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O Santo do Dia
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São Lino, Papa - 23 de Setembro

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
Seleção Biográfica:

Em seu Ano Litúrgico, Dom Guéranger comenta sobre o segundo Papa São Lino:

pope st linus

Papa São Lino, o primeiro sucessor de São Pedro

"As vidas dos primeiros vigários de Cristo estão enterradas em uma obscuridade misteriosa, assim como as fundações de um monumento construído para desafiar a devastação do tempo estão ocultas da vista. Ser o suporte da Igreja eterna é uma glória suficiente: suficiente para justificar a nossa confiança neles e desperte a nossa gratidão. Basta-nos alegrarmos com a Igreja nesta festa e prestarmos a nossa amorosa veneração ao humilde e gentil Pontífice, que foi o primeiro a repousar junto a São Pedro nas criptas do Vaticano."

“O Liber Pontificalis conta-nos que São Lino nasceu em Volterra, na Toscana, e que foi o primeiro a suceder a São Pedro. Ele ocupou o Trono Pontifício desde o ano 65 até cerca de 76 DC na época de Nero. Ele morreu como mártir e foi enterrado no Vaticano perto do Sepulcro de Pedro.

“Visto que há uma escassez de documentos sobre a vida de São Lino, o fato de ele ter sido escolhido para suceder a São Pedro durante a terrível perseguição de Nero nos garante sua eminente santidade e justifica o título de Mártir com o qual ele é homenageado.”

Comentários do Prof. Plinio:

O pensamento de Dom Guéranger é repleto de fé e é muito bonito. Ele observa que quase nada se sabe sobre os primeiros Papas. São Lino foi o segundo Papa, o primeiro depois de São Pedro. Ele foi o primeiro a ser enterrado ao lado de São Pedro no Vaticano e o primeiro a se juntar a São Pedro no Céu.

Sabemos, diz ele, que foi celebrado como mártir, mas parece que até mesmo como e onde aconteceu o seu martírio é desconhecido.

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A capela onde estão os ossos de São Pedro;
São Lino foi enterrado ao lado dele

Então, o que dizer deste Santo, já que temos uma necessidade piedosa de saber algo sobre cada Santo que está no Céu? A resposta que ele dá é muito bonita.

Dom Guéranger diz que quanto mais pesada for a carga de um monumento, maior e forte deve ser sua fundação. Assim, embora não vejamos a fundação, pelo tamanho do monumento podemos calcular a profundidade e a resistência da fundação.

Isso se aplica aos primeiros Papas da Igreja. Os fatos são obscuros e muito antigos: era o tempo da perseguição na Igreja primitiva e, portanto, o sistema de tomar notas, preservar registros, coletar os dados biográficos dos Papas ainda não estava organizado.

No entanto, os fiéis veneraram São Lino como Santo desde então. Ele fez parte daquela longa cadeia de São Papas que vieram depois de São Pedro e que constituem a base do Papado.

Portanto, podemos ter confiança que ele deve ter sido um homem de eminente santidade e devemos prestar-lhe todo o respeito e veneração que um Santo merece.

Esta consideração é muito bonita porque está impregnada de confiança na Igreja Católica, que nada tem a ver com aquela crítica histórica tola que exige que haja um documento ou fonte original para se acreditar em alguma coisa. Isso nada mais é do que a expressão de falta de inteligência, de uma mente rígida e estreita e da ausência de bom espírito.

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Progressistas mostram mau humor removendo Santos como Cristóvão e Filomena devido à falta de documentos

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Pelo contrário, acreditar no que a Igreja sempre acreditou é uma abordagem cheia de fé e inteligência superior. Em suma, é aceitar a santidade de São Lino pelos sinais imponderáveis que tão bem foram enunciados por Dom Guéranger.

Assim, com um gesto cheio de confiança, podemos dizer: “Visto que foi venerado como Santo pelos fiéis, e a Igreja o admitiu no altar como Santo, tem que ser Santo. Além disso, São Lino é uma das pedras vivas daquela longa série de Papas - todos Santos - que vieram depois de São Pedro. Portanto, ele foi um Santo e nós, cheios de um sentido arquitetônico Católico, o homenageamos com a homenagem de nossa veneração.”

Este raciocínio nos ensina como devemos nos comportar diante das situações e fatos da Santa Igreja. Essas coisas que se relacionam com a Igreja muitas vezes têm algo de misterioso, que é inerente a tudo o que é profundamente verdadeiro.

As verdades que são muito transparentes, muito acessíveis às nossas mentes, são estrelas de segunda classe no firmamento da verdade. As estrelas de primeira classe são aquelas que percebemos como verdadeiras, mas não são demonstráveis diretamente. Eles são críveis por motivos colaterais, razões arquitetônicas, e é por uma série de circunstâncias que o Católico acredita neles. Isso é acreditar de uma maneira superior. Isso é o que devemos querer fazer. Esta é a abordagem que devemos ter diante de inúmeros fatos e situações da Igreja Católica.

Digo isso porque os senhores terão que enfrentar esse problema, talvez em um tempo não tão distante. Estamos em uma reforma geral da Igreja e há progressistas que levantam dúvidas sobre a existência desta ou deste santo, alguns que talvez não tenham sido canonizados por um processo, mas simplesmente admitidos pela Igreja como santos com base na veneração dos fiéis ao longo dos séculos.

Acho que é bom espírito fazer o que Dom Géranger fez. Se São Lino foi venerado como Santo ao longo dos séculos, ele existiu e foi Santo. É contra o senso Católico e o senso de proporção duvidar desse fato.

Essa posição de alma abre horizontes que vão além da biografia de São Lino. É entender com que tato e senso de mistério – que é o maior sentido da inteligência e da fé - devemos lidar com coisas assim.


Tradition in Action



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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.

Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.