Preservar os animais em extinção conserva a imagem de Deus que eles representam |
1. Pergunta: Qual é sua opinião sobre ecologia?
Resposta: Esta palavra geralmente foi entendida em apenas um sentido, que é revolucionário. Eu acho que é um dever para nós, verdadeiros católicos, não permitir que essa bandeira seja levantada exclusivamente pelo lado errado. Este é o pressuposto que tenho quando enfrento este tópico da ecologia.
2. Pergunta: Quais são os aspectos positivos da ecologia?
Resposta: Eu posso lhe dar vários:
A. O esforço para preservar o ambiente natural, animais em perigo de extinção, etc., pode ser entendido de uma maneira boa como a preservação da imagem de Deus refletida em inumeráveis aspectos da Criação.
B. Os esforços feitos para conter os maus efeitos da Revolução Industrial sobre o ambiente natural também têm uma boa interpretação. Na realidade, a poluição proveniente de fábricas e veículos motorizados causou problemas para a saúde humana e até mesmo um desequilíbrio indiscutível nos próprios elementos naturais (terra, água, ar).
Vale a pena preservar a pureza de magníficas cachoeiras
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Vale a pena preservar a terra dos problemas causados pelo lixo nuclear, a poluição de rios e lagos por elementos químicos provenientes de fábricas ou esgotos, a contaminação dos oceanos causada por derrames de petróleo e a degradação do ar do conjunto planeta causado pela fumaça industrial. Alguns defendem também a teoria muito disputável sobre a camada de ozônio que causaria um aquecimento global ao elevar a temperatura no Polo Norte e causar um degelo geral. Eu tenho minhas reservas em relação a isso.
C. Se tivéssemos a preservação da imagem de Deus em inumeráveis aspectos da Criação (A), e se tivéssemos um ambiente livre dos problemas causados pela Revolução Industrial (B), acredito que teríamos melhores condições para restaurar a Cristandade na terra.
3. Pergunta: Quais são os aspectos negativos da ecologia?
Resposta: Eu também posso lhe dar muitos:
A. Na luta contra os aspectos negativos da Revolução Industrial, os ecologistas de hoje empregam um método que não distingue os remanescentes da sociedade orgânica que ainda permanecem em nosso establishment social e econômico ocidental, como o direito de propriedade, livre iniciativa, as sociedades intermediárias ainda existentes - famílias, grupos profissionais, universidades, hospitais, organizações de caridade, o exército, etc.
Um pássaro salvo de um derramamento de óleo nas margens da Espanha |
Juntamente com a defesa do meio ambiente, os líderes do movimento verde atacam o conjunto da sociedade ocidental como um mal. Fazendo isso, eles prejudicaram direta ou indiretamente esses princípios e esses corpos orgânicos intermediários.
B. Além disso, em nome da ecologia, o ideal de uma nova sociedade universal está sendo disseminado. A principal característica dessa sociedade é sua propriedade global. Em nome da proteção ambiental, está se tornando comum declarar este parque, essa ilha, essa floresta, essa cidade histórica como patrimônio da humanidade.
Chernobyl: uma precipitação radioativa 400 vezes maior que Hiroshima |
O que é essa declaração de patrimônio comum, mas o primeiro passo para estabelecer uma propriedade universal única? No entanto, essa característica carrega em si os mesmos defeitos de propriedade estatal que governaram nos países comunistas até 1989, e que ainda estão em vigor em muitos países comunistas que não mudaram seus regimes. Mas há a circunstância agravante de que essa propriedade global naturalmente tende a multiplicar os defeitos da propriedade estatal.
C. Com a metamorfose do comunismo após 1989, os partidos comunistas de vários países mudaram seus nomes e adotaram programas ecológicos. Segundo eles, a ecologia seria a continuação natural do comunismo. Na verdade, eles estão certos porque a propriedade estatal do comunismo se apresenta como uma fase transitória para a propriedade universal, propriedade compartilhada por todos em um sistema de autogestão. Um dos primeiros artigos da Constituição da antiga URSS apontava exatamente para esse ideal.
A poluição perturba o equilíbrio na natureza
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D. Da mesma forma, alguns dos líderes mais importantes da Teologia da Libertação mudaram sua ênfase na luta pelo comunismo. Hoje, sem renunciar a essa luta, muitos deles, como os brasileiros Leonardo Boff e Frei Beto, assumiram a bandeira da ecologia.
E. O movimento verde também se apresenta como a saída natural para o movimento hippie. No movimento hippie, que alcançou grande notoriedade nos anos 60 e 70, havia duas trajetórias:
Primeiro, o caminho hippie violento que queria destruir o establishment burguês a fim de instalar uma sociedade anárquica com matizes satanistas. Sua expressão mais característica foi encontrada em Charles Manson e no famoso crime de Sharon Tate que ele inspirou.
Segundo, havia a trajetória hippie pacifista: depois de ter se diluído e penetrado nos costumes de todo o ocidente, reapareceu nos movimentos ecológicos de hoje. Em minha opinião, o movimento Greenpeace é uma continuação característica da onda hippie pacifista.
F. A defesa de animais, plantas, os elementos naturais da vida (ar, terra, água) pode ter e frequentemente tem um substrato panteísta. O panteísmo afirma que não existe um Deus individual, transcendente a todas as criaturas, mas um deus coletivo e imanente. Segundo essa doutrina, deus estaria presente substancialmente em tudo. Todas as coisas seriam parcialmente divinas e mereceriam certo grau de adoração. Hoje é comum ouvir a expressão “Mãe Natureza”, ou Gaia, que é o nome da natureza considerada como uma divindade. Uma das expressões mais conhecidas desse panteísmo é o budismo, que está encontrando crescente aceitação no Ocidente.
Assim, a ecologia é também um veículo para uma concepção do universo e um culto à natureza diferente do que estamos acostumados. Essas concepções são altamente revolucionárias. Se você vai à Internet para a Rede Global de Ecovilas, você pode ver que junto com a ecologia está promovendo o budismo.
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Uma espécie de altar que diviniza a Terra foi criada na cerimônia
de abertura da Cúpula da Terra em 2002, em Joanesburgo, África do Sul
Actualite des Religions, outubro de 2002
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