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NOTÍCIAS: 6 de Julho de 2022 (publicada em inglês a 30 de maio de 2022)
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Atila Sinke Guimarães
QUANDO MORRE O INSTINTO DE CONSERVAÇÃO - O famoso "vazamento" informando que a Suprema Corte estava prestes a revogar sua decisão Roe vs Wade que há quase 50 anos legalizou o aborto nos Estados Unidos, trouxe um novo impulso para a luta e contra ela.

Os pró-vida estão satisfeitos por ver uma vitória à mão após sua batalha de décadas. Simetricamente, os partidários da escolha estão contra-atacando radicalmente à perspectiva de ver seu “direito” ao aborto, que eles consideravam um fato consumado, escorregar por entre os dedos como areia.

Juntando-se à polêmica estava o Arcebispo de San Francisco Salvatore Cordileone, que lançou uma condenação exemplar contra a presidente da Câmara Nancy Pelosi, uma das ovelhas de seu rebanho, por sua escandalosa promoção do aborto. Cordileone impediu Pelosi de receber a Comunhão até que ela se retratasse publicamente de sua posição e fizesse a devida penitência.

Seu texto diz:

"Por meio desta comunicação, informo que você não deve se apresentar para a Sagrada Comunhão e, se o fizer, não será admitida na Sagrada Comunhão, até que você repudie publicamente por advogar pela legitimidade do aborto e queira confessar e receber a absolvição deste grave pecado no sacramento da Penitência." (original aqui)

A essa condenação Pelosi respondeu indiretamente em uma entrevista na TV, acusando sofisticamente o Arcebispo de ser contra LGBT e inconsistente porque não nega a Comunhão a quem é a favor da pena de morte. Ela também o acusou de politizar a Eucaristia.

Nancy Pelosi answer to Archbishop Cordileone

Pelosi responde com alegações sofísticas

A primeira alegação é uma tática de jogo sujo, tentando mudar o foco do tema em discussão fazendo uma condenação por associação. De fato, a questão de ser contra a homossexualidade não tem nada a ver com o aborto. A tentativa dela foi colocar a audiência pró-LGBT do lado dela, como se dissesse: "Veja esse monstro me atacando, ele também é contra LGBT." É um estratagema intelectual sujo digno de Pelosi.

Sua segunda alegação – Cordileone é inconsistente porque não nega a Comunhão aos que defendem a pena de morte – revela que Pelosi é grosseiramente ignorante da Doutrina Católica. A pena de morte existe para proteger a sociedade dos criminosos que a prejudicam; o aborto é um crime em si que consiste em assassinar uma pessoa inocente. A Doutrina Católica é perfeitamente coerente em aprovar a pena de morte e condenar o aborto. A Presidente da Câmara se beneficiaria de ter lido seu Catecismo com um pouco mais de atenção. Sua posição não é Católica e favorece o criminoso em ambos os casos.

A terceira alegação – Cordileone está politizando a Eucaristia – é jogar areia nos olhos do público. Novamente, isso não tem nada a ver com aborto. É o mesmo jogo sujo que ela sempre joga.

Este episódio, que fez a grande mídia tocar suas trombetas contra o Arcebispo de São Francisco, não é mais que uma prova de que o tema do aborto está esquentando.

Nas redes sociais também, as opiniões sobre o aborto são acaloradas.

Uma jovem amiga que tem mais de 10.000 seguidores em sua conta do Instagram me enviou uma captura de tela mostrando o número surpreendente de milhares que estão reclamando do fato de não terem sido abortados.

Sim, é uma espécie de tendência suicida na geração mais nova que tem uma intensidade que eu não tinha percebido.

Vou reproduzir a mensagem e a captura de tela que recebi antes de fazer outros comentários.

TIA,

Em resposta ao vazamento Roe v. Wade centenas de jovens pró-aborto têm tuitado que desejavam ter sido abortados, eles amam o aborto.

Jovens adultos, mesmo adolescentes, muitas vezes brincam (mas realmente falam sério) sobre desejarem estar mortos, então é claro que desejam ter sido abortados. Muitos dos meus colegas são suicidas e não parecem ter aversão à morte. Em que momentos estamos!

Kyrie Eleison...

     In Jesu et Maria,

     I.R.C.



Suicidal millennials


Confesso que fiquei surpreso tanto com a "sinceridade" quanto com a "naturalidade" com que essas declarações foram feitas.

Elas revelam que algo muito mais profundo do que o aborto está em jogo. O aborto ainda pressupõe que a vida é uma dádiva e que todos nós queremos estar vivos. Aqui vamos mais fundo: esses jovens não querem estar vivos; eles estão ansiosos para desaparecer.

Alguém poderia dizer: "Mas eles irão para o Inferno se não forem Católicos e não receberem os sacramentos." Eu concordo com essa afirmação. Eu gostaria que eles estivessem abertos a Deus e à Fé Católica. Mas, muitos desses jovens ignoram a própria existência de Deus; no nível prático, eles são ateus que só pesam suas próprias vantagens e prazeres pessoais que podem ter. Como a vida lhes causa algum sofrimento, elas não veem motivo para continuar existindo: assim se arrependem de não terem sido abortadas.

Essa aniquilação do instinto de conservação, que é o instinto mais elementar de todo ser vivo, é um marco na História, na minha opinião.

O ideal do Budismo é destruir toda a matéria, que é considerada má; o ideal do Niilismo é alcançar o estado de nada por uma razão análoga; o ideal da Gnose é tornar-se inteiramente espiritual e ser reintegrado ao Pã original indeterminado porque toda a criação material é considerada um grande desastre.

Para atingir esses falsos ideais, muitas pessoas más gastaram muito tempo, esforço e meios materiais. Apenas um exemplo: durante cinco séculos – desde o Renascimento e o Humanismo até os nossos dias – a Revolução procurou substituir a Civilização Cristã e a Igreja Católica por um mundo gnóstico e uma cultura gnóstica.

Agora, este último passo da Revolução aparece subitamente nas almas dos jovens como uma espécie de "geração espontânea"... Na verdade, tem pouco de espontâneo. Foi o produto planejado de rádio, televisão, cinema, internet e comunicação de massa. Todas essas "novas tecnologias" foram destinadas a produzir esse efeito nefasto: a morte do instinto de conservação.

O que acontece quando esse instinto morre? É uma sociedade suicida que aparece no horizonte. Se as pessoas neste estado de desespero não cometem suicídio, vivem como zumbis, corpos andando com almas vazias movidas por estímulos externos.

Essa é a parcela da população humana que já está preparada para obedecer cegamente aos ditadores universais, receber em seus corpos os implantes do transumanismo e até mesmo aceitar possíveis "benefícios" que os extraterrestres possam trazer para "ajudar" a humanidade.