NOTÍCIAS:  7 de agosto de 2019 (publicada em inglês a 29 de maio de 2015)
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Panorama de Notícias

Atila Sinke Guimarães
QUEM ESTÁ INSPIRANDO FRANCISCO EM ECOLOGIA? - Assim que a Encíclica de Francisco sobre ecologia foi anunciada em março de 2014, foi dito que o Bispo Erwin Krautler, do Xingu, Brasil, havia sido escolhido pelo Papa para contribuir no novo documento.

Bispo Erwin Krautler em sua diocese, um exemplo de inculturação

Bishop Erwin Krautler
De fato, Krautler foi convidado a visitar o Vaticano e teve um encontro com Francisco em 4 de abril de 2014. O Bispo do Xingu teve outras reuniões com o Cardeal. Peter Turkson, Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, encarregado de preparar o primeiro esboço daquela encíclica. Krautler deu uma entrevista à imprensa antecipando algumas das diretrizes da encíclica. As duas principais foram:
  • Os direitos das tribos indígenas - Dom Krautler disse ao jornal austríaco Salzburger Nachrichten a 5 de abril de 2014: “Antes de mais nada, informei o Papa que os direitos constitucionais dos povos indígenas no Brasil estavam mais uma vez sendo massivamente violados”. (Reportagem em inglês aqui)

  • A ordenação de homens casados “testados” e “experimentados” (viri probati) para celebrar missa e administrar sacramentos - Krautler declarou à imprensa: “Eu disse a ele [o Papa] que, como Bispo de maior diocese do Brasil, com 800 comunidades eclesiais e 700.000 fiéis, eu só tinha 27 sacerdotes, o que significa que nossas comunidades só podem celebrar a Eucaristia no máximo duas ou três vezes por ano.” Então, ele concluiu:“ A ordenação de viri probati … surgiu quando estávamos discutindo a situação das nossas comunidades. … A questão era de saber como as coisas poderiam continuar em tal situação. O Papa disse que cabe aos bispos fazer sugestões.” (Reportagem em inglês aqui)
Outro inspirador da encíclica sobre o meio ambiente foi Leonardo Boff, um dos principais líderes da Teologia da Libertação. Em uma recente entrevista a um programa de TV brasileiro em 17 de abril de 2015, Boff deu sua opinião geral sobre a “crise do planeta,” a qual ele havia transmitido ao Papa:

“Acredito que vivemos num tempo singular em que não estamos apenas perto de um domínio maior do capital ou do progresso, mas também estamos perto do abismo. Se a devastação do planeta Terra continuar e o aquecimento global continuar – o Papa repetiu isso várias vezes – a Terra pode continuar, mas sem nós. Então, estamos vivendo em tempos de grande urgência, onde os problemas políticos se tornam relativos. Tudo tem de ser voltado para a ecologia, no sentido de que todos devem desempenhar um papel para garantir a base físico-química da sustentabilidade da vida, que foi ameaçada.

“Esse é para mim o grande desafio a ser analisado pelos Estados. Lamento profundamente que a maioria dos chefes de Estado e dos que tomam decisões não leve a sério essas questões, que foram relatadas por renomados cientistas. Eles dizem que, se a Terra experimenta – como ocorreu na História – um salto, um aquecimento súbito de 4 a 6 graus [Celsius], nenhuma das formas conhecidas de vida subsistirá. Nós, que temos tecnologia e podemos criar portos e ilhas de salvação, também corremos um grande risco de desaparecer.

Boff: dados científicos falsos apresentados dramaticamente para avançar uma agenda comunista

“Então, acredito que a situação hoje é totalmente diferente. Primeiro, porque é global; atinge todos os países – o sistema da vida, o sistema da terra. [Segundo], uma pessoa muito atenta a esta situação, que está chamando mais atenção para este problema, é o Papa Francisco.

“Não é por acaso que ele chamou a si [escrever] – e será publicada em breve –uma encíclica cujo objetivo é salvar a vida no planeta.” (Nossa tradução para inglês desta parte da entrevista está aqui; assista o vídeo em português com os subtítulos em inglês aqui)

Além disso, Boff deu detalhes interessantes de sua comunicação por detrás da cena com Francisco a propósito da encíclica. Ele relatou como ele enviou informações para Francisco:

“Indiretamente, através do embaixador da Argentina no Vaticano, o Papa me pediu que lhe enviasse material sobre ecologia. Ele disse: ‘Não mande para o Vaticano, porque eles não me vão entregar Envie para o embaixador que vai entregar seu material em minhas mãos. Caso contrário, eles vão fazer um sotto sedere, eles vão se sentar nele e esquecer de o entregar.'

