Seleção Biográfica:
Nasceu em Segóvia, Espanha, em 1531, filho de um devoto comerciante de lã. Recebeu a boa influência dos primeiros Jesuítas que vieram para a Espanha, em particular do Beato Pedro Faber, que viveu algum tempo com a sua família, e mais tarde a de São Francisco de Villanueva. Após a morte de seu pai, Alfonso assumiu os negócios da família. Porém, por falta de aptidão, a empresa entrou em falência. Mais ou menos na mesma época, ele perdeu sua esposa e três filhos, além de sua mãe.
Estátua de Santo Alfonso Rodriguez na Igreja de Manresa, Espanha
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“No fracasso,” disse ele depois, “vi a majestade de Deus. Eu reconheci a maldade da minha vida. Eu não estava preocupado com Deus e, naquele estado, estava à beira da minha perdição eterna. Eu vi a grandeza sublime de Deus no pó da minha miséria. Eu me imaginava como um segundo David, e o Miserere era a expressão do meu estado de espírito.”
Aos 40 anos, entrou na Companhia de Jesus como irmão leigo e, após um noviciado de seis meses, foi enviado ao Colégio Jesuíta de Monte Sião, na Ilha de Palma de Maiorca, para ser o porteiro do mosteiro vizinho. Ele foi o porteiro lá por 45 anos. Seu comportamento santo levou muitos a tê-lo em alta consideração e muitas pessoas começaram a pedir seus conselhos espirituais. Santo Alfonso Rodriguez tinha um dom especial para a conversação espiritual. Seu superior afirmou que nenhum tratado espiritual produziu tanto bem espiritual quanto o contato com aquele irmão leigo. Ele sempre respondeu a todos os pedidos em sua grande correspondência. Sua fama se espalhou e ele ficou conhecido como o Doutor de Maiorca.
Ao suportar as enormes e múltiplas dificuldades espirituais que experimentou em sua própria vida, ele aprendeu a ciência espiritual. Graças à sua boa resposta à graça, ele disse: "na medida em que a consciência de minha própria debilidade tornou-se aguda em mim, senti a grandeza do Senhor."
Durante três dias antes de sua morte, após sua última Comunhão, Santo Alfonso permaneceu em êxtase. "Que felicidade!" exclamou a uma testemunha ocular. Era apenas um fragmento de sua alegria interna. As testemunhas decidiram chamar um pintor para fazer um retrato fiel dele. Morreu em 31 de outubro de 1617.
Comentários do Prof. Plinio:
Esta é uma vida magnífica que tem três pontos muito importantes.
O porto de Maiorca
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Em primeiro lugar, em uma posição extremamente humilde, Santo Alfonso Rodriguez fez um enorme bem para a ilha de Maiorca, a Espanha e o mundo inteiro. Ele era o porteiro de um mosteiro na ilha de Palma de Maiorca. Naquela época, a comunicação da ilha com o continente era difícil. Estava muito mais isolado do que hoje. Lá ele passou 45 anos de sua existência; nada menos que 45 anos! Ele tinha a posição mais humilde possível. Não obstante, o perfume primoroso de Nosso Senhor Jesus Cristo exalando de sua alma se espalhou pela ilha de Palma de Maiorca, Espanha e por todo o mundo.
A figura daquele velho porteiro, amável, hospitaleiro, sempre acessível a todos, disponível para qualquer consulta, fazia da pobre cadeira deste porteiro um venerável trono de sabedoria. Todo mundo iria lá para vê-lo, para ouvi-lo. Esta é a magnificência apropriada até para uma vida muito humilde, quando tal vida é dedicada ao serviço de Nosso Senhor e da Santa Igreja Católica.
Por quê? Porque tanto a santidade quanto a sabedoria têm um incomparável poder de irradiação. Um santo não precisa estar em um lugar estratégico. Onde quer que esteja, ele atrai admiração e afeto. Basta ao homem ter uma santidade que seja “victa et not picta” – vivida e não fingida.
Segundo, a magnífica forma como Santo Alfonso foi chamado a contemplar e servir a Deus Nosso Senhor. É uma forma que fala profundamente à minha alma. Ele considerou a grandeza de Deus, infinitamente grande, infinitamente majestosa, infinitamente sábia, transcendente, excelente, sublime, radiante, absoluta e misteriosa. Quando consideramos tudo neste mundo que podemos ver e analisar, percebemos que tudo é insuficiente e fútil a menos que seja um reflexo de Deus. Se não fosse por Deus, tudo estaria vazio, desbotado e sem gosto.
Uma visão de Santo Alfonso Rodriguez por Zurbanan
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Como temos fé, sabemos que tudo na criação, além de seu ser material, é um símbolo, um véu que nos permite ver o Ser Absoluto - Perfeito, Eterno, Mais Sábio e Sublime - refletido na realidade visível. Somente considerando essa realidade superior, nossos olhos cansados podem maravilhar-se e descansar. Finalmente encontramos algo que vale a pena ver, contemplar e amar, que desperta a nossa total dedicação. Na medida em que consideramos que Ele não é como nós, que Ele é perfeito e nós somos apenas pó, meras criaturas concebidas no pecado original, então nossa existência adquire sentido.
Vemos que Santo Alfonso Rodriguez fez esta consideração e na medida em que ascendeu em sua vida espiritual, arrependeu-se de seus pecados e desejou cada vez mais saber mais sobre a grandeza de Deus. Hoje, muitas pessoas têm medo de pensar na grandeza de Deus. Não é o meu caso, sinto uma grande alegria ao contemplar tal grandeza, e imagino que tenha sido essa a fonte da alegria avassaladora que Santo Alfonso sentiu nos seus últimos três dias. Ele estava experimentando um pré-gosto de seu encontro vindouro com Nosso Senhor Jesus Cristo.
Terceiro, é interessante notar que Santo Alfonso tinha um dom especial para conversar. Bem sabemos que muitos santos são chamados ao silêncio e neste caminho se santificam. Mas também é verdade que outros santos são chamados a falar e falar em diferentes tipos de conversas.
Qual é o dom ou o carisma da conversa? É uma forma comunicativa do amor de Deus, da Santa Igreja e da causa Católica que transborda do coração de quem fala. Uma conversa pode ser uma graça, e tal conversa pode ser fruto de um carisma que vem de Nossa Senhora para fazer do relacionamento um meio para as pessoas se santificarem.
Peçamos a Santo Alfonso Rodriguez que nos ajude a seguir seu exemplo de humildade, seu senso da grandeza de Deus e suas conversas fecundas.
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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira | |
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.
Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.
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