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Bem-aventurado Nuno Álvares Pereira – 6 de Novembro

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Seleção Biográfica:

Nuno Álvares Pereira

Nuno Álvares Pereira
Nuno Álvares Pereira nasceu em 1360 em Bom Jardim perto de Lisboa, Portugal. Casou-se aos 17 anos e foi nomeado comandante dos exércitos de Portugal aos 23 anos pelo Grão-Mestre dos Cavaleiros de Aviz, que se tornou o Rei D. João I. Estes cavaleiros Portugueses pegaram em armas para não caírem sob o domínio Espanhol. Sob o comando do Bem-aventurado Nuno, a maré virou e Portugal triunfou na Batalha de Aljubarrota em 1385, quando as forças Castelhanas foram derrotadas por um exército Português menor, mas mais bem organizado. Após a morte da esposa, Nuno tornou-se monge Carmelita num mosteiro que fundou em Lisboa. Chamado de Condestável, é um dos grandes heróis de Portugal.

As primeiras campanhas militares de Nuno Álvares Pereira foram, segundo as suas próprias palavras, simples escaramuças nas fronteiras de Portugal. Ele era um jovem impetuoso e corajoso que logo se mostrou um excelente líder.

Certa ocasião, por exemplo, uma grande frota Castelhana apareceu em Lisboa para bloquear o seu porto e invadir a cidade. Em um desses dias, Nuno Álvares encontrou 250 Castelhanos que vinham para terra dos seus barcos. Ele reuniu 60 homens e foi enfrentá-los. Ele e alguns cavaleiros investiram contra eles em um ataque, mas o resto de sua companhia ficou para trás com medo.

A photograph of the Monastery of Batalha

Acima, o Mosteiro da Batalha, construído em homenagem a Nossa Senhora que deu aos Portugueses a vitória sobre os Castelhanos na Batalha de Aljubarrota.
Abaixo, uma estátua do Bem-aventurado Nuno,
fora do Mosteiro da Batalha

An equestrian statue of Blessed Nuno
Seu cavalo foi ferido e caiu sobre sua perna, prendendo-o. Quando os Castelhanos viram o comandante português nesta posição, tomaram coragem e fizeram um forte contra-ataque. Mas quando os restantes combatentes Portugueses viram que Nuno continuava a atacar o inimigo, mesmo desde o solo, tomaram coragem e começaram a lutar, entrando na luta com grande fúria. Embora os Portugueses estivessem em desvantagem numérica de quatro para um, sob o comando de Nuno puseram os Castelhanos em fuga e mataram quase todos.

Em 15 de agosto de 1423, Nuno foi admitido na Ordem Carmelita como simples monge com o nome de Nuno de Santa Maria. Ele se tornou um grande religioso, assim como foi um grande soldado. Com ele no mosteiro estava um padre que, antes da sua ordenação, tinha sido soldado e servido sob o comando de Nuno. Quando costumava passar, o monge Nuno beijava o manto do padre em sinal de respeito pela sua dignidade. Por sua vez, o sacerdote costumava dizer que uma das maiores honras de sua vida tinha sido ser pajem do condestável.

No último ano da sua vida, Nuno foi visitado por D. João I, que o abraçou pela última vez. O Rei chorou, pois considerava Nuno o seu melhor amigo, aquele que o colocara no trono e com ele fundara a Casa Real de Bragança.

Quando Nuno percebeu que tinha chegado a sua última hora, pediu que fosse lida em voz alta a Paixão de Nosso Senhor do Evangelho de S. João. Ele expirou quando o leitor pronunciou as palavras de Nosso Senhor na Cruz: “Ecce Mater Tua.” O Bem-aventurado Nuno era conhecido pela sua devoção a Nossa Senhora e muito contribuiu para divulgar as devoções do Rosário e do Escapulário em Portugal.

