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Papa São Pio I - 11 de Julho

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Seleção Biográfica:

São Pio I (140-155) nasceu na cidade de Aquilea, sucedeu Santo Higino (136-140) na Sé Apostólica. Ele era amigo de São Policarpo de Esmirna e São Justino, o Apologista, que lutaram contra a heresia gnóstica que estava contaminando a Igreja.

São Pio I exigiu o maior respeito pelas espécies consagradas do Pão e Vinho na Eucaristia. Fez um decreto especial prescrevendo que, se um padre negligente deixasse cair uma gota do Sangue Precioso no chão, ele teria que fazer 40 dias de penitência. Se o Sangue Precioso fosse derramado no altar e não no chão, a penitência seria entre 3 e 9 dias, dependendo da quantidade derramada.

Um dos lugares onde São Pedro e São Paulo trabalharam, o palácio de Santa Pudenciana, foi transformado pelo Papa Pio I em uma igreja. Depois de governar a Igreja Católica por 15 anos, São Pio I sofreu o martírio sob Marco Aurélio.

Comentários do Prof. Plinio:

Pode-se ver que São Pio I era um papa que exerceu suas funções durante o período das perseguições romanas. Assim, ele conta entre os primeiros papas que foram associados ao admirável trabalho da organização interna da Igreja. Este é um ponto muito importante que historiadores e estudiosos costumam ignorar.

St Pius I

São Pio I
Durante as perseguições, mesmo quando estava sendo pisada e ferida, mesmo quando se encontrava derramando sangue em todas as suas partes, a Igreja Católica continuou a se organizar.

Depois do decreto de Constantino que dava liberdade à Igreja, saiu das catacumbas e podia-se admirar sua organização completa e perfeita: possuía uma hierarquia, uma lei exata da Igreja, todas as suas estruturas estavam feitas, sua liturgia definida e uma riqueza de doutrina estabelecida.

Desde que São Pedro e São Paulo chegaram a Roma até o momento em que a Igreja deixou as catacumbas, significa que um enorme trabalho de organização foi realizado.

A Igreja Católica apareceu como a primeira entidade da História reivindicando um caráter universal. Até então, essa ideia era absurda. Todas as religiões existentes e outras organizações foram limitadas pelas fronteiras do Estado. A Igreja reivindicou essa universalidade naturalmente, com sabedoria e bom senso. Ela emergiu das catacumbas já com seu caráter universal e continuou naturalmente porque tudo já estava preparado para isso.

Isso significa que, mesmo sofrendo perseguições, Ela não era obcecada por aquilo que sofria. Ao mesmo tempo, Ela construía serenamente sua magnífica estrutura. Alguém poderia pensar que o desenvolvimento do corpo da Igreja precisaria ser feito em paz e tranquilidade, que homens perseguidos nunca poderiam fazer isso. Mas o oposto aconteceu.

Durante esse período, aqueles homens ameaçados, perseguidos, sob constante risco de serem levados aos tribunais romanos e de receberem o martírio, nunca deixaram de pensar, rezar e tornar a Igreja mais perfeita. Aqui um ponto de doutrina foi polido, uma parte da liturgia foi aprimorada, ali um novo costume estava sendo estabelecido.

Considerando essa serenidade e calma, lembra-se a serenidade e a calma dos mártires na arena. Essa tranquilidade antes da morte estava presente no momento trágico em que eles estavam enfrentando feras e torturas. Isso foi consequência de um estado de espírito promovido pela Igreja Católica que os manteve em constante estado de confiança e calma.

Isso também explica por que eles foram capazes de construir calma e serenamente, pedra por pedra, a instituição extraordinária que eles edificaram.

Emperor Constantine

Um tecido precioso representando o Imperador Constantino, cujo famoso decreto deu liberdade à Igreja. Ela emergiu das catacumbas com uma estrutura e organização estabelecidas

O estado contemplativo também nasceu na Igreja como outra consequência das perseguições. Muitos católicos, fugindo das perseguições do Império romano pagão, encontraram refúgio no deserto. Lá eles começaram a habitar na solidão, vivendo vidas de oração e sacrifício, que se tornaram a vida eremítica da contemplação.

Aqui então se vê o admirável panorama da vida da Igreja naquela época: o número cada vez maior de mártires, o apostolado da Igreja se estendendo a todos os cantos, seu espírito de lembrança dando origem a um estado contemplativo florescente. Foi um crescimento e desenvolvimento admiráveis.

Por trás de todas essas iniciativas estava a presença do Espírito Santo. A Igreja Católica Romana é mais do que uma sociedade de pessoas definidas - Papa, Bispos, Clero e fiéis. Este é o elemento humano da Igreja. Mas há também o que se chama espírito da Igreja. Esse espírito é a continuidade na Igreja de uma mentalidade determinada, uma sabedoria determinada, uma fé determinada e uma virtude determinada, que existe não por uma obra do homem, mas por um fator sobrenatural: esta é a ação do Espírito Santo.

Por meio dessa ação, bons católicos em todos os lugares, em todos os séculos, se entendiam, se conheciam e se apoiavam. Eles tinham uma única mentalidade e, quando morreram, outros vieram e os sucederam com o mesmo espírito.

Hoje, os fiéis que entendem e amam essa mesma instituição, virtude e tradição têm esse espírito e representam essa continuidade. Os senhores certamente viram o fogo queimando à noite, quando as chamas são mais facilmente vistas. De vez em quando, uma faísca dispara do fogo, voa alto acima dele e depois cai novamente no meio da madeira queimada.

Os bons católicos de quem falei são como aquelas faíscas no fogo. Em meio à atual crise da Igreja, essas faíscas brilham com a luz da Igreja, com a luz que a Igreja tinha antes do Concílio, e elas voam e devolvem sua luz e sua própria existência após sua restauração. Espero que façamos parte desses católicos. Nossa alegria é fazer parte da Igreja Católica. Qualquer coisa boa em nós vem de pertencermos a Ela, que é um templo do Espírito Santo.

Existe certa analogia entre os fiéis da época de São Pio I e os fiéis de hoje. Os bons católicos de hoje não sofrem uma perseguição sangrenta. Em vez disso, eles enfrentam uma perseguição sem sangue e são maltratados de várias maneiras.

Nossa Senhora os ajuda, e eles continuam construindo suas obras pedra por pedra no mesmo espírito, até o momento em que Nossa Senhora escolherá sua glorificação, e o Reino de Maria será estabelecido.

Então os futuros católicos verão que, mesmo em meio aos piores tormentos da História, que é a crise atual, a Igreja continuou a viver, a progredir, a dar bons frutos e, além disso, Ela continuou sendo a mesma. Estas são as considerações sobre a festa de São Pio I que posso lhes oferecer.


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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.

Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.



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