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Festas de Nossa Senhora

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Nossa Senhora de Covadonga - 7 de Setembro

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Seleção Biográfica:

Em 711 os árabes muçulmanos invadiram a Península Ibérica. O Rei Visigodo Rodrigo morreu diante deles no campo andaluz de Guadalete, no sul da Espanha. Assumindo uma posição de resistência à rápida conquista e dominação dos infiéis, Don Pelayo liderou um grupo de cavaleiros valorosos que se retiraram para as montanhas do norte das Astúrias para se recuperar e lutar.

The Virgin of Covadonga

A Virgem de Covadonga

Os árabes consideravam a Espanha um país conquistado e se preparavam para entrar na Gália dos godos quando souberam da revolta dos asturianos. No ano de 722, os mouros enviaram um exército bem treinado sob o comando do General Alkamar com a ordem de destruir Dom Pelayo e seus homens.

Don Pelayo preparou a resistência para enfrentar o grande exército muçulmano na montanha de Alzeba, onde os penhascos ofereciam uma vantagem para os cristãos em grande desvantagem numérica.

Ele colocou seus homens estrategicamente ao longo das falésias, e enquanto eles esperavam que o inimigo avançasse, ele foi para a vizinha Caverna de Covadonga, onde colocou uma imagem de Nossa Senhora e pediu sua proteção especial na batalha que se aproximava.

Os mouros começaram o ataque, atirando flechas contra os soldados cristãos atrás dos penhascos. Mas já, neste primeiro ataque, algo extraordinário aconteceu: as flechas voltaram contra os arqueiros mouros que haviam puxado os arcos, matando-os. Um grupo de cristãos avançou para lutar, enquanto outros atiravam flechas e atiravam pedras e troncos da montanha Alzeba sobre as tropas inimigas.

Depois de um curto período, Solimão, o segundo em comando, caiu morto, a desordem irrompeu no exército e Alkamar deu ordem de retirada.

Naquele momento, uma terrível tempestade começou. O trovão rugiu, relâmpagos iluminaram as encostas escuras e a chuva forte causou deslizamentos de terra que derrubaram pedras e árvores da montanha e caíram sobre as tropas árabes em retirada. Lutando na lama, muitos soldados mouros escorregaram e caíram no rio Deva, onde se afogaram. A Santíssima Virgem fez a própria montanha cair sobre os soldados de Maomé.

The Basilica of Our Lady of Covadonga

A Basílica erguida em homenagem a Nossa Senhora de Covadonga

A batalha de Covadonga foi vencida e Pelayo foi proclamado Rei das Astúrias. Em reconhecimento à milagrosa intercessão de Nossa Senhora, o Rei Afonso I, o Católico (739-757) ordenou que um mosteiro e uma capela fossem construídos no local em homenagem a Nossa Senhora de Covadonga.

Posteriormente, foi substituída por uma grande Basílica consagrada em 1901.

Mesmo os historiadores árabes referem-se a esta batalha com espanto, sem esconder o enorme número de muçulmanos que morreram durante ela.

Comentários do Prof. Plinio:

Qual é a lição que podemos tirar desses fatos?

Os senhores conhecem a desproporção entre o tamanho dos exércitos e os meios em nossas batalhas contra a Revolução. Aqui, a seleção também descreve uma grande desproporção entre os soldados espanhóis e as tropas muçulmanas. De uma perspectiva natural, os católicos estavam completamente perdidos. No entanto, eles não desistiram. Fizeram tudo que podiam para vencer, mesmo que a vitória parecesse impossível. Insisto nesta fórmula: fazer todo o possível para obter uma vitória impossível.

The battle of Covadonga

Os Católicos liderados por Pelayo enfrentam forças muçulmanas superiores

Eles se encontravam numa gruta da montanha que era uma boa base de operações militares. Em preparação para a batalha, alguns foram posicionados ao longo das falésias que lhes ofereciam uma boa defesa; outros estavam no topo da montanha.

Então, quando os mouros avançaram, entraram em batalha contra o agressor com ferocidade. Eles agiram como verdadeiros heróis a fim de alcançar o que era humanamente impossível. Já tinham feito o mais importante: trouxeram consigo uma imagem de Nossa Senhora e colocaram-se sob a sua proteção, pedindo-lhe que lhes desse a vitória que eles próprios não podiam alcançar.

Nesse cenário, depois de terem feito o que era humanamente possível, uma série de milagres ocorreu. Eles estavam jogando pedras e troncos das montanhas em cima dos inimigos que avançavam, bem como disparando flechas contra eles. Então, Nossa Senhora interveio: ela dirigiu as flechas dos mouros para voltar contra si próprios.

Ela enviou uma tempestade que fez as pedras e as árvores da montanha caírem sobre as hostes inimigas. Quem conhece a Espanha tem uma ideia da violência da natureza naquela região montanhosa e pode imaginar uma terrível tempestade com as águas enchendo e o solo rolando pelas falésias da montanha para o vale.

Muito provavelmente, os católicos encontraram refúgio da tempestade na Caverna de Covadonga ou em outros abrigos menores nas montanhas. Com essas ações milagrosas, Nossa Senhora venceu a batalha.

The sanctuary cave of Covadonga

O Santuário na Caverna de Covadonga

Ela exigiu tudo de seus soldados para ganhar uma batalha impossível. Enquanto eles lutavam com todas as suas energias, ela veio e multiplicou suas ações de uma forma milagrosa e venceu a batalha. A vitória foi d’Ela.

A lição é que devemos ter uma perspectiva sobrenatural para visualizar nossa vocação e nossa luta. Devemos fazer o que for necessário para vencer, mesmo quando for impossível. A Divina Providência não nos pede que sejamos cegos para a realidade.

Devemos analisar a situação, e mesmo quando vemos ser impossível vencer esta ou aquela batalha, devemos travá-la de qualquer maneira. Devemos desejar o que a Divina Providência deseja. Devemos acreditar no que é humanamente inacreditável. Devemos estar convencidos de que Nossa Senhora é por excelência a mãe do impossível. Ela nos pede que façamos o que é impossível - Ela tem o direito de nos pedir isso - e Ela virá para conquistar a vitória, depois que fizermos tudo que estiver ao nosso alcance.

Os mouros tomaram toda a Espanha sem uma reação séria até Covadonga porque encontraram católicos espanhóis mornos e medíocres, que só tinham argumentos de bom senso. Eles estavam resignados a não fazer nada exceto o que era razoável. Então, eles foram derrotados e a Espanha foi conquistada.

Quando alguns católicos acreditaram no impossível sob a proteção de Nossa Senhora, o jogo mudou, e a Reconquista começa. Os mouros foram derrotados em Covadonga, mas também foram potencialmente derrotados em toda a Espanha por causa dessa mentalidade desencadeada em Covadonga.

Muitos séculos se passariam antes que os mouros fossem completamente expulsos no século 16. Mas a mentalidade que inspirou a Reconquista foi a mesma que venceu em Covadonga: acreditar no impossível sob a proteção da Virgem.

Devemos pedir a Nossa Senhora a graça de nunca duvidar de uma vitória que temos certeza de que Ela deseja - mesmo que pareça impossível. Devemos fazer tudo o que pudermos para atingir esse objetivo e confiar que Ela dará a vitória final.


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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.

Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.



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