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Meditações da Quaresma e da Semana Santa

O Apostolado do Sofrimento - II
Sofrimento Expiatório para Distribuir Graças


Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Imagine que um apóstolo da Contrarrevolução seja bem recebido em determinado lugar ou meio social. Na verdade, ele é muito bem recebido e as pessoas ao seu redor correspondem bem às graças que ele traz consigo.

St. Alphonsus Liguori

Santo Afonso de Ligório foi expulso da Ordem Religiosa que fundou
É normal esperar que esse apóstolo sofra pelas coisas que sempre acontecem com aquele que trabalha pela boa causa. Ele pode sofrer de doenças físicas ou problemas de temperamento; ou ele pode encontrar problemas em lidar com as pessoas, como falta de bom senso ao falar, o que causa mau humor, ou exagera os exemplos que escolhe para explicar suas ideias, o que produz ceticismo, ou experimenta outros problemas semelhantes presentes em qualquer relação social.

Ele deve estar vigilante ao enfrentar esses problemas e tentar corrigir sua parte do erro, especialmente se resultar de algum defeito ou imperfeição moral. Mas esses problemas estão presentes em todo apostolado e são sempre acompanhados por alguma espécie de dor e sofrimento. Ele deve aceitar essas dores inevitáveis como um holocausto voluntário a Deus.

Não existe verdadeiro apostolado que não seja adornado com algum tipo de sofrimento ou dor. Quando a dor é bem aceita pelo apóstolo, podemos chamá-la de apostolado da dor. Considero este apostolado da dor a mais sublime e a mais santa de todas as formas de apostolado.

Colaborando na Redenção de Cristo

Por que isso acontece? A Igreja Católica nos ensina que a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo teve um mérito infinito. Mas, para que estes méritos se abram e fluam para a humanidade, Deus deseja que cada homem una o seu próprio sofrimento, a sua própria dor, a sua própria paixão à de Nosso Senhor Jesus Cristo. É a maneira que Nosso Senhor nos deu para nos unirmos a Ele em Seu Sacrifício da Cruz.

Our Lord on the Cross

Por meio de nossos sofrimentos ajudamos a distribuir as graças da Redenção
Normalmente não vemos progressistas falarem sobre essa necessidade de unir nosso sofrimento ao sofrimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, porque eles odeiam a sublimidade da Igreja Católica. Tudo para eles tem que ser alegre e positivo. A única exceção é quando eles mergulham em um sofrimento sinistro com tons Protestantes ou uma tendência Budista para a auto-aniquilação. Em ambos os aspectos, sua posição rejeita o equilíbrio Católico sublime que só se encontra no caminho da Cruz. É por meio da Cruz que ganhamos as graças pelas grandes obras de apostolado que encherão a Igreja de bons frutos para glorificar a Deus.

Sabemos que sem os méritos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo, não poderíamos alcançar nada de bom. Mas Cristo deseja, por uma razão que é sublime, que nossos sofrimentos também tenham algum peso em trazer as graças que Ele quer dar a esta ou aquela alma. Se Nosso Senhor Jesus Cristo deseja uma grande conversão ou uma renovação profunda na vida da Igreja Católica, Ele deseja que nos imergimos completamente no sofrimento em união com ele. Ele quer que nos deixemos consumir por este sofrimento como um fogo consome a lenha em chamas.

Assim, para uma determinada alma, um determinado grupo social, uma família, uma família de almas, um ciclo de civilização, Nosso Senhor Jesus Cristo deseja que certas almas sofram. Ele lhes dá sofrimentos para que possam unir seus sofrimentos aos Dele na Paixão. Pela generosidade dessas almas expiatórias, todos os méritos de Sua Paixão são aplicados a essas almas particulares ou àquele ciclo de civilização.

Lembre-se que a gota d'água adicionada ao vinho no cálice simboliza o nosso sofrimento humano, o que é irrelevante diante do sofrimento Divino. No entanto, a água é oferecida junto com a oferta Divina a Deus.

Nosso sofrimento expressa essa realidade. É uma gota, uma gota d'água, de água comum - não de vinho - mas é oferecida junto com o vinho, o sofrimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. É a gota do nosso sofrimento unida ao oceano infinito de sofrimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Expressa o valor do nosso mérito miserável e insignificante quando unido ao mérito infinito de Nosso Senhor Jesus Cristo. Unidos ao Seu mérito, o que oferecemos pode tornar-se instrumental na conversão de uma alma ou de uma família de almas, ou mesmo na inauguração de uma nova era histórica.

É belo considerar como uma alma disposta a sofrer desta forma tem um caráter expiatório, um espírito de amor desinteressado e holocausto.