“Enviei material três vezes. Ele pediu especialmente um documento que eu ajudei a escrever, que foi uma nova configuração para as Nações Unidas. Seu núcleo teórico é o bem comum da Terra e da humanidade. Não como desenvolvimento sustentável ou algo parecido, mas como o bem comum do planeta Terra e da humanidade. Elaboramos a concepção de um planeta unificado que distribui os poucos recursos que tem de maneira decente e igualitária. Enviei tudo isso para ele. Espero que tenha sido útil.”

Então, eu suponho que as linhas gerais da encíclica verde de Bergoglio sejam provavelmente estas:
  • Um endosso total da fraude científica do aquecimento global ou mudança climática apresentado em linguagem apocalíptica dramática;

  • Uma inteira aceitação da agenda comunista da luta de classes: os pobres contra os ricos; povos indígenas contra povos civilizados, os sem-terra contra proprietários de terras, os sem água contra aqueles que possuem terras com água;

  • Endosso completo do plano maçônico das Nações Unidas de estabelecer uma república universal igualitária servida por uma pan-religião;

  • Condenação do Capitalismo e da propriedade privada, a ser acrescentada à longa lista de anátemas semelhantes emitidos pelos papas conciliares;

  • Uma lista de "pecados" contra a natureza para substituir os 10 Mandamentos, pelos quais o Papa Bergoglio tem pouca consideração, e

  • Aproveitando a iniciativa, uma benção de passagem à ordenação de homem casado para ajudar as dioceses com poucos padres.
Estas diretrizes parecem logicamente proceder das declarações dos dois homens que o Papa Francisco convidou para dar suas contribuições para sua encíclica.

Após esta conclusão, seja-me permitido relatar como pós-scriptum a este artigo um fato significativo que confirma que Jorge Bergoglio é um antigo partidário da Teologia da Libertação. Na mesma entrevista mencionada acima, Leonardo Boff respondeu a uma pergunta sobre por que Roma o havia condenado juntamente com sua teologia antes do pontificado de Francisco.

Boff afirmou: “Acredito sinceramente que o Cardeal Ratzinger e João Paulo II nunca entenderam a Teologia da Libertação. Eles condenaram a versão apresentada pelos militares e pelos grupos mais reacionários da América Latina. Então, um novo chefe do Santo Ofício entrou, o Cardeal Müller, e disse: "A teologia da libertação é uma teologia católica". ... Eu diria que hoje esta teologia é perene. É a teologia mais importante neste momento.

Jesuíta argentino Juan Carlos Scannone iniciou o Pe. Jorge Bergoglio na teologia da libertação

“Tanto é assim que este Papa representava na Argentina uma das tendências dessa teologia, que foi a Teologia do Povo Oprimido ou a Teologia da Cultura Silenciada. Esta foi a via argentina durante a ditadura militar para não usar classificações marxistas, de classe, etc, para explicar a pobreza.

Ele foi um dos primeiros a adotar essa teologia. Seu professor ainda está vivo hoje – Juan Carlos Scannone – que diz que ele [Bergoglio], quando já era estudante de graduação em Química, havia se comprometido a visitar continuamente as Vilas Miserias – que são suas favelas e fez um voto pessoal de pobreza. Nisso ele foi coerente até hoje.

“Assim, acredito que hoje a Teologia da Libertação ganhou respeitabilidade. Ele [o papa] convidou Gustavo Gutierrez, que é o fundador dessa teologia, para conversar. Eu estava na Itália e ele me convidou, mas naquele dia eu estava abrindo um grande congresso de espiritualidade em Turim.

 Eu disse: ‘Santidade, não posso.’ Ele disse: ‘Santidade, não! Santidade é o Dalai Lama. Eu sou o bispo de Roma. Está bem [que você não pode me encontrar agora]; Eu o chamarei outra vez.’

“Então, ele está tentando restabelecer [anular] aquelas condenações injustas que ofenderam muitos dos pobres, que disseram: ‘Estamos trabalhando aqui na miséria, e o Papa está trabalhando lá com os ricos. Mas quando lemos o Evangelho, Jesus está do nosso lado e gostaríamos de entender isso.’”