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O Santo do Dia

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São Lourenço de Brindisi - 22 de Julho

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Seleção Biográfica:

Cesare de Rossi nasceu em Brindisi, no Reino de Nápoles, em 22 de julho de 1559, em uma família veneziana de boa reputação social. Aos dezesseis anos, ele entrou nos capuchinhos, tomando o nome de Lourenço. Depois de estudar em Verona, ele foi ordenado e começou a pregar com grande efeito no norte da Itália. Em 1596, foi a Roma como geral de sua ordem, cargo que ocuparia cinco vezes.

St. Lawrence Brindisi

São Lourenço de Brindisi

A pedido do Imperador Rudolf II, que conhecia a reputação dos capuchinhos, o Papa Clemente VIII enviou Pe. Lourenço para a Alemanha para a fim de ajudar a levantar uma cruzada contra os turcos.

Naquela época, Maomé III, o Sultão de Constantinopla, estava avançando além do Danúbio com o objetivo de invadir a Hungria e a Áustria, abrindo assim o caminho para entrar na Itália.

Ele se gabou de transformar o altar da Basílica de São Pedro em uma manjedoura para alimentar os cavalos turcos.

O Imperador Rudolf organizou seu exército e convidou todos os príncipes alemães a se juntarem a ele para defender a Cristandade. Temendo que esse convite não fosse bem recebido, ele enviou Pe. Lourenço para solicitar assistência dos príncipes.

O capuchinho foi bem-sucedido e a ajuda logo chegou. O Arquiduque Matthias foi escolhido como o general do exército cristão. A seu pedido, o Papa ordenou que Lourenço se juntasse ao exército como capelão e conselheiro. Ele obedeceu sem hesitar.

Quando chegou ao campo de batalha em outubro de 1601, encontrou o exército alinhado em formação de batalha. O santo religioso, com uma cruz na mão, dirigiu-se aos soldados e garantiu-lhes uma vitória certa. Então, ele os preparou para o combate por meio de oração e penitência.

An image of the Archduke of Austria

O Comandante em Chefe

No dia da batalha, o general católico tinha apenas 18.000 homens antes do exército de 80.000 homens do sultão. Diante dessa grande disparidade de números, os comandantes secundários aconselharam a prudência e aconselharam o Arquiduque a se retirar.

O Arquiduque Matthias recorreu a Pe. Lourenço para pedir conselho. O capuchinho aconselhou o ataque e, pela segunda vez, garantiu uma vitória completa para as forças católicas. Sua fé ardente limpou o medo dos comandantes.

A decisão foi tomada para dar batalha, e os soldados tomaram suas posições. Montado, Lourenço dirigiu-se às tropas e falou com tanto vigor que as tropas tomaram a iniciativa e avançaram para atacar os turcos com uma força incrível.

Os turcos resistiram a esse primeiro ataque. Pe. Lourenço, que estava na primeira linha de ataque, continuou a incentivar e exortar as tropas: “Avançar! Avançar! A vitória é nossa!” Os soldados atacaram novamente, e os inimigos recuaram aterrorizados, fugindo em todas as direções.

A Batalha de Stuhlweissenburg ocorreu em 11 de outubro de 1601. Três dias depois, as forças católicas envolveram os muçulmanos em outra batalha e conquistaram uma vitória completa. Os turcos retiraram seu exército para além Danúbio depois de sofrer uma perda de cerca de 30.000 homens.

É difícil expressar a admiração que Pe. Lourenço inspirou entre os comandantes e soldados. O Duque de Mercoeur, um dos comandantes, declarou que os santos religiosos haviam feito mais para vencer a guerra do que todas as tropas juntas, e que, após a ajuda de Deus e da Virgem Maria, era a ele que as duas vitórias eram devidas. Mais uma vez a Europa foi salva dos muçulmanos bárbaros.

Comentários do Prof. Plinio:

Podemos nos beneficiar de vários aspectos diferentes desta seleção.

Primeiro, é interessante notar o contraste dos personagens quando São Lourenço pregou aos nobres, convidando-os a se juntarem à Cruzada. Por um lado, podemos imaginar os nobres vestidos com o traje da corte grandiosa da época, reunidos em salões solenes.

Por outro, há o frade capuchinho com uma venerável barba que entra para pregar, vestindo seu hábito simples e áspero com sandálias nos pés e um cordão na cintura, do qual pende um Rosário. Na mão está a bengala grossa de peregrino.

Armed and armored Austrian cavalry prepare for battle

A cavalaria com suas armaduras, capacetes adornados com penas, espadas brilhantes, lanças e escudos ...

Ele não tem nada para se impor a essa nobre audiência, exceto sua pobreza franciscana.

Ele se dirige aos maiores poderes da Cristandade sem nenhum respeito humano como o emissário de Deus e do Papa.

Ele é tão seguro em sua vocação e da necessidade da Cruzada que convence a maioria dos príncipes a ajudar o Imperador.

Segundo, após esse sucesso, ele é enviado para se juntar ao exército como capelão e conselheiro. A cena de sua chegada descrita acima é magnífica. Quando ele chega ao campo, as tropas são reunidas e permanecem atentas em forma de batalha diante dele.

