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Virtudes Católicas

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Série sobre Pureza – Parte III

Preconceitos contra a Castidade e a Virgindade

Plinio Corrêa de Oliveira

Como vimos, o ato sexual é legítimo, lícito e honesto dentro de um casamento indissolúvel. Quando praticado fora do casamento, porém, é ilícito e desonesto, porque vai contra a ordem natural estabelecida por Deus.

A painting of the Marriage of Henry V

Matrimônio, um estado legítimo abençoado pela Igreja
Por isso, comete-se pecado quando um homem solteiro pratica este ato, ou um homem casado o pratica com alguém que não é seu cônjuge. Este último caso constitui adultério porque é contrário à ordem natural das coisas.

Alguns de vocês podem levantar esta objeção: “Parece-nos que o ato em si não é contra a ordem natural. Por que, então, você diz que é nos casos mencionados acima?”

Toda a Moral Católica está de acordo com a ordem natural das coisas. Assim, ensina que é legítimo matar um boi, mas não é legítimo matar um homem. Por que? Porque segundo a ordem natural, o boi é um animal sem alma espiritual, feito para servir o homem, mas o homem tem alma espiritual e foi feito para servir a Deus. Portanto, um homem não pode matar outro.

Por que é pecado mentir? Segundo a ordem natural, a palavra foi dada ao homem para falar a verdade. Se ele distorce a verdade, ele não usa a palavra de acordo com essa ordem.

Por que um homem que fica bêbado vai contra a ordem natural? Porque as bebidas foram dadas ao homem para saciar sua sede e proporcionar-lhe um prazer moderado. Quando um homem bebe além desses limites e perde o controle de sua razão, ele vai contra essa ordem.

An English cartoon depicting a glutton

O glutão
Uma vez eu estava em um restaurante no Rio de Janeiro e um homem grande, gordo e de rosto vermelho entrou e se sentou a uma mesa. Eu normalmente tenho um bom apetite e também sou gordo, então esse não é o ponto da minha crítica. Em pouco tempo, vários garçons vieram atendê-lo, o que me fez pensar que ele era um cliente regular que dava boas gorjetas.

Em seguida, o homem pediu um aperitivo de patê. Quando o patê chegou, ele olhou para ele com uma espécie de cobiça feroz e começou a comê-lo como um coelho comendo alface, sem parar e sem apreciar. Ele pediu várias vezes o mesmo prato de patê. Então ele pediu muitos outros itens no menu.

Enquanto comia, seu rosto vermelho aumentava de cor, dando a impressão de que poderia ter um derrame a qualquer momento. Ou seja, ele estava pressionando seu sistema – ele poderia muito bem estar com dores de estômago – apenas para desfrutar do prazer de comer. Era um espetáculo repugnante de se ver porque ele comia sem proporção, contra a ordem natural das coisas.

Por razão análoga, o ato sexual praticado fora do casamento merece censura e deve causar repulsa porque vai contra a ordem natural, que é procriar em união estável. Por esta razão, a Igreja Católica está perfeitamente correta quando exige que um jovem seja casto até o casamento.

Um erro escandaloso: para os homens todas as imoralidades são permitidas

Em nossa sociedade encontramos um erro escandaloso, que afirma que todas as imoralidades são permitidas para um homem, enquanto a censura ainda é feita contra mulheres imorais (1). Uma mulher que sobe os degraus do altar para se casar sem ser virgem fica coberta de vergonha. Ela ainda usa um véu branco porque não ousa dizer que perdeu a virgindade. Pelo contrário, os costumes atuais admitem que um homem pode se casar sem pudor depois de ter praticado descaradamente inúmeros atos sexuais antes do casamento.

a renaissance depiction of a young soldier proposing to a chaste young women

Tanto o rapaz quanto a moça devem ser íntegros e castos antes do casamento
Isso é uma injustiça, porque o que é pecado para um sexo também é pecado para o outro. Não é só a mulher que peca no ato sexual. Não são apenas as mulheres que devem seguir a ordem natural enquanto os homens são dispensados dela. Este é um erro e um preconceito escandaloso que apenas alguns padres combatem. A Igreja fecha os olhos à falta de castidade do homem, enquanto ela censura a mulher. A Igreja não deve ter esta complacência, porque ambos os atos – o do homem ou o da mulher – são pecados mortais. A mulher que se casa tendo perdido a virgindade é tão desonrada quanto o homem que perdeu a dele. Da mesma forma, o adultério de um homem casado é tão vergonhoso quanto o da mulher casada.

