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Virtudes Católicas
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O Dever de Lutar - 2

A guerra que Jesus Cristo veio trazer

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
Tendo apresentado o pressuposto da guerra que deve ser travada contra o mundo, a carne e o demônio, passo agora ao texto de Santo Inácio: “Considere a guerra que Jesus Cristo veio trazer do Céu à terra.”

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Não vim trazer a paz, mas a espada (Mt 10,34)

As palavras são chocantes, porque as pessoas estão acostumadas a pensar que Nosso Senhor Jesus Cristo veio trazer a paz. No entanto, Santo Inácio inicia sua meditação com toda naturalidade dizendo: “Considere a guerra que Jesus Cristo veio trazer do céu para a terra.”

Como isso é diferente do pacifismo que permeia o mundo contemporâneo! Que meditação esplêndida, por exemplo, para a véspera de Natal: Nosso Senhor Jesus Cristo aparece na Terra, Ele veio como um guerreiro para trazer a guerra!

E a citação para confirmar sua afirmação é impecável: "Non veni pacem mittere, sed gladium" (Eu não vim trazer a paz, mas a espada. Mt 10,34) São palavras que Nosso Senhor usou para se descrever. Com isso, não há como escapar. Pois se ele não veio trazer a paz, mas a espada, então Ele veio para trazer guerra à Terra.

Assim começa a meditação, com toda naturalidade inaciana, tomando como fato, como pressuposto, a declaração de guerra: "Jesus Cristo veio trazer a guerra à Terra."

Nosso Senhor quer a guerra contra nossos inimigos

Agora, o segundo ponto “Considere, então, que Ele, convocando todos os homens, e você entre eles, declara que Sua resolução é fazer guerra contra Seus inimigos - e nossos inimigos: o mundo, a carne e o demônio.”

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Uma boa meditação: imaginando Cristo em Belém dando a ordem para lutar

Imagine, por exemplo, Nosso Senhor Jesus Cristo verdadeiramente presente como está na Eucaristia, mas de uma forma viva e sensata, dizendo-nos: “Há certos inimigos que são meus inimigos: o mundo, o demônio e a carne. Não só os meus inimigos, mas também os inimigos de cada um de vós, porque querem arrancar-vos do céu e lançar-vos no inferno. Venho fazer-vos esta proposta: façamos guerra a estes inimigos comuns.”

Observe a diferença entre Sua conduta e a dos governos terrenos. Estes apelam à guerra contra o inimigo do Estado – no tempo de Santo Inácio seria o inimigo do Rei – que às vezes pode não ser inimigo dos particulares.

Por exemplo, os inimigos que Hitler atacou não eram inimigos dos alemães; eram pessoas que ele atacava para satisfazer sua megalomania. Com Nosso Senhor Jesus Cristo é diferente: Ele nos lidera no ataque contra nossos piores inimigos, que desejam para nós o pior dos males – neste caso, o comunismo e o progressismo.

Nosso Senhor Jesus Cristo aparece em toda a Sua perfeição e nos diz: “Aqui está o comunismo, aqui está o progressismo: eu os chamo à guerra contra esses inimigos.”

Nosso Senhor impõe condições

Estas são as condições que Nosso Senhor coloca para a batalha que Ele nos convida a:

1. Que Ele lidere a luta – Para tal guerra, Ele coloca como condição que, como Rei, Ele lidere a batalha. Os reis terrenos enviam outros para lutar na frente. É muito incomum hoje ouvir falar de um Chefe de Estado – coroado ou não – que morreu em uma guerra. Eles dão o comando, "Avançar," mas ficam para trás. Por outro lado, Nosso Senhor Jesus Cristo lidera as tropas, como veremos mais adiante.

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Cristo ajuda cada um de nós na batalha contra o mundo, a carne e o demônio

2. Que Ele sofra as maiores agruras da guerra – continua Santo Inácio: “E Ele será o primeiro a sofrer as agruras da guerra.” Quando vão para a guerra, os Chefes de Estado têm excelentes tendas ou alojamentos (como deviam mesmo), são muito bem servidos, etc. Mas não é o caso de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não, Ele toma sobre Si as piores dificuldades da guerra.

3. Que a recompensa vá para os soldados – “Ele é o primeiro nos riscos do combate, o primeiro a receber as feridas; depois disso, depois da vitória, todo o prêmio deve ir para os seus soldados.” Ele pega o prêmio e distribui tudo para os soldados. Este definitivamente não é o costume dos Chefes de Estado.

Ele é um Rei tão majestoso, mas também tão bom, que entra em campo na frente da luta, como um bom pastor defendendo suas ovelhas. Ele simplesmente convida as ovelhas para lutar.

 Aplicação aos nossos dias

No caso do progressismo na Igreja, Nosso Senhor nos mostra esse inimigo que se esforça para nos arrastar para a heresia e, portanto, para a morte de nossa alma (pois assim caímos no pecado mortal e na morte de a alma). Nosso Senhor Jesus Cristo quer tomar a dianteira nesta guerra contra o progressismo, Ele quer carregar toda a carga. Mas o prêmio será nosso; pois se derrotarmos o progressismo, seremos nós que receberemos o prêmio.

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Os católicos não podem recusar o chamado de Cristo para combater os inimigos de nossos dias: Progressismo e Comunismo

No caso do comunismo, é a mesma coisa. Ele vai em frente, assume todos os riscos (veremos mais tarde o que isso significa), mas o prêmio será nosso. O comunismo é nosso terrível inimigo. Basta olhar para o que está fazendo no Chile e na Rússia. A Rússia vive do trigo que fornecemos, segundo todos os jornais, até os jornais comunistas. [Dr. Plinio falava em 1973]

Isso porque o regime comunista empobrece o povo, espalhando miséria por toda parte. Mais ainda: faz com que as almas se percam por sua imoralidade intrínseca, seu caráter ateu.

Nosso Senhor então diz: “Eu vou assumir a liderança nesta luta contra o comunismo. Você vai se juntar a mim? Eu vou tomar a iniciativa na luta contra o progressismo. Você vem comigo?”

Imagine, portanto, Nosso Senhor Jesus Cristo dirigindo essas palavras diretamente a nós. Qual de nós ousaria dizer “Não”?

Este convite não é um convite imaginário, é real. Isso porque é nosso dever combater o progressismo, combater o comunismo, e Nosso Senhor Jesus Cristo a cada momento nos chama a cumprir nosso dever. É um convite real, não imaginativo. A única coisa imaginária é que não podemos vê-lo fisicamente, mas todo o resto é verdade. A única coisa que falta é vê-lo com nossos olhos; mas o resto é a realidade da situação em que nos encontramos.

Cabe a nós agora cumprir nossa parte na luta

Sua pergunta para nós é esta: “Você vai continuar a batalha? Você será o elo entre os valentes guerreiros de tempos passados e aqueles que ainda virão no futuro? Você será esse elo de ouro? Aqui está a estrada que te espera. Você vai lutar contra os inimigos da Igreja?”

Aqui eu paro um momento e pergunto quem em resposta a esta pergunta, quem de vocês tem a audácia de dizer “eu não quero”? Pois, diante desses raciocínios de Santo Inácio, é absurdo recusar esse sublime convite. Seria tamanha contradição, tamanha demonstração de covardia, que nos deixa sem palavras.

A única resposta possível é: “Meu Senhor, eu quero lutar! Dê-me forças para isso.” É extremamente lógico. Se a Fé Católica é verdadeira, o indivíduo tem que lutar por ela; deve ser um lutador altruísta e ardente, como Nosso Senhor Jesus Cristo.

Continua

Postado em 26 de dezembro de 2022