Podemos imaginar as diferentes partes de um exército da época: a cavalaria com suas armaduras, capacetes adornados com penas, espadas brilhantes, lanças e escudos; a artilharia com seus muitos canhões decorados com motivos esculpidos em bronze, comuns na época; a infantaria com milhares de soldados alinhados em batalhões de pé com suas alabardas, lanças e mosquetes, os precursores de nossas carabinas.

Todo o exército espera atentamente para ouvir um simples capuchinho. Ele fala, e seu sermão tem um efeito profundo nos oficiais e soldados. Esta imagem reflete bem para nós o esplendor temporal da Igreja constantiniana. Perdemos até a memória desse esplendor. Essa foi, no entanto, a típica reconstituição terrestre da glória de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A painting of a Catholic army charging into battle

Inspirado por São Lourenço, o exército Católico faz a primeira investida contra os Turcos

Terceiro, antes da batalha de Stuhlweissenburg (ou Szekesfehevar = cidade da pérola real), temos os dois sermões em que, sem hesitação, ele encoraja o exército a matar os inimigos de nossa Santa Religião.

Se todos entrarem em batalha com essa santa intenção, ele garante a vitória. Não há pacifismo na imagem, apenas a exortação para aniquilar os turcos. Então, ele preparou o exército por meio de oração e penitência, ou seja, ele preparou os soldados em número muito menor do que o inimigo para pedir a ajuda do Céu.

Ele deu o mesmo incentivo para entrar em batalha quando o Arquiduque Matthias pediu o conselho dele. Mais uma vez, em nome de Deus, ele garantiu a vitória.

Em seu segundo sermão às tropas, ele falou com tanta energia que os soldados não esperaram para ser atacados pelo inimigo, mas atacaram os turcos. Vemos que São Lourenço levantou neles uma santa ira semelhante à que o Beato Urbano II e São Bernardo inflamaram nos cavaleiros da primeira e da segunda Cruzadas.

Conhecemos as palavras desses sermões e como elas inspiraram os católicos a suportar todo sacrifício pela glória de Deus. Não conhecemos as palavras precisas de São Lourenço, mas pelas consequências podemos imaginar o conteúdo.

Sermões proferidos em momentos cruciais de grande necessidade como este constituem o próprio coração da Igreja Militante, por assim dizer. Mais tarde, depois que uma piedade sentimental entrou na Igreja e encorajou uma atitude pacifista em relação ao inimigo, esses sermões foram chamados de exagerados e praticamente desapareceram.

Certamente ninguém ouve sermões como esse hoje. Em vez disso, ouvimos muitos sermões pregando prudência humana em face do perigo e uma falsa moderação em relação ao inimigo. Enquanto esse espírito reinar na Igreja, a derrota é certa. Ninguém vence batalhas se não estiver convencido de que deve aniquilar o inimigo de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Turks fleeing from Christian soldiers

Os Turcos fogem em pânico após o vigoroso ataque dos Católicos

Quarto, outra cena desse trecho é a de São Lourenço montado e na primeira linha da batalha gritando para as tropas: “Avançar! Avançar! A vitória é nossa!” Que coragem extraordinária esse homem teve para enfrentar os inimigos sem armas.

Que retrato magnífico deste santo, exortando as forças católicas a avançarem no meio da melée. Não é de surpreender que os guerreiros, adotando a atitude do Santo, estivessem cheios de fervor celestial pela batalha. Por isso, eles impetuosamente atacaram os turcos, causando um grande pânico neles que fugiram do campo de batalha.

Quinto e o último ponto, podemos imaginar o que teria acontecido com a Europa se essa Batalha de Stuhlweissenburg tivesse sido perdida. As tropas turcas teriam alcançado Budapeste, Viena e Roma.

Com o grande número de insurreições protestantes que a Europa estava passando, as forças do catolicismo teriam se exaurido. O que seria desastroso. O ocidente foi salvo da dominação muçulmana por um homem de Deus - São Lourenço - que reacendeu o espírito da Cruzada naqueles guerreiros católicos.

As escrituras têm uma maldição muito grave contra o homem que não luta: “Maledictus homo qui prohibet gladium suum a sanguine” [Maldito o que impede a sua espada de derramar sangue] (Jer 48,10).

São Lourenço de Brindisi foi abençoado por não temer exortar 18.000 soldados católicos a enfrentar um exército de 80.000 e fazer abundante sangue muçulmano ser derramado pela causa da Igreja. Podemos admirar os resultados extraordinários de seu zelo.

Vamos nos recomendar a São Lourenço de Brindisi, pedindo-lhe que nos dê em nossa vida cotidiana comum e prosaica uma admiração por esse heroísmo, para quando ocorrerem os gloriosos eventos do castigo previsto por Nossa Senhora em Fátima, estejamos preparados para seguir o exemplo que ele nos deixou.

Se formos fiéis à sua pregação, veremos algo que ele não viu. São Lourenço impediu que o crepúsculo da Cristandade caísse; veremos o amanhecer do Reino de Maria.


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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.

Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.



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