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O Santo do Dia
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São Xenofonte e Santa Maria - 26 de Janeiro

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
Seleção Biográfica:

Xenofonte e sua esposa Maria eram um casal nobre e muito rico em Constantinopla. Tiveram dois filhos – Arcádio e João – que educaram muito bem nas ciências divinas e profanas. Para completar sua educação, os cônjuges enviaram seus filhos à Fenícia para uma famosa escola na cidade de Beirute.

St. Xenophon, St. Maria

Uma família nobre e bem formada

Depois de um tempo em Beirute, os jovens voltaram para visitar seus pais. Em seu retorno ao estudo, o navio em que navegavam naufragou. As ondas jogaram os irmãos em terra em lugares diferentes.

João desembarcou em um lugar desconhecido, bateu à porta de um mosteiro e foi recebido com hospitalidade. Ele permaneceu naquele mosteiro e se tornou um religioso fervoroso. Arcádio desembarcou na Palestina e foi visitar o Sepulcro de Cristo para rezar por seu irmão. Lá ele conheceu um velho monge que o convenceu a entrar em um mosteiro.

Depois de muito tempo, Xenofonte e Maria receberam a notícia de que seus filhos haviam desaparecido. Eles imploraram a Deus a noite toda para saber o que havia acontecido. No dia seguinte eles tiveram uma visão: seus dois filhos estavam perto de Cristo, João sentado em um trono com um cetro na mão e uma coroa na cabeça e Arcádio com um diadema de estrelas e uma cruz na mão. Eles entenderam que a Cruz era uma figura de Cristo em Jerusalém. Então, eles partiram para aquela cidade.

holy sepulchre

O Santo Sepulcro em Jerusalém

Chegando lá, eles procuraram por muito tempo seus filhos e finalmente encontraram o mesmo velho que havia saudado Arcádio. Ele lhes disse que era o superior de um mosteiro e que o casal desesperado encontraria o que procuravam, mas primeiro queria que conhecessem dois de seus discípulos excepcionais.

Xenofonte e sua esposa aceitaram com prazer. Eles se reuniram na Basílica do Calvário. Maria ordenou que uma refeição fosse servida a todos os monges. Quando todos estavam à mesa e a refeição começou, Xenofonte não se conteve mais. Voltando-se para o velho, disse: "Meu padre, que discípulos maravilhosos você tem! Que comportamento modesto e reservado! Fico comovido só de olhar para eles. Rezei a Deus para que meus filhos se parecessem com eles."

Então, o superior pediu a um dos monges que contasse sua história.

Espantados, Xenofonte e Maria souberam que aqueles dois monges, completamente transformados pela oração e pelo jejum, eram João e Arcádio, desaparecidos há tanto tempo. Vendo este encontro como uma lição para ambos, Xenofonte e Maria distribuíram seus bens, foram para mosteiros separados e se dedicaram a Deus.

Comentários do Prof. Plinio:

Uma seleção como essa nos alivia um pouco os horrores monstruosos de nossos dias. Hoje só ouvimos falar de desastres, traições, incêndios, doenças e outras coisas semelhantes. Aqui não. Tudo acaba bem. Os eventos ocorrem assim: uma família virtuosa e feliz, depois um naufrágio e aflição, seguido de um desfecho ainda mais feliz. Tudo termina em sorrisos.

We returned to see the stars again

“E dali saímos para rever as estrelas”

Que alivio! Depois de ver o Inferno e retornar à terra, Dante diz em sua Divina Comédia: "E quindi uscimmo a riveder le stelle" (E dali saímos para rever as estrelas), porque no Inferno não há estrelas.

Quando leio textos como este, tenho vontade de repetir a frase dele. Podemos ver as estrelas novamente.

Os senhores veem que Xenofonte e Maria eram um casal que teve a bênção total do Céu e da Terra. Ambos eram de famílias nobres e ricas e moravam em Constantinopla, a cidade mais importante do mundo na época. Recordamos o maravilhoso panorama da Basílica de Santa Sofia, os palácios, igrejas, banhos, monumentos e toda a pompa de Constantinopla.