Em nossa sociedade, fala-se de uma “mulher adúltera” como uma coisa horrível, e é. Mas quando se trata do homem, não há censura. Ele apenas “teve algumas aventuras” e “se divertiu.” Como isso pode ser considerado consistente? De acordo com essa lógica, um homem poderia continuar tendo casos após o casamento. Então, o casamento seria indissolúvel apenas para a mulher e não para o homem. Isso é uma violação de todos os princípios de justiça e de todas as regras morais da Igreja Católica. É uma posição que deve ser rejeitada energicamente. Devemos censurar um jovem que pratica um ato contra a castidade da mesma forma que censuramos uma jovem que age dessa forma. Não há diferença.

Castidade e virgindade: estados de vida recomendados pela Igreja

Mesmo quando a Igreja aprova e abençoa aqueles que se casam, por que ela reserva seus mais altos elogios para aqueles que não se casam?

Recordo-vos que Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu o matrimônio como sacramento, dando-lhe grande dignidade. Existem numerosos santos que se casaram. O estado de casado é aquele que está de acordo com a Moral Católica e que permite atingir o ápice da santidade.

Se é assim, por que é mais nobre não casar? São Paulo usou esta expressão que se aplica a ambos os sexos: “Digo aos não casados e às viúvas que lhes é bom permanecer assim, como também eu. Mas, se não se contêm, casem-se. Porque é melhor casar-se do que abrasar-se.” (1 Cor 7,8-9)

A painted caricature of the 'Old Maid'

A caricatura da 'solteirona' zomba do estado de solteiro
Para responder por que é melhor não casar, deixe-me primeiro corrigir outra injustiça. Assim como nosso século está se tornando cada vez mais tolerante com a mulher que peca contra a castidade, está se tornando cada vez mais intolerante com a mulher solteira. Ser uma mulher solteira é visto como um estado de vida quase vergonhoso. A mulher solteira é vista como uma pessoa a ser desprezada porque ninguém queria se casar com ela. Seu destino é uma vida inútil em um canto. Ela é frequentemente retratada como uma fofoqueira, uma intrometida, uma intrusa na vida de outras pessoas, com todos os tipos de complexos e defeitos.

Enquanto as pessoas têm pena de uma mulher que cai em pecado e quer ajudá-la, eles são rudes e desprezam a mulher solteira que mantém a virgindade por motivos nobres. Como se o vício produzisse compaixão e a virtude fosse desprezada. Esta é uma verdadeira aberração!

A Igreja considera que ser solteiro é um estado melhor do que ser casado tanto para o homem como para a mulher. Este juízo sempre foi tido pela Igreja como uma tradição vinda de Nosso Senhor que estabeleceu os conselhos evangélicos – castidade, obediência e pobreza – como forma de viver uma vida perfeita. Estes também são chamados de conselhos de perfeição.

Esta tradição de castidade foi formalmente aprovada pelo Papa Pio XII na sua Encíclica Sacra virginitas onde declarou que a virgindade e a castidade perfeita são completamente adequadas para leigos de ambos os sexos. Mesmo que não sejam padres ou freiras, se quiserem viver em um estado mais elevado no mundo, o correto é praticar a castidade.

A castidade é, portanto, um estado de vida não só aprovado, mas recomendado pela Igreja para ambos os sexos.
1. O Prof. Plinio deu esta palestra em 1967 para jovens no Brasil. Hoje, infelizmente, não se vê essa vergonha cair sobre as mulheres, nem no Brasil nem em qualquer outro lugar, porque elas se tornaram tão imorais quanto os homens naquela época. Além de ser uma expressão da perene Moral Católica sobre o tema, o comentário fica como um interessante ponto de comparação para ver até que ponto a Revolução na esfera civil e o Progressismo na esfera religiosa foram corromper os costumes das mulheres. Quanto mais a corrupção irá daqui a 40 anos?
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Esta palestra para jovens proferida em 1967 foi traduzida da
transcrição de uma fita e adaptada para esta série de artigos de A. S. Guimarães

Postado em 2 de outubro de 2023

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