Sofrimentos expiatórios comuns

Quando falamos em sofrimento expiatório, não queremos dizer necessariamente que a pessoa deva aceitar ser leprosa para ajudar espiritualmente os outros. O que geralmente somos chamados a fazer é nos engajar nos combates normais da vida diária. A pessoa de espírito contrarrevolucionário que faz este holocausto enfrentará incompreensões, apostasias, perseguições e calúnias. Tudo recai sobre o apóstolo da Contrarrevolução, e ele deve enfrentar e lutar contra todos esses obstáculos. Às vezes, vai parecer que sua casa vai desabar sobre ele e que Deus o abandonou.

O que está acontecendo? Entre outras coisas, ele está sofrendo porque Deus e Nossa Senhora querem que ele sofra. Assim como Deus e Nossa Senhora desejam que ele reze e aja, eles desejam que ele sofra. E a menos que também esteja disposto a sofrer, Nosso Senhor Jesus Cristo recusa-se a aplicar os infinitos méritos de Sua Paixão pela conversão daquela pessoa, grupo social ou época histórica.

O homem como parceiro na criação de Deus

Qual é a beleza desse fato?

Essa necessidade de sofrimento é colocada por Deus em toda a ordem da Criação. Deus, tendo criado seres inteligentes com livre arbítrio, intencionalmente deixou uma parte da beleza da ordem da Criação para ser completada pelos seres que Ele criou. Por meio da ação de sua inteligência e livre arbítrio, essas criaturas inteligentes podem escolher Deus e completar o pulchrum, a beleza de Sua criação.

Silk

Ao fazer seda, o homem contribui para a beleza da criação
Na natureza há coisas que são bonitas, mas Deus permitiu que algumas das coisas mais belas que existem fossem completadas pelo homem. Deixe-me dar um exemplo simples da seda. Os fios de seda são feitos pelo bicho da seda, mas é o homem que tece o tecido. Apesar de seu senso do maravilhoso, com sua alma voltada para o pulchrum da criação, o homem usa seus talentos para fazer algo precioso que complementa a criação de Deus.

Existem milhares de coisas assim na criação. Deus fez a natureza como uma espécie de página de 'ligar os pontos' para as crianças, para o homem completar Sua criação em sua inocência e fidelidade ao Seu plano. O homem, entendendo o verum, bonum e pulchrum [a verdade, bondade e beleza] da criação de Deus, ama e aperfeiçoa. Fazendo isso, o homem é elevado à posição de continuar a obra geral de criação de Deus. Essa participação constitui uma grande honra para o homem. Nisto vemos a importância e o esplendor da Civilização Cristã, da cultura Católica, de criar ambientes e costumes divinos.

A ordem criada era perfeita, mas foi manchada pelo homem com o pecado original. Portanto, a redenção tornou-se necessária. A essa primeira missão o homem tinha de continuar a criação de Deus, uma segunda foi adicionada, para continuar a redenção de Deus.

Na verdade, Deus desejou que Seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, sofresse e morresse na Cruz pelos nossos pecados e, dessa forma, nos redimisse. É natural que Deus, que queria que o homem desempenhasse um papel na perfeição de sua criação, também quisesse que o homem desempenhasse um papel na obra de nossa redenção. Portanto, Ele deseja que o homem acrescente uma gota de sofrimento ao Seu. Esta é a nossa parte que completa o plano geral de Deus. É o plano geral de Deus para a Criação e Redenção.

O sofrimento dos fundadores

Quem inicia uma ordem ou instituição religiosa, por exemplo, tem a glória de ser o fundador dessa obra. Mas o ponto de partida dessa glória é a necessidade de sofrer por toda a obra que está fundando. Para que a epopeia, a obra, a obra-prima exista até o fim dos tempos, produzindo frutos para a glória constante de Deus, o fundador deve normalmente irrigá-la com seu sangue.

Essa pessoa, então, sofre pela plena realização daquele projeto. Deste modo, quem sofre pela Contrarrevolução, pelo Reino de Maria, é naturalmente chamado a oferecer um sofrimento proporcional à grandeza e à glória do projeto a realizar.

Visto que somos chamados a iniciar uma nova era para a glória de Deus - o Reino de Maria - é normal que soframos na proporção do esplendor que chegará, que será o maior da História. Portanto, devemos estar dispostos a aceitar o sofrimento mais do que qualquer outra pessoa na História.

Continua


Esta meditação do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira foi resumida,
traduzida e adaptada pela TIA com base na transcrição da fita
Postado em 22 de março de 2021

The crown of thorns


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