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Santa Macrina, a Jovem - 19 de Julho

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Seleção Biográfica:

Macrina nasceu em 327 em Cesareia, filha mais velha de Basílio e Emélia, neta de Santa Macrina, a Velha, e irmã de São Basílio, São Gregório de Nissa e São Pedro de Sebaste. Sua mãe baseava-se no Livro da Sabedoria das Escrituras para criar seus filhos e costumava cantar o saltério com eles.

An icon of St. Macrina the Younger

Santa Macrina, a Jovem

Aos 12 anos, Macrina estava noiva, mas quando seu noivo morreu, ela decidiu que não se casaria. Ela dedicou sua vida a ajudar a criar bem seus irmãos e a ajudar a mãe. Depois que seus irmãos cresceram e se formaram completamente, eles a chamavam de Macrina, a Grande, como na infância, um sinal do alto respeito que tinham por ela.

Quando ficou gravemente doente e estava perto da morte, São Gregório de Nissa foi vê-la. Ele a encontrou deitada em uma placa de madeira e usando um cilício. Ele cuidadosamente a levantou e a colocou em uma cama.

Ela vendo que sua última hora estava chegando, lembrou-se de todas as coisas boas que Deus lhe havia dado durante sua vida e lhe deu glória dizendo:
“Oh Senhor! Tu destruíste o medo da morte. Por causa do teu sacrifício, a vida verdadeira começa quando a vida atual termina. Dormiremos um pouco e depois, ao som da trombeta, ressuscitaremos. Tu nos salvaste da maldição do pecado, resgatando-nos do pecado e de sua maldição.”
Beijando um crucifixo de ferro que continha as relíquias da Cruz do Salvador, que ela sempre tinha perto dela, Santa Macrina morreu serenamente no ano 379, tendo sido enterrada ao lado dos pais.

Comentários do Prof. Plinio:

Essa seleção parece um pouco escassa, uma vez que apenas nos diz os nomes de seus pais e irmãos, e que ela ajudou a criar os últimos irmãos. Depois, ela morreu piedosamente.

A medieval depiction of a lady enjoying a harmonious life at home

Uma senhora apreciando a harmonia de seu jardim - Recueil de miniatures, século 15

Deixe-me ver se essa escassez pode ser preenchida com algumas considerações sobre a vida feminina sugerida por Santa Macrina.

Até a explosão do movimento feminista logo depois da Primeira Guerra Mundial, havia uma ideia sobre o estilo de vida feminino que deveríamos conservar e enfatizar, sobretudo nesta época em que o modo de vida unissex nojento foi aceito.

Essa ideia nasce de uma verdade muito elementar: mulher e homem são muito diferentes, mesmo que ambos façam parte do mesmo gênero humano. Portanto, eles têm papéis diferentes na vida.

É apropriado que o homem supra as necessidades da família e trabalhe para ganhar meios suficientes para isso. Para a mulher, é apropriado ficar dentro de casa e providenciar ao homem uma casa acolhedora e ordenada, um verdadeiro tesouro.

Ou seja, a mulher deve ter filhos e criá-los bem. Depois que a educação das crianças é concluída e eles se casam, o papel da mulher é ser o centro natural da família. Sua casa se torna o ponto de encontro dos filhos e netos. Portanto, é normal que ela passe a vida dentro de casa.

Não estou dizendo que a mulher deva viver em uma espécie de harém muçulmano, nunca saindo. Mas estou apoiando a ideia de que sair todos os dias não é apropriado para uma dama com um autêntico espírito feminino.

O lugar onde uma mulher encontra seu entretenimento e completa a sua personalidade é sua própria casa. Como extensão, ela também visita as casas de parentes próximos e amigos especiais. Ela deveria visitá-los frequentemente, mas não todos os dias.

O que a dama deve fazer dentro de sua casa? Ela deveria receber seus filhos e netos, cuidar do lar, levar uma vida calma, serena e rezar. A natureza de uma mulher exige recolhimento, calma e tranquilidade.

The Duo, Jacob Maris

A lembrança de um lar bem formado permite uma formação adequada para as crianças -The Duo, pintura de Jacob Maris

Enquanto a natureza de um homem exige que ele saia de casa, participe de atividades e batalhas, a natureza de uma mulher pede esse estilo de vida recolhida, pois ele oferece circunstâncias para que ela salve sua alma e se torne uma santa.

Até o movimento feminista, essa era a maneira tradicional de ser para as mulheres. Era normal as mulheres não saírem de casa. Saíam para ir à Missa de domingo e fazer algumas visitas.

As filhas que queriam se casar costumavam sair um pouco mais, muitas vezes para fazer compras ou para uma festa pouco frequente e muito respeitável. Caso contrário, sua vida normal girava em torno da casa.

Esse modo de vida permeado de calma e piedade poderia levar uma dama com o espírito adequado a um alto nível de santidade.

De qualquer forma, esse estilo de vida tranquilo tendia a levar à formação de sólida virtude feminina, o que fazia da mulher o eixo moral de toda a família. Os senhores podem ver que provavelmente era assim que Santa Macrina vivia.

Ela cumpriu sua missão na terra ajudando a criar três santos para a Igreja e transmitindo a eles a educação que recebeu de seus pais, que também eram santos. Ela era, portanto, uma espécie de funil através do qual a santidade passava de dois reservatórios de santidade para três outros.

