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NOTÍCIAS: 19 de maio de 2021 (publicada em inglês a 31 de março de 2021)
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Atila Sinke Guimarães
NOSSA SENHORA É CO-REDENTORA e MEDIANEIRA UNIVERSAL - Na Audiência de 24 de março de 2021, o Papa Francisco ousadamente afirmou que Nossa Senhora não era Co-Redentora da humanidade e Medianeira Universal das graças. (1) Suas palavras seguem:
  • "Cristo é o Mediador, a ponte que atravessamos para nos voltarmos ao Pai. Ele é o único Redentor: não há co-redentores com Cristo. Ele é o único. Ele é o Mediador por excelência. Ele é o Mediador. … Jesus Cristo: o único Mediador entre Deus e a humanidade. ...

    Francis delivering speech on Mary Mediator

    Francisco no Vaticano negando os papéis de Co-Redentora e Medianeira de Nossa Senhora

    "Da única mediação de Cristo, outras referências que os Cristãos encontram para a sua oração e devoção ganham sentido e valor; a primeira de todas é a que se dirige à Virgem Maria, a Mãe de Jesus."

  • "Ela [Maria] aponta para o Mediador: ela é a Odigitria [aquela que mostra o caminho]… a tal ponto que podemos dizer que ela é mais discípula do que Mãe. As orientações que ela deu nas bodas de Caná: 'Faça o que Ele lhe disser.' Ela sempre se refere a Cristo. Ela é a primeira discípula."

  • "Este é o papel que Maria desempenhou ao longo da sua vida terrena e que conserva para sempre: ser a humilde serva do Senhor, nada mais."

  • "Mesmo a primeira antífona Latina – sub tuum praesidium confugimus, sancta Dei Genetrix: a Nossa Senhora que nos protege, como Mãe, a quem Jesus nos confiou, cobre todos nós; mas como Mãe, não como deusa, não como co-redentora: como Mãe."

  • "Mas é preciso ter cuidado: as belas coisas que a Igreja e os Santos dizem de Maria não subtraem nada da única Redenção de Cristo. Ele é o único Redentor. São expressões de amor como a de um filho por sua mãe - algumas são exageradas."
Não concordo com essas afirmações por dois motivos: primeiro, porque não está claro o que Francisco entende sobre a Redenção; em segundo lugar, porque ambas as suas negações - Nossa Senhora não é a Co-Redentora e a Medianeira Universal - opõem-se abertamente à doutrina Católica. Abordarei cada motivo separadamente.

1. Conceito progressista de pecado original e redenção

Se considerarmos que o Papa Bergoglio é um adepto da evolução universal, percebemos que ele não considera que Adão foi criado perfeito. Em vez disso, Adão era um homem primitivo que lenta e confusamente se tornou consciente de si mesmo. Assim, este Papa foi citado como afirmando que a doutrina ensinada pela Igreja sobre Adão e Eva é fictícia. Consequentemente, Francisco não acredita no pecado original.

Adam according to evolution

Os progressistas acreditam que Adão era um homem primitivo incapaz de assumir total responsabilidade por suas ações

Agora então, de acordo com a Igreja Católica, a Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo era fazer a retribuição pela culpa de Adão. Mas como o Progressismo - que conta com Francisco e todos os Papas pós-Conciliares em suas fileiras - não acredita no pecado original, a redenção por ele não é um ato negativo de pagar a dívida da humanidade, mas um ato positivo: Assim como Adão foi o primeiro macaco a se tornar homem, assim também foi Cristo o primeiro homem a se tornar deus. A Encarnação representou um novo salto qualitativo no processo evolutivo. Isso é a redenção para o Progressismo.

Portanto, se de fato Francisco fez essas declarações sobre o pecado original, estamos lidando aqui com dois conceitos opostos de redenção.

Se levarmos a sério as declarações que Francisco teria feito ao jornalista Eugenio Scalfari afirmando que Jesus Cristo não é Deus, então seu conceito de redenção ficaria ainda mais afastado da doutrina Católica…

2. Cinco Papas se opõem a Francisco

Irei abordar os dois títulos de Nossa Senhora - Co-Redentora e Medianeira - atacados pelo Papa Bergoglio.

