Resenhas de filmes
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Distorcendo a Mensagem de Fátima
para se ajustar ao Progressismo
Salwa Bachar
Não fiel à verdadeira mensagem ou aparições de Fátima
Apesar da garantia de precisão de Pontecorvo, Fátima apresenta uma história flagrantemente incompleta e incorreta das aparições de 1917 e das mensagens subsequentes à Irmã Lúcia. Incorreto no sentido de que contém omissões preocupantes - particularmente o da Consagração da Rússia, que ainda não foi feita – e o acréscimo de coisas que nunca foram ditas ou nunca aconteceram na história de Fátima, tudo para atender ao Progressismo.
Paz sem conversão
Com efeito, ao longo do filme, não há menção à consagração da Rússia, que foi uma das principais razões para que Nossa Senhora de Fátima apareceu aos pastorinhos; ela também pediu a conversão, omitida no novo filme supostamente abrangente.
Nossa Senhora avisou que se a Rússia não fosse consagrada como ela pediu, ela espalharia seus erros por todo o mundo. Na verdade, o Comunismo se espalhou por toda parte - deixo de lado os erros da cataléptica Igreja Cismática Russa, incapaz de qualquer expansão e, na verdade, uma marionete do Comunismo – Europa, Ásia (especialmente China), África, América Latina e mesmo da América do Norte no século 20. Nos últimos 50 anos, muito do sucesso mundial do Comunismo se deve à propagação da Teologia da Libertação (Comunismo borrifado com água benta), bem como da Ostpolitik Conciliar do Vaticano.
A mais recente queda do mundo em bloqueios de negócios totalitários do Coronavírus e prisões domiciliares e os distúrbios da Antifa / BLM em nosso país são uma expressão perfeita da infiltração do Comunismo nos Estados Unidos. Mas, na mente do co-diretor de Fátima, Dick Lyles, o Comunismo não existe mais porque caiu em “extinção” no início da década de 1990, após o colapso do Muro de Berlim (nota 5:55 nesta entrevista aqui).
A jovialidade dos personagens do filme contrasta com a seriedade das crianças reais, abaixo
Dick Lyles confirma este pensamento: “Não precisamos da Terceira Guerra Mundial para demonstrar que podemos trazer a paz, há muitas oportunidades de paz em nossas casas, nossos bairros, nossas comunidades e na nação, só temos que conseguir as pessoas focar nisso e dizer 'é hora de todos nós começarmos a ser instrumentos dessa paz,' no espírito de Fátima.”
Nossa Senhora de Fátima prometeu a paz, mas com uma condição: que o Papa, em união com todos os Bispos do mundo, consagrasse a Rússia ao seu Imaculado Coração e a sua subsequente conversão. Ela não prometeu "paz a todo custo.”
Paz verdadeira, como explicado pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, é tranquilidade da ordem. Sem ordem - sem a Igreja e a sociedade perfeitamente ordenadas a Deus e o cumprimento dos seus mandamentos - não pode haver paz verdadeira, nem acordo entre o bem e o mal, nem Reino de Maria (a era de paz prometida por Nossa Senhora).
Assim, ao sugerir que "paz e amor" é a mensagem de Fátima, os cineastas estão a promover os ideais hippies em vez da verdadeira intenção do pedido de Nossa Senhora de "consagração, penitência e conversão;" é uma clara adulteração de sua mensagem autêntica.
Exemplos de pacifismo no filme
Essa ideia progressista de paz a todo custo e tolerância ao erro está presente em todo o filme.
Em uma das primeiras cenas, quando a Irmã Lúcia (o segundo) está falando com um jornalista ateu fictício, ela diz: “Sempre fui fascinada por opiniões opostas às minhas.” Implícito por trás dessa afirmação, que certamente nunca teria sido proferida pela verdadeira Irmã Lúcia, parece estar uma aprovação do pluralismo religioso – a ideia de que toda religião agrada a Deus - um princípio básico do Progressismo que é contrário à Fé Católica.
