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A Origem da Festa de Corpus Christi

Gregory Johnson

Muitos séculos se passaram na Igreja de Cristo antes que houvesse qualquer festa que comemorasse o Santíssimo Sacramento. No século 13, quando Nosso Senhor escolheu que fosse instituída, Ele recorreu a uma simples freira através de uma visão para ser o instrumento para a realização dessa devoção em Sua Igreja. Santo Tomás de Aquino vivia então, e o Rei São Luis também, mas Deus não escolheu nem o conhecimento nem o poder real como o meio de executar Seu desejo.

Corpus Christi procession in Rome, led by Pius IX

Uma procissão de Corpus Christi na Praça de São Pedro, liderada por Pio IX
Desde os 16 anos, Juliana de Liège (1193-1252), recebia repetidamente a mesma visão quando se ajoelhava em oração: uma lua brilhante aparecia continuamente diante dela com uma pequena porção obscurecida e invisível. Aquela freira Belga do convento Agostiniano de Mont Cornillon tentou em vão afastar a visão. Finalmente, o próprio Nosso Senhor veio explicar-lhe a visão.

Ele disse que era para mostrar que o ano litúrgico da Igreja permaneceria incompleto até que o Santíssimo Sacramento tivesse uma festa própria, e desejava que fosse instituída pelas seguintes razões:
  • Primeiro, para que a doutrina Católica recebesse Sua ajuda pela instituição desta festa, numa época em que a fé do mundo estava esfriando e as heresias eram abundantes.

  • Segundo, os fiéis que amam e buscam a verdade e a piedade poderem extrair dessa fonte de vida nova força e vigor para caminhar continuamente no caminho da virtude.

  • Terceiro, a irreverência e o comportamento sacrílego em relação à Divina Majestade no Santíssimo Sacramento poderá, por adoração sincera e profunda, ser extirpados e reparados. Então Ele ordenou que ela anunciasse ao mundo Cristão Sua vontade que esse festa fosse instituída e observada.
Temerosa, a freira pediu a Nosso Senhor que fosse liberada do encargo. Nosso Senhor respondeu que a devoção solene que Ele ordenou que fosse criada e observada, deveria ser iniciada por ela e propagada pelos pobres e humildes.

Por 20 anos, o segredo ficou escondido no coração de Juliana; ela não se atreveu a revelá-lo a ninguém e, no entanto, um impulso interior a incentivou a não esquecer. Tão terrível foi sua repugnância pela missão que lhe foi atribuída, que por ela derramou lágrimas de sangue.

Por fim, ela revelou a missão a seu confessor e, com a licença dela, ele consultou outras pessoas, especialmente o padre Jaime de Threzis, Arquidiácono na Catedral de Liège. Este padre foi depois eleito Bispo de Verdun, que foi Patriarca de Jerusalém e, finalmente, Pontífice Romano, sendo chamado de Papa Urbano IV.

Corpus Christi Procession

A festa e procissão de Corpus Christi entraram no calendário da Igreja no século 13
Desde o momento em que foi divulgada, tornou-se uma discussão pública, e as pessoas estavam muito divididas. Muitas freiras e monges protestaram contra a nova devoção e argumentaram que o Sacrifício diário era suficiente para comemorar o amor de Jesus no Santíssimo Sacramento - sem que um dia especial fosse particularmente designado para esse fim.

Juliana rezou para cessar a inquietação pública. Controvérsias religiosas se espalhavam ao seu redor; a cidade onde ela morava foi perdida e conquistada na luta entre Guelfos e Gibelinos, saqueada por um exército sem lei e retomada. Três conventos sucessivos foram queimados ou destruídos sobre sua cabeça. Duas vezes Juliana, agora superiora do convento e aplicando a estrita Regra Agostiniana, foi forçada a fugir do convento.

Depois da segunda vez, encontrou refúgio em um convento Cisterciense, depois em outro, e depois entre os pobres peregrinos. De lá, passou a residir na Abadia Cisterciense de Salzinners e, finalmente, em Fosses-les-Villes, onde viveu em reclusão até sua morte. No entanto, nenhum problema terreno poderia fazê-la esquecer a tarefa que Nosso Senhor lhe havia designado.

Ela morreu antes de ser instaurada a festa, mas havia feito o suficiente em sua vida para garantir sua execução. Em suas andanças, ela conheceu alguns homens com devoção e defendeu para eles a festa do Santíssimo Sacramento e eles ajudaram a espalhar a devoção, especialmente entre as pessoas simples.