Nós lemos - no último ponto de sua alocução citada acima - que Francisco criticou os títulos de Nossa Senhora, bem como as defesas feitas pelos Santos deles como "exageros filiais." - Como disse, não concordo. No entanto, para provar minha oposição, não citarei os muitos santos que afirmaram esses títulos. Citarei apenas Papas, que têm pelo menos a mesma autoridade de Francisco e que dizem exatamente o contrário do que ele declara. Citarei documentos de cinco Papas pré-Conciliares. (2)

A. O papel de Co-Redentora

a. Leão XIII
  • "E verdadeiramente a Virgem Imaculada, pré-escolhida para ser Mãe de Deus e por isso feita Co-Redentora do gênero humano, tem um poder e uma graça diante de seu Filho que é maior do que qualquer criatura - seja humana ou angelical - foi ou jamais poderá obter." (Encíclica Supremi apostolatus, § 2, pp. 67-68)

  • "A Santíssima Virgem é Mãe de Deus, mas também é mãe de todos os Cristãos que gerou no Monte Calvário, no sofrimento infinito do Redentor; do mesmo modo, Jesus Cristo é, de certo modo, o primogênito dos Cristãos, que por adoção e redenção, são Seus irmãos." (Encíclica Quamquam pluries, § 3, p. 117)

  • "Quando ela se ofereceu a Deus como sua escrava, para se tornar ainda mais sua mãe, e quando no Templo ela se consagrou inteiramente a Ele junto com seu Filho, por causa desses dois fatos, ela se tornou participante da dolorosa expiação de Cristo, em benefício da raça humana." (Encíclica Iucunda semper, § 3, p. 205)

  • "Enquanto contemplamos no último e mais comovente destes mistérios, estava junto a Cruz de Jesus Sua Mãe, que, movida por um amor intenso por nós para que nos pudesse ter como filhos ofereceu generosamente à Justiça Divina o seu Filho, e com Ele morreu em seu coração, traspassado pela espada da dor." (Ibid., p. 207.)

  • Co-Redentora e Medianeira: "Do alto, segundo o desígnio de Deus, ela zela pela Igreja, auxiliando-a e protegendo-a como mãe; para que depois de ser cooperadora na Redenção humana, ela também se tornasse, através do ilimitado poder que lhe foi conferido, dispensadora das graças que sempre brotam da Redenção." (Encíclica Adjutricem populi, § 7, p. 223)
b. São Pio X
    Co-Redentora e Medianeira: "Além disso, à Santíssima Mãe de Deus não se deve apenas a honra de ter fornecido a matéria de Sua carne ao Filho Unigênito de Deus, que havia de nascer com membros humanos, para que fosse a Vítima para a salvação dos homens; mas também era dela o papel de proteger e nutrir essa Vítima e, no tempo determinado, apresentá-la ao sacrifício.

    "Disto surgiu aquela unidade ininterrupta de vida e dores da Mãe e do Filho, para que em ambos de maneira igual as palavras do Profeta possam ser aplicadas: 'Minha alma se consome em tristeza e meus anos em gemidos.'
    (Sl 30:11)

    Stabat Mater

    Ao preparar a Vítima para o sacrifício e consentir com isso, Maria é devidamente chamada de Co-Redentora

    "E quando veio a hora suprema do Filho, aos pés da Cruz de Cristo estava Sua Mãe, não apenas absorvida na contemplação do espetáculo cruel, mas regozijando-se por seu Filho Único ter sido oferecido para a salvação da humanidade; e ela participou em sua paixão tão inteiramente que, se fosse possível, ela teria de bom grado suportar todos os tormentos que seu Filho suportou.

    "Por esta comunhão de vontade e sofrimento entre Maria e Cristo, ela mereceu tornar-se a Reparadora da humanidade perdida e, portanto, a Dispensadora de todos os dons que Nosso Salvador comprou para nós com Sua Morte e Seu Sangue.