Ficou em casa, levando uma vida normal, cuidando de seus afazeres, cozinhando, dirigindo os servos e dedicando boa parte de seu tempo às orações. Ela fez tudo isso com um espírito sobrenatural e se tornou uma grande santa.

Por esse motivo foi um modelo para aquelas senhoras que deveriam viver vidas santas normais. Ela também representa o oposto da agitação frenética do estilo de vida de hoje que é contrária ao espírito feminino.

A seleção mostrou como o fim de sua vida foi coroado com muitas graças:

Primeiramente, foi coroada pela presença de São Gregório de Nissa, que a ajudou em seus últimos momentos.

A painting of a mother and daughter in a courtyard by Pieter de Hooch

A vida calma dos tempos passados está nesta cena do pátio de Pieter de Hooch

Depois, ela disse aquelas belas palavras antes de morrer. Eram palavras de fé, de uma pessoa que sabia que sua vida não estava realmente terminando, mas que seu corpo ressuscitaria de suas cinzas no fim do mundo. Ela também confiava na Divina Misericórdia de que seria recebida no Céu.

Por fim, ela morreu com o consolo de ter um Crucifixo com uma relíquia da Cruz de Nosso Senhor nas mãos.

O objetivo da civilização cristã, de certo ponto de vista, é criar um estado de coisas no qual tudo convida à prática da virtude e trabalha contra a prática do vício. É precisamente o oposto da civilização moderna, onde tudo convida à prática do vício e trabalha contra a prática da virtude.

Civilização cristã criada para dar condições a Santa Macrina de andar livre ao longo do caminho rumo ao Céu. Não estou dizendo que isso facilita o caminho para o Céu, porque nunca é fácil.

Pergunta – O Senhor poderia explicar por que a vida contemporânea se opõe à natureza das mulheres?

Imagine um homem que, por causa de um infortúnio crucial, tenha de aceitar um trabalho que consiste em cozinhar para crianças, servir suas refeições e brincar com elas o dia todo para distraí-las. Esse homem pode se tornar efeminado se não lutar contra a tendência ao feminino que existe naquele ambiente, porque exercer esse papel é contrário à sua natureza masculina.

Women using welding torches

Durante a Segunda Guerra Mundial, as trabalhadoras soldavam armações com tochas de acetileno. A menos que elas lutassem contra isso, elas poderiam facilmente se tornar masculinizadas

O oposto também é verdade. O movimento feminista tirou a mulher de casa, insistiu que ela fosse a toda parte e fizesse o que normalmente os homens deveriam fazer - estudos, atividades comerciais com a busca obsessiva de obter lucro em tudo.

A primeira coisa que é contrária à natureza da mulher nesse processo é que ela perde sua pureza. Antigamente, mesmo com as mulheres muito mais modestamente vestidas, uma dama nunca saía de casa sem uma companhia, outra dama, uma criança, uma criada. Por quê? Para proteger sua pureza.

Não era porque ela estava sob suspeita de se encontrar com um homem e cair em pecado, mas para guardar o precioso tesouro de sua pureza e prestar testemunho público disso. Ela precisava sentir essa proteção porque sua natureza é delicada e o tesouro de sua pureza não tem preço.

Hoje, pelo contrário, as mulheres vão a toda parte e esse sentimento de pureza desapareceu em inúmeras famílias. Mesmo quando não estão tendo reuniões ilícitas ou cometendo más ações, o fato de saírem sozinhas sem nenhuma companhia abre a porta para suspeitas verdadeiras ou imaginárias, e sua reputação pode sofrer.

Essas más consequências foram sabiamente evitadas no passado por causa do bom protocolo em vigor para as mulheres. Como as crianças podem ser moralmente bem-educadas e equilibradas psicologicamente quando há suspeita quanto à pureza de sua mãe? Como uma mulher pode ser respeitada quando ela não se importa em preservar sua reputação? Essa confiança de seus filhos e o respeito à sociedade são indispensáveis para uma mulher desenvolver sua personalidade adequadamente.

Couples doing rock dances in the 1950s

A liberdade de ir a qualquer lugar traz como consequência a perda da boa reputação de uma mulher

Depois vieram os estudos e carreiras para as mulheres. Não estou dizendo que as mulheres não devam estudar. Mas acho que elas deveriam escolher estudos adequados à sua natureza. Também não estou dizendo quando há uma necessidade imperativa, as mulheres não devam trabalhar.

Se for uma necessidade, elas deveriam, mas devem estar sempre lutando para evitar assumir as características masculinas do local de trabalho que distorcem sua natureza feminina. Assim que não houver mais necessidade, ela deve abandonar esse trabalho.

Todas essas considerações sobre a delicadeza das mulheres não significam que eu pense que as mulheres sejam apenas sentimentais, sem nenhum exercício da razão.

Mulheres, como homens, são criaturas racionais. Portanto, elas devem ser pessoas de princípios, como a mulher forte das Escrituras. Como Santa Teresa de Ávila, que muitas vezes terminava cartas com suas filhas religiosas com este conselho: “Hijas mias, no sed mujericas” [Minhas filhas, não sejam mulherzinhas tolas].

Essas são algumas considerações inspiradas na vida de Santa Macrina, uma mulher de princípios que foi chamada Macrina, a Grande, por seus irmãos santos.


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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.

Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.



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