Em seu túmulo pode-se ler este epitáfio:
“Aqui jaz aquele famoso Nuno, o Condestável, fundador da Casa de Bragança, excelente general, Bem-aventurado monge, que durante a sua vida terrena desejou tanto o Reino dos Céus que depois da sua morte mereceu a eterna companhia dos Santos. Suas honras mundanas foram incontáveis, mas ele lhas deu as costas. Ele foi um grande príncipe, mas se tornou um monge humilde. Ele fundou, construiu e dotou esta igreja na qual seu corpo repousa."
Comentários do Prof. Plinio:

Os episódios narrados nesta seleção são muito significativos.

Em primeiro lugar, no mosteiro, havia a bela reciprocidade de respeito entre o condestável - agora monge - e o padre - antes pajem. Quando o padre passava, Nuno levantava-se e ia homenageá-lo como padre. Este último teve a honra de ter sido pajem de D. Nuno Álvares Pereira quando estiveram pelo mundo. O espírito Católico é aquele que se alegra em reconhecer a superioridade dos outros. Naquela época, tal alegria se manifestou em sinais e palavras de mútuo respeito e admiração, que agregaram grande valor à civilização Cristã.

Segundo, dá para ver como Dom Nuno foi à batalha com a energia de toda a sua personalidade, comunicando a sua coragem a todos os outros. Ele era o oposto daquele tipo de recepcionista suave e sentimental que conhecemos em tantas igrejas, o tipo que parece tímido e medroso, voltado principalmente para seus pequenos interesses espirituais. Dom Nuno mostrou como o verdadeiro guerreiro Católico deve se portar e lutar com coragem, comunicando força aos companheiros.

Blessed Dom Nuno in armor

Dom Nuno mostrou como o verdadeiro guerreiro Católico deve se portar e lutar com coragem, comunicando força aos seus companheiros
Terceiro, o adeus do Rei ao Bem-aventurado Nuno também foi magnífico. Naquela época, os senhores podem ver que as pessoas não temiam a morte. Era frequente um homem ter um pressentimento de que seu fim se aproximava. Se ele fosse forte o suficiente, ele iria visitar seus amigos próximos e parentes para se despedir. Da mesma forma, as pessoas que o conheceram seriam avisadas para que o visitassem e se despedissem. Todos aceitaram isso naturalmente, porque as pessoas tinham fé. As pessoas que permaneceriam nesta vida pediam favores a quem estava morrendo: “Peço que me recomendes a Nossa Senhora.” "Quando você vir minha patrona, por favor, lembre a ela que eu ainda preciso disso e daquilo.”

Foi uma época de cortesia, e as pessoas até costumavam morrer com educação e elegância. Se alguém estava deixando esta terra, a coisa educada a fazer era visitá-lo e dizer adeus. Ele expressaria sua gratidão, daria ou receberia bons conselhos, mostraria sua estima pela última vez. Por isso o Rei foi visitar o Bem-aventurado Nuno. Dom João quis manifestar a sua amizade ao Bem-aventurado Nuno Álvares Pereira. Ao vê-lo, o Rei chorou, eles se abraçaram e então cada um seguiu seu caminho. Nuno Álvares morreu, e no Céu rezou pelo Rei, seu amigo.

Foi uma época de boas maneiras. Os senhores podem ver como tal elegância e virtude combinam bem e conferem excelência mútua, uma à outra. Essa excelência vem da tranquilidade que emana de uma sociedade de almas que vive com os olhos voltados para o Céu.

Peçamos ao Bem-aventurado Nuno Álvares Pereira que nos dê a sua coragem e piedade para lutar pela causa de Nossa Senhora e da Santa Igreja tão ameaçada nos nossos dias, mesmo quando temos de lutar contra todas as adversidades. Peçamos também a Nossa Senhora que restaure a Cristandade e instaure o seu Reino, para que aqueles valores magníficos que existiram na época do Bem-aventurado Nuno possam voltar a brilhar na sociedade.


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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.

Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.



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