História Universal
donate Books CDs HOME updates search contact

Duas mulheres que entraram na história das Cruzadas

Hugh O'Reilly
Um dos casos mais emocionantes de uma mulher que emerge da história das Cruzadas está em uma lápide mortuária e não nas páginas da crônica. Uma escultura na capela funerária da Igreja de Cordliers em Nancy, França, é certamente uma das mais tocantes de todas as esculturas que sobreviveram do século XII.

Count Hugh Baudemont and Aigeline

O memorial do século XII da fidelidade de um cruzado e sua nobre esposa Aigeline da Borgonha

O alto relêvo retrata o conde Hugo Baudémont e sua esposa Aigeline (Anne) da Borgonha e tem sido há séculos um símbolo do "retorno do cruzado."

Hugo era um cavaleiro cruzado que acompanhou o Rei Luís VII da França durante a Segunda Cruzada. No entanto, na escultura, ele é representado como um cruzado esfarrapado, com um gorro e uma bolsa de peregrino, pendurada sob seu manto. Seus sapatos estão gastos pelas viagens e tem trapos amarrados nas pernas. Ele segura o bastão de peregrino em uma mão e usa a outra para abraçar sua esposa.

Aigeline é mostrada com o ombro direito apoiado sob o ombro do marido, indicando sua submissão à proteção e autoridade dele. O braço direito dela abraça o pescoço dele, enquanto a palma da mão esquerda repousa sobre o peito dele, embaixo da Cruz dos cruzados.

A escultura comemora um longo período de espera. Segundo a tradição, Hugo de Baudémont foi mantido prisioneiro na Terra Santa por 16 anos. Quando sua morte foi relatada, sua esposa Aigeline foi convidada a se casar novamente, mas sempre se recusou com firmeza.

Finalmente, o homem que não era mais esperado chegou em casa. A escultura captura o momento de seu retorno da guerra e seu reencontro com Aigeline. A imagem foi feita para a tumba do casal onde, alguns anos depois, o cavaleiro e a dama que foram fiéis um ao outro a vida inteira foram enterrados lado a lado.

Ela salva sua honra

O cerco de Antioquia (1097-1098) foi um dos episódios mais difíceis da Primeira Cruzada. Houve muitas deserções durante os dois meses finais do longo cerco. Um desses desertores foi o Conde Estêvão de Blois, casado com a valente Adela da Normandia, filha de Guilherme, o Conquistador.

Adela of Normandy

Adela da Normandia: não recebeu seu marido desertor

O Conde Estêvão havia sido um dos líderes da Primeira Cruzada, tendo liderado um dos maiores exércitos de Príncipes e muitas vezes escrevia cartas entusiasmadas a sua esposa Adela da Normandia sobre o progresso da Cruzada. Durante o longo cerco de Antioquia, porém, o Conde simplesmente se cansou e foi para casa.

Quando ele chegou a Blois, foi recebido por uma cena digna de uma Canção de Gesta. Sua esposa, Adela, como Guibourc na Canção de Guillaume, fez tantas críticas à sua atitude que Estêvão ficou envergonhado de não voltar para a Terra Santa.

Para restaurar sua honra, ele formou outro exército e retornou com a segunda expedição em 1101. Desta vez, cumpriu completamente sua promessa de abrir caminho para Jerusalém, pois morreu lutando bravamente contra os fatimidas ao lado do Rei Balduíno I na segunda batalha de Ramla a 17 de maio de 1102.

Assim Adela, filha de Guilherme, o Conquistador, entrou nas páginas da História das Cruzadas como uma esposa que não recebeu o marido cruzado em seu retorno para casa.


Adaptado de The Crusaders por Régine Pernoud,
Ignatius Press, 2003, pp. 78-79, 125;
Postado em 8 de novembro de 2019

Tópicos relacionados de interesse

Trabalhos relacionados de interesse




Volume I
A_Offend1.gif - 23346 Bytes

Volume II
Animus Injuriandi II

Volume III
ad1

Volume IV
ad2

Volume V
Animus Injuriandi II

Volume VI
destructio dei

Volume VII
fumus satanae

Volume VIII
creatio

Volume IX
volume 10

Volume X
ecclesia

Volume XI
A_hp.gif - 30629 Bytes

Edição Especial