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Festas de Nosso Senhor

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Epifania de Nosso Senhor - 6 de Janeiro

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

A festa da Epifania, a adoração de Nosso Senhor em Belém pelos “Reis Magos do Oriente” (Mateus 7), mostra-nos o valor da representação e simbolismo nos planos da Divina Providência.

the Three Magi

Os Três Reis representavam os povos gentios que viriam adorar a Cristo
Geralmente se diz que os Reis Magos adoraram Nosso Senhor como representantes dos povos gentios. Também é comum se dizer que eles eram magos porque representavam a sabedoria antiga do Oriente prestando homenagem a Nosso Senhor Jesus Cristo. Magus, uma palavra derivada do grego, significa um homem de grande sabedoria. Os Reis Magos vieram de diferentes partes do mundo para adorar Nosso Senhor como um sinal de que todas as nações foram chamadas à luz da Fé.

Muitos progressistas e protestantes expressaram dúvidas de que eles fossem reis. Não vejo razão para tal dúvida, pois as Escrituras predisseram que reis de diferentes partes do mundo iriam adorar o Messias (Salmo 2,10-12; 71,10-11; Is 60,11; 62, 2).

De qualquer forma, eles eram homens de diferentes raças, representando o mundo antigo e a sabedoria antiga, que foram adorar Nosso Senhor e lhe prestar homenagem com presentes de ouro, incenso e mirra. Eles viajaram para Belém movidos por uma causa muito nobre.

De acordo com suas sábias previsões, e um chamado interior que receberam de Deus, eles sabiam que o Messias havia nascido. Este chamado interior mostra-nos que o próprio Deus os escolheu como representantes dos povos gentios. Eles cumpriram a vocação para a qual foram chamados e, na Epifania, prestaram homenagem a Nosso Senhor.

Cada Rei que estava presente na Manjedoura ajoelhado diante do Divino Infante representava sua fidelidade pessoal, é claro, mas ele também representava a fidelidade de todos os Reis do passado, bem como de todos os futuros Reis da História. Eles eram apenas três, mas cumpriram essa representação.

holy women meet Christ

Nossa Senhora e os que seguiram a Cristo na Paixão representam todos os fiéis através dos tempos
Encontramos algo semelhante na Paixão e ao pé da Cruz. Nossa Senhora, São João e as Santas Mulheres representavam todos os que haviam sido, foram ou seriam fiéis através dos tempos.

Por exemplo, cada alma fiel que haveria na História estava representada no ato de Verônica limpando a Santa Face de Nosso Senhor. O seleto grupo que foi fiel naquela ocasião solene representou todo o gênero de pessoas fiéis.

Podemos perguntar se podemos aplicar essa regra a nós mesmos. Hoje, a Igreja Católica é humilhada por suas próprias autoridades, é perseguida pelo progressismo dentro de seus muros, está imersa na mais completa confusão que ela experimentou na História.

Somos apenas alguns que querem permanecer fiéis à Igreja como ela sempre foi e a restaurar à sua glória passada. De certa forma, representamos fidelidade, pureza, ortodoxia, coragem e espírito de iniciativa e de luta no exato momento em que o mundo inteiro pressiona todos a desistir, a dar um passo atrás, a fugir.

A quem estamos representando? Nesta nova crucifixão de Nosso Senhor, que é a crucifixão da Igreja, representamos os fiéis do passado que descansaram na paz do Senhor e amaram a Igreja.

Se São Gregório VII, São Luís de França, São Fernando de Castela, São Luís Grignion de Montfort ou Beato Nuno Alvares tivessem em seus tempos a crise pela qual a Igreja está passando hoje e as poucas almas que permanecem fiéis, eles teriam nos abençoado.

Eles se considerariam nossos companheiros e sentiriam um alívio pelo fato de ao menos haver um pequeno número fazendo o que eles gostariam de fazer.

Também estamos representando aquelas almas fiéis desconhecidas dispersas por todo o mundo hoje que são opressas pelo progressismo dentro da Igreja e para ser fiéis não sabem o que fazer ou para onde ir. Elas gostariam de fazer o que estamos fazendo.

Finalmente, estamos representando aqueles que virão no futuro e que ficarão entusiasmados quando olharem para trás e virem o que fizemos agora. Eles desejariam ter podido estar conosco agora para nos ajudar.

Baptism of Clovis Reims

Clovis e seus guerreiros representavam uma fidelidade militante a Nosso Senhor - Museu St. Remi, Reims
Na História, algumas dessas representações são bastante impressionantes. Por exemplo, quando São Remígio ensinava ao Rei Clóvis e seus homens a Fé Católica e prepará-los para o batismo, ao ouvir falar da Paixão de Nosso Senhor, Clóvis bradou enquanto batia sua lança no chão dizendo: “Quisera ter estado lá com os meus francos para evitar tal injustiça!”

Enquanto ele falava, seus guerreiros francos batiam suas lanças no chão para dar a aquiescência deles. Eles não sabiam, mas, em certo sentido, estavam presentes na Paixão. Pois, durante esta, Nosso Senhor previu a ação de Clóvis e seus francos, e isso Lhe deu consolo.

Existe, portanto, um tipo de reversibilidade da ação para além do tempo, pelo qual todas as fidelidades passadas e futuras convergem em uma única cena grandiosa que as representa todas.

Hoje, Nossa Senhora é como uma prisioneira que é insultada e maltratada pelos homens, e especialmente pelas autoridades religiosas progressistas. Ela veio alertar a humanidade em La Salette e Fátima sobre essa apostasia geral na Igreja. Suas palavras não foram ouvidas. Ela também chorou em vários lugares – Siracusa, Rocca Corneta, Nova Orleans, Granada.

Suas lágrimas imploram aos poucos que permanecem fiéis para salvá-la do horrível sofrimento dessa paixão da Santa Igreja. É uma honra ser chamado para agir nessa hora extraordinária.

Se correspondermos a esse chamado, limparemos a face sagrada de Nossa Senhora, como Verônica fez por Nosso Senhor, e representaremos cada alma fiel ao longo da História. Esta doutrina de como poucas pessoas podem representar um gênero inteiro, que vemos na adoração dos Três Reis Magos, deve nos encorajar.

Peçamos a eles, que por certo estão no Céu com Nosso Senhor, para nos dar a coragem de que precisamos:
* a coragem de ficarmos sós, como eles ficaram em relação ao mundo pagão;
* a coragem de esperarmos pelo aparecimento de uma estrela, o sinal de que chegou a hora de Deus para realizarmos a Sua vontade;
* e a coragem de a realizar imediatamente e com total fidelidade, como eles fizeram.

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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.

Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.



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