Após sua morte, o Papa Urbano IV, favorável à festa, foi convidado a estender a devoção a toda a Igreja. O milagre eucarístico de Orvieto em 1263 foi fundamental em sua decisão final a favor da instalação da Festa de Corpus Christi.

O milagre de Orvieto

Em 1263, um padre Alemão, Pedro de Praga, parou em Bolsena durante uma peregrinação a Roma. Naquele momento, este padre estava sofrendo uma crise de fé, duvidando que Cristo estivesse realmente presente na Hóstia consagrada. Enquanto celebrava a Santa Missa no altar acima da tumba de Santa Cristina na igreja consagrada a essa mártir, ele mal pronunciara as palavras da Consagração quando o sangue começou a sair da Hóstia consagrada e gotejou nas suas mãos sobre o corporal no altar.

A princípio, o padre tentou esconder o sangue, mas depois interrompeu a Missa e pediu para ser levado à cidade vizinha de Orvieto, onde residia o Papa Urbano IV. O Papa ouviu o relato do padre e o dispensou. Ele então enviou emissários para uma investigação imediata. Quando todos os fatos foram apurados, ele ordenou que o Bispo da Diocese levasse a Hóstia e o pano de linho com as manchas de sangue a Orvieto.

Com a presença de Arcebispos, Cardeais e outros dignitários da Igreja, o Papa recebeu a procissão e, em meio à grande pompa, colocou as relíquias na Catedral. O corporal de linho com as manchas de Sangue ainda é reverentemente adorado e exibido na Catedral de Orvieto.

A Festa é introduzida no calendário da Igreja

Logo após o milagre de Orvieto Urbano IV, encomendou a Santo Tomás de Aquino para compor e adequar uma Missa e um Ofício para o dia da festa. Um ano depois, em agosto de 1264, o Papa Urbano IV, por meio da Bula papal Transiturus, instituiu a festa de Corpus Christi para a Igreja universal. Ao mesmo tempo, concedeu muitas indulgências aos fiéis pela participação na Missa e no Ofício.

Corpus Christi procession, Vienna 1951

Uma procissão de Corpus Christi em Viena em 1951
O triunfo do Santíssimo Sacramento foi completo e a devoção se espalhou por toda a extensão da Europa. Desde então [até mesmo depois do Vaticano II], todas as igrejas de um país Católico, da catedral de uma capital real à mais modesta capela da vila, mantiveram o festival na Quinta-feira seguinte ao domingo da Trindade. A procissão chegaria às ruas seguida pelas autoridades do reino. É o reconhecimento público de Jesus no Santíssimo Sacramento pelo mundo Católico.

Profeticamente Nosso Senhor viu que no futuro essa mesma doutrina seria atacada e a Fé seria posta em perigo. No auge do esplendor medieval da Igreja, Ele previu nossos tempos. Certamente, nenhuma ordem foi cumprida melhor do que aquela que prometia bom serviço à Igreja pela instituição da festa de Corpus Christi.

Na França, sobreviveu a toda revolução civil; seu restabelecimento foi devido à influência da Igreja. Ela é a pomba que trás o ramo de oliveira que simboliza o fim da morte no poderoso dilúvio.

João Bern Dalgairns, padre do Oratório de São Filipe Neri, conta os efeitos benéficos duradouros da festa de Corpus Christi:

“A memória da procissão em que, quando criança, ele espalhou flores diante do Santíssimo Sacramento quando passava pelas ruas, realizou um domínio sobre libertino e a promessa de sua conversão final.

A pompa civil e militar exibida é uma prova de que o país ainda é Católico, e o próprio infiel foi obrigado a assistir a passagem do Santíssimo Sacramento com a cabeça descoberta ou a permanecer em casa, testemunhando o fato de que a esfera pública é Católica. É um testemunho do triunfo do Santíssimo Sacramento.”

Para um retorno àqueles dias, devem suspirar e a orar os fiéis Católicos no século 21.

19th century Seville Corpus Christi procession

Acima, uma procissão de Corpus Christi do século 19 em Sevilha; abaixo, em 2012, a Baviera revive um costume do século 17 de uma procissão de Corpus Christi no lago Stafflesee

Corpus Christi Procession on lake Stafflesee, Bavaria

Adaptado da Eucaristia, nosso maior tesouro
Pe. Michael Müller, Baltimore, Kelley & Piet, 1868, Capítulo 13
Postado em 10 de junho de 2020


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