O casal viveu naquela grande cidade no amor de Deus. Formaram muito bem seus filhos. Chegaria um momento em que Deus bateria à porta daquelas almas nobres, perguntando se aceitariam ou não a Cruz. A forma como a Cruz lhes foi apresentada é fácil de perceber.

Primeiro foi uma separação natural dos filhos – eles foram estudar em uma escola famosa na Fenícia; depois, o naufrágio e sua dispersão. Com a aparente perda de seus filhos, os pais sofreram grande aflição. Eles morreram?

De uma maneira maravilhosa, os dois filhos terminaram no mesmo mosteiro sob a direção do mesmo santo superior. Lá eles progrediram em santidade e se transformaram sem o conhecimento de sua família. Por quê? Ou se desvinculavam da família e não escreviam aos pais ou as cartas enviadas de Jerusalém não chegavam a Constantinopla.

O fato é que os pais sofreram mais ou menos o que a Sagrada Família sofreu quando Nossa Senhora e São José descobriram que o Menino Jesus não estava com eles no retorno de Jerusalém.

Madonna Xenophon Monastery

Ícone do Mosteiro de Xenofonte, chamado A Mestra, ou 'Ela que aponta o caminho'

Xenofonte e Maria ficaram angustiados, mas tiveram fé. Ao saber do naufrágio, eles oraram a noite toda pedindo um sinal para saber onde poderiam encontrar seus filhos. Eles tiveram uma visão e viram um sentado em um trono e o outro usando um diadema brilhante com pedras preciosas, ambos ao lado de Nosso Senhor Jesus Cristo. Estes são símbolos de uma alta perfeição espiritual.

Eles foram a Jerusalém e encontraram o mesmo velho que havia encontrado primeiro um de seus filhos. Ele disse ao casal que poderia ajudá-los a encontrar seus filhos, mas primeiro queria que eles conhecessem dois de seus discípulos exemplares. O velho tinha uma certa malícia santa e os dois pais uma boa dose de santa ingenuidade porque não suspeitavam que aqueles discípulos pudessem ser seus filhos.

A esposa, Santa Maria, mandou preparar uma refeição para todos os monges e, à mesa, o casal ficou impressionado com a santidade de dois deles. Então eles souberam que esses dois eram seus filhos. Os pais não os reconheceram porque eles mudaram muito devido às suas orações e penitências.

Que cena linda! A seguir, a Divina Providência apresentou-lhes um novo pedido: "Siga o caminho de seus filhos." Assim, o velho casal se separou para entrar na vida religiosa e todos os quatro membros daquela família se santificaram.

Nada poderia ser mais bonito! Este é um verdadeiro final feliz em uma história onde as coisas terminam como deveriam.

Só falta uma coisa na seleção. Não nos dá o nome do velho, o superior daquele mosteiro. Ele foi o eixo em torno do qual girou a solução para o admirável drama que aqui admiramos.

family

Uma família abençoada na Terra e no Céu

Como tais fatos refrescam o espírito! Quão leves fazem sentir a alma e como nos induzem a compreender a atração da virtude!

Com base nesta descrição, os senhores podem imaginar o que sentirão quando o Reino de Maria amanhecer. Depois dos horrores do castigo quando podemos ver demônios com toda a sua hediondez, Nossa Senhora fará um sinal, seus escravos vencerão a batalha, e os demônios retornarão ao Inferno. Finalmente, poderemos rever as estrelas. Sentiremos um grande alívio e entenderemos quão horrível e ruim era o mundo em que vivíamos.

A questão é como podemos sentir tanto fascínio por um mundo tão ruim, mesmo quando estamos longe dele? Como isso pode ser diferente de um feitiço do demônio? É o mistério da iniquidade que nos atrai até ser finalmente derrotado pelo Segredo de Maria.


Tradition in Action



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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.

Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.