São Beda, o Venerável, Santo de 27 de maio

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O Santo do Dia

São Beda, o Venerável - 27 de Maio

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Seleção Biográfica:

Beda, o Venerável

São Beda é confessor e doutor da Igreja. Ele rivalizou com Santo Isidoro de Sevilha como um dos homens mais sábios e ilustres de seu tempo. Como sua grande santidade foi amplamente reconhecida durante sua vida e ele não podia ser chamado de santo, ele era conhecido como Beda, o Venerável. O nome foi conservado após sua morte e canonização. Ele nasceu em 672 em Jarrow, nas fronteiras da Inglaterra e Escócia, e morreu em 735.

Comentários do Prof. Plinio:

Dado que essa seleção é muito curta, comentarei o título de venerável conferido a São Beda. O que significa venerável? Quando se pode dizer que uma pessoa é venerável?

Primeiro, venerável era um título de honra atribuído pela Igreja a uma pessoa cujo processo de canonização estava em andamento. A aplicação deste título variou ao longo dos séculos. Por algum tempo, uma pessoa cujo processo foi introduzido foi chamada venerável. Mais tarde, a Igreja substituiu isso pelo título de servo de Deus para se referir à primeira etapa do processo de canonização.

Os próximos níveis desse processo são beatificação e canonização. A pessoa foi beatificada e recebeu o título de beato depois que a Igreja examinou exaustivamente sua vida e obra e concluiu que a pessoa praticava virtudes teologais e cardeais em grau heroico. Também foi necessário um primeiro milagre para ser declarado beato. Como a beatificação incluía uma certeza moral de que a pessoa estava no céu, a Igreja costumava permitir algum tipo de culto no local em que a pessoa havia vivido ou exercido influência, por exemplo, sua cidade ou ordem religiosa.

A pessoa foi canonizada e declarada santa, o último passo, quando novos milagres, geralmente dois em número, foram verificados. Quando eles foram confirmados por um conselho de estudiosos, a pessoa foi canonizada, ou seja, ele (ou ela) foi declarado santo e apontado como um modelo para os Católicos e apresentado para o culto da Igreja universal.

Venerável foi utilizado, portanto, para alguém cujo processo havia sido introduzido. Nos bons tempos - antes do Vaticano II - quando tudo era sério, a palavra significava que a pessoa era digna de grande consideração e respeitabilidade, em uma palavra, digna de veneração. Já era uma grande honra ter o nome introduzido para o processo de canonização.

Segundo, no uso comum, sem qualquer implicação canônica, pode-se dizer que uma pessoa é venerável em muitos casos. Deixe-me dar alguns exemplos:

Um homem ou mulher é chamado venerável quando avançado em anos conserva a seriedade e a dignidade que essa idade exige. Por isso, veneramos um homem de 80 anos que sempre cumpriu seus deveres na formação de sua numerosa família. Chamá-lo de venerável significa que sua prática longa e contínua dessas virtudes gera respeito.
Um homem que demonstrou comportamento heroico em combate ou um general que venceu muitas batalhas também merece ser chamado de venerável, porque esses homens realizaram ações valiosas que merecem respeito. Em princípio, qualquer pessoa que arrisque sua vida pela Igreja ou pelo Estado realizou uma ação notável e é venerável a esse respeito.
Outro exemplo seria uma mulher religiosa que cuidava dos leprosos por um longo período, correndo o risco iminente de ser contaminada pela doença. Nós a chamamos de venerável por seu longo serviço altruísta.

Portanto, no uso comum, o venerável é usado para a pessoa que tem uma extraordinária vontade, temperamento de espírito e constância que lhe permitiram exercer um comportamento correto por um longo período, mesmo diante de circunstâncias adversas e com o risco de vida, saúde e conforto.

Esta estátua imponente de São Bento é um bom exemplo de venerabilidade

Essa pessoa inspira uma admiração especial naqueles que lidam com ela. Eles sentem que a justiça exige que lhe prestem algum tributo de respeito.

Esse tipo de respeitabilidade resulta da seriedade, força e abnegação. Para alcançar um nível tão alto de cumprimento de seus deveres, a pessoa deve ter sido séria, forte e abnegada.

Um bom exemplo de venerabilidade pode ser encontrado na estátua de São Bento, localizada no centro de São Paulo, fora do grandioso Mosteiro de São Bento. A estátua de São Bento fica ao ar livre olhando a cidade que se mexe e passa a seus pés. Ele foi retratado nos anos sessenta ou setenta, com uma grande barba longa e um bastão de pastor na mão. Sua pessoa inspira meditação, pensamentos profundos, seriedade e estabilidade. Ele é a imagem fiel do venerável patriarca.

Infelizmente, grande número de estátuas que temos em nossas igrejas não inspira veneração, devido ao estilo sentimental delas, influenciado pelo movimento sulpiciano do século 19, ou ao estilo moderno que foi imposto em todos os lugares após o Concílio. Mas ainda podemos encontrar estátuas veneráveis dignas de nossa admiração aqui e ali.

Como eu gostaria de conhecer pessoalmente São Beda, o Venerável! Eu o imagino usando um longo hábito beneditino, com uma voz grave comunicando sabedoria. Eu o imagino como um homem grandioso como uma catedral. De joelhos diante deste homem venerável, gostaria de pedir aos senhores e a mim um pouco da venerabilidade que ele tinha, porque sem algum tipo de veneração, ninguém pode ser verdadeiramente católico.


Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.

Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.