    "Não se pode negar, é claro, que a distribuição de tais dons é um direito próprio e particular de Jesus Cristo, pois eles foram adquiridos para nós somente em Sua morte e por Seu poder Ele é o Mediador entre Deus e os homens. No entanto, por esta mencionada comunalidade de dor e aflição entre Mãe e Filho, foi dado à Augusta Virgem o papel de ser a mais poderosa Medianeira e Advogada de todo o mundo diante de seu Filho Unigênito." (Encíclica Ad diem illud, §§ 12-13, p. 313)
B. O papel de Medianeira

a. Pio IX
  • "Assim repousamos a nossa mais confiante esperança na Santíssima Virgem, que toda formosa e imaculada esmagou a cabeça venenosa da mais cruel serpente e trouxe a salvação ao mundo; nela que está a glória dos Profetas e Apóstolos, a honra dos Mártires, coroa e alegria de todos os Santos, o refúgio mais seguro e a mais fiel auxiliadora de todos os que estão em perigo, nela que é a mais poderosa Medianeira e Conciliadora do mundo diante de seu Filho Unigênito, a mais resplandecente glória e ornamento da Igreja e sua fortaleza mais inexpugnável. Reafirmamos nossa esperança naquela que sempre destruiu todas as heresias, salvou o povo fiel dos males mais graves de todos os tipos." (Carta Apostólica Ineffabilis Deus, § 31, p. 55)

  • "E uma vez que ela foi designada por Deus para ser a Rainha do Céu e da Terra e é exaltada acima de todos os coros de Anjos e todas as classes de Santos, ela se senta à direita de seu Filho Unigênito, Nosso Senhor Jesus Cristo, e com suas orações maternas mais poderosas ela implora. O que ela pede, ela obtém. Seus apelos nunca podem ser ignorados." (Ibid., § 32, p. 7)
b. Leão XIII
  • "Ela [a grande Mãe de Deus, a Virgem Maria], na verdade a Mediadora diante de Deus da nossa paz e Distribuidora das graças celestiais, está assentada no Céu no trono mais alto de poder e glória para que possa conceder seu patrocínio aos homens, que, através de tantos trabalhos e lutas, estão se esforçando para alcançar essa pátria celestial." (Encíclica Supremi apostolatus, § 1, p. 67)


  • Mary Mediatrix of all graces

    Cristo estabeleceu Nossa Senhora como Rainha do Céu e da Terra e a fez Medianeira universal de todas as graças

  • "Consequentemente, podemos com toda a verdade e rigor afirmar que, pela vontade de Deus, nada pode ser comunicado do imenso tesouro de graças recolhidas por Cristo - pois sabemos que 'a glória e a verdade vieram de Jesus Cristo' - é se não por Maria. Assim, como nenhum homem pode aproximar-se do Pai Eterno senão pelo Filho, também nenhum homem pode aproximar-se de Cristo senão por sua Mãe." (Encíclica Octobre mense, § 4, pp.135-137)

  • "Nosso recurso suplicante ao patrocínio de Maria se baseia em seu papel de Medianeira da graça divina: o ofício que ela – muito agradável a Deus por sua dignidade e méritos e superando em poder todos os Anjos e Santos – exerce continuamente por nós diante do trono do Altíssimo." (Encíclica Iucunda semper, § 2, p. 205)

  • "Então, depois de invocar o Pai com a mais nobre das orações, nossa voz suplicante passa do trono de Sua Majestade a Maria. Assim se confirma aquela mencionada lei de sua misericordiosa mediação e intercessão, expressa por São Bernardino de Sena com estas palavras: 'Toda graça dispensada nesta terra passa por três ordens sucessivas. De Deus é comunicada a Cristo, de Cristo à Virgem e da Virgem a nós.'" (Ibid., § 5, p. 207)
c. Pio XI
    • "Ele [Deus] que fez os povos e as nações para a saúde (Sab 1.14) sem dúvida não deixará perecer aqueles que redimiu com o seu sangue precioso, nem jamais abandonará a sua Igreja. Mas, antes … nós devemos suplicar a Deus pela mediação da Santíssima Virgem, tão querida a Ele, pois, para usar as palavras de São Bernardo, 'tal é a vontade de Deus, que desejou que todas as coisas tivéssemos por meio de Maria.'" (Encíclica Ingravescentibus malis, § 8, p. 417)
d. Pius XII
  • "Portanto, como afirma Bernardo 'Tal é a vontade de Deus, que desejou que todas as coisas tivéssemos por meio de Maria,' todos devem recorrer a Maria: repousem sobre seu altar suas petições, suas lágrimas, suas dores e pedirem seu consolo e conforto. … A Santíssima Virgem é de fato tão poderosa diante de Deus e de seu Filho unigênito que, como canta [Dante] Alighieri: 'Aquele que busca a graça sem recorrer a vós [Nossa Senhora], teria seu desejo voando para cima sem asas.'" (Carta Superiore Anno, April 15, 1940, § 3, p. 439)

