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São Francisco Xavier - 3 de Dezembro

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Seleção Biográfica:

São Francisco Xavier (1506-1552), filho de nobre família Espanhola, missionário Jesuíta e confessor, Apóstolo do Extremo Oriente e padroeiro especial das missões.

A biografia de São Francisco Xavier de Daurignac reimprime parte de uma carta que escreveu a Dom João III, Rei de Portugal:

St. Ignatius of Loyola and St. Francis Xavier

Santo Inácio de Loyola com o jovem
São Francisco Xavier na Universidade de Paris
“Senhor, deveis temer que quando Deus citar Vossa Alteza a comparecer perante Si, o que acontecerá infalivelmente e talvez em um momento em que menos espereis, e quando não haja razões ou esperança de declinar aquele tribunal, deveis temer, grande Príncipe, que aquele Juiz, irritado, vos dirija essas terríveis palavras de acusação:
‘Por que não tendes procedido com rigor contra vossos ministros, contra os vossos vassalos que nas Índias conspiravam contra Mim, e não receavam declarar-se em estado de rebelião? Por que razão a vossa severidade não pode feri-los senão quando eles eram negligentes na arrecadação dos impostos e na administração das vossas finanças?’
“Senhor, ignoro que valor poderão ter as vossas escusas quando responderdes:
‘Senhor, eu escrevia todos os anos para aqueles países e todos os anos recomendava o maior zelo, os maiores trabalhos pela Vossa glória e pelo literal cumprimento de Vossos preceitos.’
“Então o Senhor dirá a vós:
‘Pois bem, mas vós deixáveis impunes todos aqueles que se mostravam indiferentes a essas ordens.’”
(J. M.S. Daurignac, Vie de Saint Ignace de Loyola, Fondateur de la Compagnie de Jesus, Paris: Bray et Retaux, 1877)

Comentários do Prof. Plinio:

É um texto muito bonito. Deve-se considerar que naquela época o Rei de Portugal possuía terras importantes na Índia. Em uma carta anual aos seus subordinados, ele recomendou que façam todo o possível para promover a Fé Católica.

King John III of Portugal

Rei João III de Portugal
No entanto, São Francisco Xavier, que ali estava fazendo seu apostolado, testemunhou que essas ordens não foram seguidas e que esses oficiais até conspiraram para impedir a expansão da Fé Católica. Eram homens decadentes, provavelmente ligados a algum tipo de Maçonaria que já agia secretamente contra os desígnios do Rei de Portugal de sabotar a difusão da Fé Católica.

São Francisco Xavier escreveu ao Rei, advertindo-o: Não basta mandar; é preciso castigar quem te desobedece, porque uma ordem sem castigo de quem a despreza é fútil e sem valor. Não estará diante de Deus como o cumprimento de seu dever.

Ele lhe disse: Vós, o Rei, tem a obrigação de punir aqueles que violam suas ordens de defender e difundir a Fé com a mesma intensidade com que puniu aqueles que não pagaram seus impostos à Coroa. Se você os puniu pelos impostos e não pela religião, significa que você considera os impostos mais valiosos do que a Fé Católica.

Então, o Santo advertiu o Rei: vós deveis estar ciente de que Deus pode chamá-lo a qualquer momento e então vós não poderá escapar do Seu julgamento.

Na verdade, a qualquer momento ele poderia sofrer um acidente, uma tentativa contra sua vida poderia ser feita, ele poderia ficar gravemente doente, ou qualquer outra coisa poderia levá-lo perante o tribunal de Deus. Então, como o Rei responderia a Deus com relação ao uso de seu poder?

A statue of St. Francis Xavier, Quito

Estátua de São Francisco Xavier na Igreja Jesuíta em Quito, Equador
São Francisco Xavier o lembrou de dois princípios: primeiro, a principal preocupação do poder temporal deveria ser expandir a Fé Católica em vez de aumentar a fortuna real; segundo, o exercício de seu poder deve ser acompanhado da ameaça de punição para aqueles que desobedecem às suas ordens. O Rei terá que responder a Deus por isso.

É admirável ver a liberdade com que São Francisco Xavier se dirigiu a um dos homens poderosos da época. No passado, quando alguém usava esse tipo de franqueza, era denominado na linguagem eclesiástica "franqueza apostólica." É uma bela expressão que revela a coragem que um apóstolo deve ter. Ele é um representante de Deus e deve usar a linguagem de Deus. Portanto, ele tem o direito de dizer as coisas mais desagradáveis aos homens mais poderosos e tem o direito de ser ouvido.

São Francisco Xavier falou ao Rei, percebendo a séria possibilidade de que suas palavras pudessem mudar o modo de agir do Rei. Em qualquer circunstância, ele cumpriu seu dever e a advertência foi dada. Daquele momento em diante, o Rei teve que responder por suas ações naquele assunto diante de Deus.

Os senhores veem como esse comportamento é lógico, nobre e bonito. Mas você também vê que hoje parece desatualizado. Não porque esse comportamento se tornou obsoleto em si mesmo, mas porque os homens se tornaram tão decadentes e relaxados que não querem mais ouvir tais palavras. Por isso, os Católicos progressistas de hoje acusariam São Francisco Xavier de falta de caridade por falar assim. Eles diriam que esse tipo de admoestação mostrou que ele carecia do espírito Católico.

Engana-se quem fala isso, porque aqui temos as palavras de um dos maiores santos da Igreja Católica, São Francisco Xavier, que falou assim. Os santos não usaram a linguagem melosa desse falso ecumenismo que está em toda parte na Igreja de hoje.

Este texto de São Francisco Xavier é uma confirmação de que nossa posição antiprogressista está correta. As palavras do verdadeiro apóstolo Católico deveriam ser como as dele. Devemos rezar a ele e a Nossa Senhora para que, até morrermos, tenhamos sempre a coragem de usar esta linguagem.


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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.

Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.



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