizer que a alma tem sede de Nosso Senhor, como no Salmo: "Assim como a cerva suspira pelas fontes das águas, assim a minha alma suspira por ti, ó Deus." (Sl 41,2). Esta menção simbólica inspirou a arte e explica por que frequentemente vemos dois cervos bebendo em uma fonte em símbolos Eucarísticos. Essa sede é, evidentemente, aquela que a alma tem de Deus. O desejo que temos de comungar, a saudade eucarística que sentimos quando não podemos comungar, é exatamente essa sede.
Existem, então, três tipos de sede que podemos distinguir:
Obviamente, é uma sede inefável da parte de Deus, que não precisa de ninguém, que é perfeito, que se basta a si mesmo e que deseja condescender em ter sede de nós. A sede dos homens por Deus é muito menor, exceto nos santos mais ardentes. Depois, há uma sede que o apóstolo tem pelas almas com as quais está ajudando a se converter ou a crescer no caminho da virtude.
Quais são as características e razões que explicam esta última sede? O que é afinal esta sede e como atua nas almas?
Este assunto é muito importante para que possamos nos perguntar:
Possíveis posições a serem tomadas diante das almas
Tenho a impressão de que existem dois tipos de almas: há algumas que têm sede de almas e outras que têm sede de vantagens.
Estes, propriamente falando, não têm sede de almas. Passam a vida mais ou menos indiferentes às outras almas, desejando apenas ter vantagens, que naturalmente podem ser de diversos tipos: vantagens de saúde, conforto, prestígio, popularidade ou de qualquer outro tipo.
Uma forma desse utilitarismo é uma alma que gosta da companhia ou do convívio do outro por causa do instinto de sociabilidade, que impõe a necessidade de estar com os outros. Outra forma é o desejo sentimental, o gosto de ser adorado pelo outro. Mas nenhum destes constitui a sede de almas. São modos utilitários voltados para o próprio benefício.
Deixe-me observar aqui que o desejo de ser adorado pelos outros, o desejo de desfrutar de um relacionamento com outra alma, ainda representa uma forma menos vil do que um egoísmo puramente utilitário: "Eu tenho o que quero. Estou bem; tenho minha casa, meus bens, meu corpo bem cuidado; ouço música que agrada meus ouvidos e tenho no prato comida que deleita meu paladar. Tenho meus criados/empregados que cumprem minhas ordens; não preciso por qualquer coisa ou qualquer outra pessoa na minha vida."
Esta é uma forma muito vil de utilitarismo voltado apenas para o corpo e que obviamente é muito inferior a outros voltados para a alma, embora estes últimos também estejam errados.
Existem muitos modos de ser – do passado e do presente – que mostram que historicamente estamos descendo do utilitarismo espiritual para um utilitarismo material. Antigamente, por exemplo, na vida familiar havia um gozo das relações de alma muito intenso e até constituía o fim principal da vida familiar.
Hoje, essa relação está se tornando cada vez menos intensa entre os familiares. Pelo contrário, a troca de vantagens práticas está cada vez mais no centro das relações familiares. Ou seja, a família está passando do espírito para a matéria.
Atrações românticas
Como é uma atração romântica, a necessidade romântica de uma alma por outra, semelhante e diferente da sede de almas? Como exatamente surge essa sede de almas? Como alguém pode tê-la?
Os senhores veem que estamos nos movendo para uma zona cheia de imponderáveis que podem facilmente parecer um tanto bizantinos.
Quanto à distinção entre uma verdadeira sede de almas e a necessidade romântica das almas de viverem juntas, de serem adoradas, etc., devemos considerar a existência de três categorias:
Continua
Menções à sede também podem ser encontradas em outras passagens das Escrituras. Em certa ocasião, Nosso Senhor fala daqueles que têm fome e sede de justiça: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados." (Mt 5,6)
Podemos dizer que a alma tem sede de Nosso Senhor, como no Salmo: "Assim como a cerva suspira pelas fontes das águas, assim a minha alma suspira por ti, ó Deus." (Sl 41,2). Esta menção simbólica inspirou a arte e explica por que frequentemente vemos dois cervos bebendo em uma fonte em símbolos Eucarísticos. Essa sede é, evidentemente, aquela que a alma tem de Deus. O desejo que temos de comungar, a saudade eucarística que sentimos quando não podemos comungar, é exatamente essa sede.
Existem, então, três tipos de sede que podemos distinguir:
- A sede que Deus tem pelas almas;
- A sede que temos de Deus;
- A sede que devemos ter pelas almas dos outros.
Do alto da Cruz Nosso Senhor disse 'tenho sede'
Obviamente, é uma sede inefável da parte de Deus, que não precisa de ninguém, que é perfeito, que se basta a si mesmo e que deseja condescender em ter sede de nós. A sede dos homens por Deus é muito menor, exceto nos santos mais ardentes. Depois, há uma sede que o apóstolo tem pelas almas com as quais está ajudando a se converter ou a crescer no caminho da virtude.
Quais são as características e razões que explicam esta última sede? O que é afinal esta sede e como atua nas almas?
Este assunto é muito importante para que possamos nos perguntar:
- Até que ponto temos esta sede de almas?
- O que devemos fazer para que ela cresça em nós?
- Quais são os fatores que podem aumentar ou diminuir essa sede em nós?
Possíveis posições a serem tomadas diante das almas
Tenho a impressão de que existem dois tipos de almas: há algumas que têm sede de almas e outras que têm sede de vantagens.
Estes, propriamente falando, não têm sede de almas. Passam a vida mais ou menos indiferentes às outras almas, desejando apenas ter vantagens, que naturalmente podem ser de diversos tipos: vantagens de saúde, conforto, prestígio, popularidade ou de qualquer outro tipo.
A boa mentalidade da vida: um jeito materialista de ser
Deixe-me observar aqui que o desejo de ser adorado pelos outros, o desejo de desfrutar de um relacionamento com outra alma, ainda representa uma forma menos vil do que um egoísmo puramente utilitário: "Eu tenho o que quero. Estou bem; tenho minha casa, meus bens, meu corpo bem cuidado; ouço música que agrada meus ouvidos e tenho no prato comida que deleita meu paladar. Tenho meus criados/empregados que cumprem minhas ordens; não preciso por qualquer coisa ou qualquer outra pessoa na minha vida."
Esta é uma forma muito vil de utilitarismo voltado apenas para o corpo e que obviamente é muito inferior a outros voltados para a alma, embora estes últimos também estejam errados.
A calorosa vida familiar do passado é estranha a muitas famílias modernas, cada uma presa em seu próprio mundo
Hoje, essa relação está se tornando cada vez menos intensa entre os familiares. Pelo contrário, a troca de vantagens práticas está cada vez mais no centro das relações familiares. Ou seja, a família está passando do espírito para a matéria.
Atrações românticas
Como é uma atração romântica, a necessidade romântica de uma alma por outra, semelhante e diferente da sede de almas? Como exatamente surge essa sede de almas? Como alguém pode tê-la?
Os senhores veem que estamos nos movendo para uma zona cheia de imponderáveis que podem facilmente parecer um tanto bizantinos.
Quanto à distinção entre uma verdadeira sede de almas e a necessidade romântica das almas de viverem juntas, de serem adoradas, etc., devemos considerar a existência de três categorias:
- Aqueles que têm necessidade de vantagens meramente materiais;
- Os que têm necessidade de um relacionamento de almas, mas interessado;
- Aqueles que têm uma sede desinteressada de almas.
Continua
Postado em 24 de abril de 2023