  • "Temos outra razão de confiança e esperança. Diante do trono do Altíssimo temos a Benigna Mãe de Deus e nossa Mãe, que, por sua poderosa intercessão, pode seguramente pedir a Ele tudo por nós." (Carta Quamvis plane, April 20, 1941, § 3, p. 445)

  • "Bendito seja o Senhor Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da misericórdia e o Deus de todas as consolações, que nos consola em todas as nossas tribulações. E com o Senhor seja também bendita aquela que Ele designou como Mãe da misericórdia, Rainha e nossa querida Advogada, Medianeira das Suas graças, Distribuidora dos Seus tesouros! (Radio-mensagem Bendito seja o Senhor, May 13, 1946, § 1, p. 514)

  • "Que ela, que nos deu Jesus… ela que é a nossa Mãe benigna e que perante todos os perigos sempre se mostrou a nossa poderosa auxiliadora e mediadora de graças, nos obtenha isso, mesmo entre as mais dolorosas angústias que enfrentamos, uma solução justa para as contendas e para que uma paz firme e livre possa finalmente nascer resplandecente para a Igreja e para todas as nações." (Encíclica Auspicia quaedam, § 10, p. 573)
Esta majestosa lista de textos pontifícios demonstra, sem qualquer possibilidade de dúvida, que o Papa Francisco se engana profundamente quando pretende enterrar essas duas verdades Católicas há muito ensinadas: Nossa Senhora é Co-Redentora e Medianeira Universal de todas as graças.

Atacando essas verdades, ele mais uma vez revela suas cores. É um camaleão que exibe todas as cores da Revolução: neste discurso mostra o seu tom Protestante, com Fratelli tutti mostrou a sua tonalidade Maçônica negra, com Querida Amazonia mostrou a sua tonalidade Tribalista verde, com Evangelii gaudium mostrou a sua alma Comunista vermelha, etc. A única coisa que ele nunca mostra é uma mente Católica.

Pachamama at St. Peter's Basilica

Francisco homenageando Pachamama em frente ao Altar da Confissão na Basílica de São Pedro

Não posso terminar este longo artigo - decidi deliberadamente apresentar muitos textos papais para colocar esta questão de lado - sem uma palavra sobre um detalhe. Nesse documento, Francisco escreveu que Nossa Senhora não é "deusa." Foi uma explosão de seu ódio pela antiga devoção mariana. Foi a maneira que Bergoglio encontrou para dizer que, se a Igreja considerasse Nossa Senhora a Co-Redentora e a Medianeira Universal, Maria se transformaria em deusa.

Com esta implicação, ele ofendeu gravemente Nossa Senhora. Mas, ele deve ter cuidado para que ninguém ofenda Nossa Senhora sem incorrer na ira de Deus ...

Há uma virada irônica na seguinte contradição flagrante: Há algum tempo o mesmo Francisco colocou uma deusa pagã real - a Pachamama - em frente ao Altar da Confissão na Basílica de São Pedro e prestou uma homenagem religiosa a ela como se fosse uma deusa real. Agora, ele coloca os títulos tradicionais de Nossa Senhora como se eles a tivessem elevado a uma posição de deusa. Vemos que o mesmo Papa progressista que odeia a devoção autêntica a Nossa Senhora é cheio de compreensão pelos ídolos do Diabo.

  1. Estou transcrevendo e traduzindo o texto original em Italiano do L'Osservatore Romano (24 de março de 2021, p. 8);
  2. Todos os documentos papais citados aqui foram retirados do Le Encicliche Mariane (Roma: Angelo Belardetti Editore, 1950, 672 pp.; Edição bilíngüe Latino-Italiana), sob a direção de Mons. Amleto Tondini com prefácio do Card. Massimo Massini. Estou traduzindo do Italiano original e indicando as páginas de cada texto, após os parágrafos.