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Animais não são crianças

Francisco Gutierrez
Por muitos anos tenho observado o crescente fenômeno de pessoas referindo-se a gatos e cães como se fôssem seus filhos. Antes de continuar, devo dizer que gosto muito de cães e animais em geral. Ao longo da minha vida eu sempre tive cachorros e outros animais.

Meu respeito pela criação de Deus segue o aquilo que Ele instruiu nos ensinou no livro de Gênesis. O ensinamento católico é muito claro sobre como devemos nos conduzir em relação ao tratarmento animais.

Respeito pela integridade da criação

Alguns princípios do Catecismo da Igreja Católica nos dão estas diretrizes:
  • Os animais são criaturas de Deus. Ele os envolve com seu cuidado providencial. Por sua mera existência, eles O louvam e Lhe dão glória. Assim, os homens lhes devem bondade. Devemos recordar a gentileza com que santos, como São Francisco de Assis ou São Felipe Neri, tratavam os animais. (2416)

  • • Deus confiou os animais ao cuidado daqueles que Ele criou à Sua imagem. Por isso, é legítimo usar animais para alimentos e roupas. Eles podem ser domesticados para ajudar o homem em seu trabalho e lazer. A experimentação médica e científica em animais é uma prática moralmente aceitável se permanecer dentro de limites razoáveis e contribuir para curar ou salvar vidas humanas. (2417)

  • É contrário à dignidade humana fazer com que os animais sofram ou morram desnecessariamente. É igualmente indigno gastar neles dinheiro que deveria prioritariamente ser usado para o alívio da miséria humana. Pode-se gostar de animais; não se deve dirigir a eles a afeição devida apenas às pessoas. (2418)
A realidade

a dog being carried in a baby pack
Como em outras coisas, católicos foram longe demais, dando aos animais uma afeição que é devida apenas às pessoas. Quando as pessoas entram por este caminho errado, o caos e a destruição lhe seguem de perto.

Permita-me oferecer alguns exemplos de quão longe o homem moderno se afastaram do correto agir e pensar relativo à criação de Deus.

Há uma história que gostaria de compartilhar com o leitor para ilustrar como a situação de animal de estimação se tornou ridícula. Um dia, um homem a quem chamarei Thomas recebeu a notícia de que sua sogra e sua tia materna haviam falecido em dois dias seguidos. Thomas teve que lidar com essas perdas e dores, e sua esposa ficou muito triste com a morte de sua mãe. Thomas notificou seus colegas de trabalho sobre suas perdas. A maior parte deles se condoeu com a situação.

a dog in a childrens stroller
Mais tarde naquele dia, Thomas foi informado que o gato de um colega de trabalho havia morrido. O mesmo colega de trabalho e outros no escritório que haviam demonstrado uma condolência educada pela morte de seus parentes ficaram traumatizados com a morte do gato. Vários fizeram declarações como estas: “O gato era como seu filho,” “Ela não tinha filhos, e o gato era seu filho.”

Na verdade, uma pessoa disse a ele que leu um artigo observando que uma pessoa sofre mais por um animal do que um membro da família. Fiquei surpreso com a contradição: mais simpatia e tristeza pela perda de um animal de estimação do que por pessoas.

Pensando nisso, vários outros incidentes vieram à minha mente.

Há pouco tempo, vi uma jovem com um carrinho de bebê andando pela calçada. Quando passei por ela, olhei para o carrinho e vi um cachorro que parecia jovem e saudável ocupando o lugar da criança. Em outra ocasião, vi uma pessoa carregando um cachorro em suas costas como se fôsse um bebê, semelhante à primeira foto deste artigo.

Uma amigo muito confiável me contou que ele havia presenciado o atropelamento de um cachorro em uma rua particularmente movimentada em sua vizinhança. Ele viu um grupo de indivíduos reunidos em torno do cão, exprimindo grande pesar.

Há anos o tráfego naquela rua é veloz, pondo em risco as famílias e seus filhos. Tinham havido várias tentativas de instalar um sinal de Pare naquela esquina, mas sem sucesso. Pouco tempo depois da morte do cachorro, ele a municipalidade instalou um sinal de Pare.

Foi a morte do cachorro que fez com que a prefeitura finalmente tomasse a ação necessária? Não podemos ter certeza, mas o fato é curioso. O sinal só apareceu depois da morte do cachorro.

man kissing and marrying his dog

Um homem beija sua nova 'noiva' em uma cerimônia de 'casamento' ao ar livre na Austrália

Homem casa com seu cachorro” é a manchete deste artigo relatando um homem que em sua página no Myspace se descreve como heterosexual, solteiro e católico. Essas histórias agora são comuns em nosso mundo.