Um pároco progressista que afirma: 'conhecimento significa tolerância'
Mais tarde, quando o prefeito remove à força os Católicos da igreja local, o pároco começa a discutir com ele. Ele o lembra que a mãe do prefeito costumava ir à igreja com frequência, e o prefeito lhe diz: “Minha mãe era analfabeta, infelizmente para você eu não sou. Eu sou diferente." O padre responde com a frase de efeito, "conhecimento significa tolerância!”
Esta discussão e a sua conclusão têm um claro tom anticlerical / Maçônico. É triste ver os diretores usando Fátima para espalhar esses erros progressistas.
Como observou Atila Guimarães em sua Coleção, a definição do espírito do Vaticano II é a tolerância ao erro e ao mal. (1) Conhecimento não significa tolerância. O verdadeiro conhecimento é o conhecimento da Verdade - Nosso Senhor Jesus Cristo é a Sabedoria Encarnada - e este conhecimento deve levar uma pessoa a adorá-Lo e obedecê-Lo. O amor pela verdade deve inevitavelmente trazer uma rejeição total do erro e do mal. Não pode haver “tolerância” ou coexistência feliz entre Católicos e não Católicos.
A ideia de paz a todo custo não está presente apenas nos personagens terrenos do filme, mas também nas palavras que Nossa Senhora fala no filme. Na primeira aparição, Nossa Senhora é retratada dizendo: “O mundo precisa de paz.” Na verdade, o que Nossa Senhora disse no final da Primeira Aparição de 13 de maio de 1917 foi o seguinte: “Rezem o rosário todos os dias para obter a paz para o mundo e o fim da guerra.” Por que os diretores tomam a liberdade de mudar os fatos reais e bem registrados do que Nossa Senhora disse nessas aparições importantes? No entanto, eles fazem isso de forma consistente, para que o espectador que não conhece a história de Fátima tenha uma falsa ideia do que foi dito lá.
Mais tarde no filme, ela diz: “Eu os conduzirei ao meu Filho por meio da paz e do amor.” Nossa Senhora nunca disse essas frases banais e descartáveis, mas, de novo, mais adequadas à agenda progressista de pacifismo e tolerância.
Representações imprecisas e inconvenientes de Nossa Senhora
Uma estranha nova era de Maria sangrando contrasta violentamente com as representações de Nossa Senhora, conforme descrito por Lúcia
De fato, durante a segunda aparição de 13 de junho de 1917, Nossa Senhora abriu as mãos e as crianças se viram nela, “como se estivessem submersas em Deus.” Lúcia afirmou: “Havia um Coração na palma da mão direita de Nossa Senhora, com espinhos o perfurando. Entendemos que este era o Coração Imaculado de Maria, tão ofendido pelos pecados dos homens, desejando reparação.” (João de Marchi, The True Story of Fatima, 1947, p. 25).
Nos relatos da aparição de outubro, a Irmã Lúcia relatou que Nossa Senhora apareceu em três cenas diferentes em sucessão representando os mistérios Gozosos, Dolorosos e Gloriosos do Rosário. Na cena Dolorosa, ela apareceu vestida de púrpura como Nossa Senhora das Dores e "sem a espada no peito." (Ibid., p. 56)
Nenhum sangue ou feridas foram mencionados em qualquer uma das aparições. O que realmente aconteceu não é o que vemos neste filme.
Pensamentos e impressões finais
Soma-se a tudo isso uma trivialidade onipresente no filme, vista em bordões cafonas, música sentimental, frivolidade e falta de seriedade principalmente por parte das crianças de Fátima, que se apresentam como crianças semi-modernas, sorrindo constantemente durante o filme.
Eu diria que este filme de Fátima é outra ferramenta para fazer avançar a agenda hippie de "paz e amor," bem como o indiferentismo religioso progressista.
- A segunda parte da definição do espírito do Vaticano é: Hostilidade para com a militância, hierarquia e sacralidade da Igreja. Veja a explicação do Sr. Guimarães aqui.
Postado em 4 de dezembro de 2020
Publicação original em Inglês em 9 de outubro de 2020
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