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O Princípio do Gradualismo,
Regra Ardilosa para o Mal Progredir

Plinio Corrêa de Oliveira

Gostaria de abordar um dos princípios mais essenciais que orientam o triste caminho seguido pelo Ocidente, que está abandonando suas tradições culturais e sociais Católicas e caminhando para o paganismo total.

O que eu chamaria de princípio do “gradualismo” refere-se ao fato de que, ao analisar a longa e vitoriosa marcha da corrupção na Cristandade, percebe-se que ela não avançou aos trancos e barrancos. Ao contrário, progrediu por etapas tão imperceptíveis que nessa longa trajetória todos inconscientemente deslizaram para novas ideias, costumes e estilos. Docilmente deslizando, a humanidade percorreu uma distância imensa…

Sea Bathing, by Eugene Boudin

O banho de mar tornou-se moda na França em 1822, iniciado pela nora do Rei Carlos X, Marie Caroline, Duquesa de Berry
A maioria dos lamentáveis costumes do século 20 apareceu timidamente no século 19. Pretendemos publicar uma descrição - acompanhada de ilustrações - do primeiro traje para banho de mar que entrou em moda na alta sociedade francesa antes mesmo da revolução de 1830. Uma comparação poderia ser feita com a moda de praia moderna – só que não pudemos publicar fotos desta última, pois ela já “evoluiu” tanto que mancharia as páginas de um jornal Católico.

As discretas e nobres damas que iniciaram o costume de tomar banho nas praias francesas teriam ficado muito surpresas ao ver as roupas de praia da elegante sociedade de 1920. E talvez, para evitar tais excessos, tivessem até mesmo desistido desse costume ainda em sua fase inicial.

Por sua vez, o que diriam os banhistas elegantes de 1920 se pudessem ver como suas filhas e sobrinhas se vestiriam nas praias em 1956? Essa prévia provavelmente teria suscitado neles uma reação salutar. Mas, como ninguém previu tal excesso, o estilo seguiu seu curso. Hoje [1956], podemos perguntar: Como serão as coisas em 1986?

Qualquer denúncia desse processo que vise provocar uma reação deve levar em consideração o princípio do gradualismo. Nada parece mais importante do que entender como funciona.

A masculinização gradual das mulheres

Ladies vising at home in the 1850's

Imagem 1: um ambiente caseiro de 1850

Ladies travelling alone in the 1880's

Imagem 2: uma vida voltada para os passeios

A masculine woman of the 1950s

Imagem 3: caminhando para uma masculinização total
Hoje tratarei mais especificamente da masculinização das mulheres, fenômeno tão absolutamente deplorável e ridículo quanto a feminização dos homens.

A primeira foto à direita mostra duas jovens e uma menina em um quarto confortável na década de 1850. O ambiente em que se movem é caracterizado por uma nota de gravidade.

As cortinas são grossas; a cadeira é grande e nobre; o vaso tem linhas fortes e definidas e desenhos dourados; um lindo tapete cobre todo o chão. Ao mesmo tempo as cores – que infelizmente nossa foto não reproduz – são alegres. As cortinas são de um azul bem claro, quase água-marinha.

A senhora sentada, que parece ser uma visitante, usa um lindo vestido verde-primavera e uma jaqueta branca. Em seu cabelo estão algumas rosas. A senhora de pé usa um vestido de seda lilás brilhante. O vestido da menina é branco com guarnição vermelha e ornamentado com fitas vermelhas. A mesma cor se repete nas fitas de seus cabelos e tranças.

Esta mistura de gravidade e encanto caracteriza bem o ambiente da vida familiar naqueles tempos passados. Nele, a mulher podia expandir plenamente as preciosas qualidades típicas de seu sexo – doçura, afabilidade, charme, bondade e distinção.

As feições das três pessoas em nossas fotos são descontraídas, calmas e cheias de afeto, indicando uma relação profundamente marcada pelo melhor da suavidade e delicadeza feminina. Parecem encontrar-se no seu devido elemento para a prática natural e instintiva dos deveres Cristãos de esposa, mãe e filha.

Pouco tempo depois, começou a masculinização – ainda que timidamente. Nas duas jovens da segunda foto, vê-se o início de uma audácia, dureza e ousadia que contrasta com a primeira foto. Tem-se a impressão de que, em relação à vida doméstica, algo muito profundo – embora ainda muito discreto – tenha ocorrido dentro dessas senhoras.

Para essas mulheres, o lar parece um tanto insípido. Eles exibem um prazer manifesto de estar nas ruas, de enfrentar imprevistos, de se aventurar, enfim, de levar uma vida que já não está inteiramente voltada para os prazeres da família.

O teor mudou, e seus momentos mais agradáveis são aqueles passados a passear anonimamente entre a multidão. Os chapéus e estilos de vestidos mais masculinos e, sobretudo, a expressão das senhoras denotam bem isso.

Na terceira foto, encontramos uma juventude moderna em um ambiente moderno (1956). Se seu cabelo fosse curto, não seria fácil à primeira vista dizer se ela seria um homem ou uma mulher.

Por todos os seus poros respira o gosto pela aventura, pelas batalhas de uma vida semelhante à de um homem, que exige o desenvolvimento de qualidades tipicamente masculinas. Um pouco mais, e a masculinização será a mais completa possível.

Mas, alguém pode perguntar, o que há de errado com isso?

É fácil responder. Aqui encontramos um mal semelhante ao que se manifestaria se os homens de hoje se vestissem e vivessem como as damas da primeira foto.

Pura e simplesmente, é uma monstruosa subversão da ordem natural.

Publicado em Catolicismo, agosto de 1956.
Traduzido pelo escritório da TIA.

Postado em 20 de junho de 2022

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