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Papa São Leão II - 3 de Julho

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Seleção Biográfica:

São Leão II (682-683), Papa e Confessor, aprovou os documentos do VI Concílio Ecumênico (III Concílio de Constantinopla), convocados pelo Papa Santo Agatão, seu antecessor. Esse Concílio condenou a heresia do monotelismo, e condenou o Papa Honório que aderiu a ele. Quanto ao Papa Honório, São Leão II escreveu que "em vez de purificar a Igreja Apostólica, ele permitiu que o imaculado fosse maculado por uma traição profana.”

Pope St Leo II

São Leão II condenou o
Papa Honório como herege

O Papa Honório havia escrito uma carta ao herege patriarca de Constantinopla, Sérgio, ao aprovar sua tese de que em Nosso Senhor existia apenas uma vontade, e não duas - a divina e a humana – e tendo assumido uma posição clara contra São Sofrônio, Patriarca de Jerusalém, que atacava o herege.

O monotelismo foi condenado pelos sucessores do Papa Honório: o Papa Severino (640-640) o condenou formalmente, o Papa João IV (640-642) e o Papa Teodoro I (642-649) excomungaram Pirro, patriarca de Constantinopla, por defender o mesmo erro.

O Papa Martinho (649-655) foi preso pelo Imperador Constantino II e morreu como mártir por não aceitar o monotelismo. O Papa Eugênio I (654-657) também rejeitou essa doutrina. O Concílio Ecumênico de Constantinopla (680-681) condenou o monotelismo, bem como o Papa Honório como herege. Essa condenação foi feita pelo Papa Santo Agatão (678-681). Os documentos deste Concílio foram ratificados pelo Papa São Leão II.

A propósito da apostasia do Papa Honório e do monotelismo como uma continuação do monofisismo, Dom Guéranger fez esta prece a São Leão II:

“Que discreta e silenciosa artimanha foi montada por Satanás nesta prolongada manobra de dois séculos, para melhor assegurar seu sucesso! Quanta exultação encheu os abismos das trevas, quando um dia horrível assistiu Aquele que é a Luz essencial pareceu, por um momento, estar ao lado dos poderes da escuridão! Uma nuvem parecia se interpor entre o Céu e aquelas montanhas sagradas, onde Ele habita com Seu Vigário na Terra; é provável que a ajuda da intercessão divina (social? talvez por erro...) tenha se tornado mais fraca justamente quando era mais necessária!”

Esteja sempre disponível, ó santo Leão, para repelir todas as futuras situações tão perigosas como esta! Defenda, por todos os séculos, o Pastor que governa a Igreja de Cristo, para que ele se mantenha sempre distante das névoas escuras que a terra exala. Mantenha sempre viva nos corações do rebanho fiel esta prece forte, que deve ser feita sem cessar pelo Pastor, por parte de sua Igreja; assim Pedro, mesmo quando preso nas profundezas da mais escura caverna, será agraciado pelo Sol da Justiça e verá com clareza na mais pura luz; e então todo o conjunto da Igreja será plenamente iluminado.”

Comentários do Prof. Plinio

Os senhores podem ver o magnífico coro de Papas condenando a heresia do monotelismo e vingando a honra da Igreja. Pois o herético dentro da Igreja mancha a Igreja que é imaculada.

A statue of the Three Persons of the Holy Trinity

A heresia do Monotelismo negou que Jesus Cristo tivesse duas vontades, uma humana e uma divina

Esta é a razão pela qual a honra da Igreja exige a exclusão do herege. Não existe coexistência pacífica possível, nem convivência normal entre o bem e o mal, a verdade e erro.

Além disso, isso não é possível em nenhum lugar da Igreja Católica, que é por excelência monte sagrado da verdade e da bondade. Ela não pode suportar em si mesma alguém que defenda o erro e o mal. Alguém poderia objetar que isso é contra a misericórdia da Igreja.

Eu responderia que a Igreja tem muita misericórdia. É por isso que ela não exclui de seu seio os pecadores que reconhecem suas falhas, batem no peito pedindo perdão e desejam recomeçar uma vida melhor.

Mas quando alguém teimosamente afirma que o mal é bom e o erro é verdade e se esforça para disseminá-lo, a Igreja deve excluir essa pessoa do seu seio com horror.

Em primeiro lugar, porque ele leva as almas que estão dentro da Igreja à perdição, e, em segundo, porque o mal e o erro estão em contradição fundamental com sua própria natureza.

Hoje, entre as virtudes que faltam é a santa intransigência que vem de uma Fé robusta. Se alguém tem uma fé viva, não pode tolerar o oposto do que sua fé declara dentro da Igreja. Devemos pedir a Nossa Senhora que nos dê essa santa intransigência, que é um corolário de sua pureza imaculada. A mesma intransigência que ela tinha contra a impureza, que ela tinha contra a heresia. Deveríamos pedir-lhe essa graça.

Faço esses comentários em vista das circunstâncias da vida de São Leão II. Ele aprovou as conclusões do VI Concílio Ecumênico, que condenou o Papa, pois segundo as palavras de São Leão II, “em vez de purificar a Igreja Apostólica, ele permitiu que o imaculado fosse maculado por uma traição profana.” O Papa Leão II afirmou isso sobre seu antecessor, Papa Honório.

Foi tremendamente difícil para ele viver em uma época com um Papa ruim, que merecia as palavras duras que ele pronunciava e a condenação do Concílio Ecumênico de Constantinopla. Os senhores podem entender como foram difíceis os tempos em que ele viveu.

Se alguns dos senhores vivem em tempos semelhantes, devem estudar a situação e pedir a São Leão II que lhe dê a intensa fidelidade à Igreja e ao Papado que ele teve. Foi essa fidelidade que fez dele, um santo e um Papa, considerar que ele tinha o dever e o direito de usar as palavras que disse contra o Papa Honório.

O Prof. Plinio fez esse comentário em 3 de julho de 1965, durante o Vaticano II.


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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.

Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.



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