Em outra notícia da Fox News, uma inglesa decidiu casar-se com o golfinho pelo qual ela havia se apaixonado. Aparentemente, não há limite para a loucura de ações como essas.

Como um famoso treinador de cães ainda sadios disse, nós, seres humanos, causamos mais problemas do que ajudas para nossos cães por causa de nossos excessivos cuidados. O modo como olhamos para eles se transmite e eles captam essa energia. As três leis que ele ensina estão baseadas na maneira correta de cuidar deles: cães são (1) animais, (2) da espécie canina (3), com uma individualidade e um nome. Quando os tratamos como iguais, desequilibramos a situação.

Crianças como animais e animais como crianças

Há um artigo escrito pela Dra. Marian T. Horvat, "Por favor, diga crianças, não cabrinhas" que eu tinha lido há alguns anos. Como pai de crianças, eu chamava meus filhos de " kids " [cabrinhas] inúmeras vezes sem pensar em como esse nome é inapropriado para crianças. Desde então eu me corrigi e não me refiro mais a meus filhos como kids.

Ocorreu-me que este hábito se estabeleceu porque nós confundimos crianças e animais. Nós chamamos crianças de “kids” e animais de “filhos.”

Dra. Horvat apontou em seu artigo que é muito importante usarmos a linguagem e costumes adequados. Em última análise, devemos lutar por uma civilização verdadeiramente católica, pois isso eleva o homem ao seu ideal com a ajuda da graça de Deus.

Cuidar da criação de Deus

Deus nos ensinou claramente como cuidar de seus animais. No artigo “O que devemos ao que comemos,” George F. Will mostrou o tratamento adequado àquilo que comemos. Temos o dever de tratar com respeito os animais que usamos para comida. Causar dor e sofrimento desnecessários não está de acordo com nosso cuidado com a criação de Deus.

Devemos ver como São Francisco tratou os animais e como eles responderam a ele. A história de São Francisco e o Lobo de Gubbio relata como este Santo lidou com um lobo que estava aterrorizando aquela cidade devorando seus rebanhos e até mesmo alguns de seus habitantes. Ouvindo sobre essa besta feroz, São Francisco decidiu ir encontrá-lo.

St Francis and the Wolf of Gubbio

São Francisco repreende o lobo de Gubbio

Quando São Francisco se aproximou de seu cova, o lobo foi em sua direção. São Francisco fez o sinal da cruz e, em nome de Deus, ordenou ao lobo que parasse de aterrorizar a cidade. O lobo tornou-se dócil e ouviu a repreensão de São Francisco. Ele concordou em não aterrorizar a cidade e a cidade concordou em fornecer comida para ele. Um equilíbrio adequado entre homem e animal foi alcançado com a ajuda de São Francisco.

São Tomás de Aquino, em sua Suma Contra os Gentios (Livro II, 112) também nos deu essa orientação: “Ninguém deve ser cruel com os animais, para que não se torne cruel também com os homens; ou, porque uma lesão aos animais pode resultar em perda para seu proprietário, ou pode lear seu significado simbólico.”

O cardeal Manning tem a dizer também alguma coisa sobre o tratamento dos animais: "É perfeitamente verdade que as obrigações e deveres são entre pessoas morais e, portanto, os animais inferiores não são suscetíveis das obrigações morais que devemos uns aos outros. Mas temos uma obrigação septiforme para com o Criador desses animais. Nossa obrigação e dever moral é para com Aquele que os criou, e se desejamos conhecer o limite e a moldura dessa obrigação, digo que é Sua natureza e Suas perfeições. Entre essas perfeições, uma é, mais especial, a Eterna Misericórdia.

"E, portanto, embora uma pobre mula ou um pobre cavalo não seja, de fato, uma pessoa moral, ainda assim o Senhor e Criador da mula é o mais elevado Legislador, e Sua natureza é uma lei por si. E ao dar o domínio sobre Suas criaturas para o homem, Ele lhe deu so a condição de que este domínio seja usado em conformidade com as Suas perfeições, que são a Sua própria lei e, portanto, a nossa lei." (The Zoophilist, Londres, 1 de abril de 1887)

Como última palavra, repito o que o Catecismo afirma claramente no parágrafo 2418: “Pode-se gostar de animais; não se deve dirigir a eles a afeição devida apenas às pessoas.

Postado em 12 de julho de 2019


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