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A saudação das crianças

Judith Mead e Marian Horvat

Children's Blessing,  by Dielmann

Um padre em uma vila no Reno está caminhando pela rua, talvez caminhando de volta para a casa paroquial depois de ouvir confissões na igreja. Várias crianças o vêem aproximar-se e vêm cumprimentá-lo, dar-lhe algum pequeno presente e receber sua bênção. Seus rostos, abertos e frescos, expressam seu prazer em o saudar. Ao mesmo tempo, nas fisionomias dos inocentes pequeninos encontra-se uma profunda admiração e respeito, quase veneração, por seu pastor.

As crianças estão atentas a cada palavra sua. Elas querem aprender com ele e colocar em prática o que ele lhes ensinar. Seus olhos revelam uma total confiança. Elas querem tocar sua mão, como se pudessem assim absorver um pouco da bondade e venerabilidade da Igreja que ele representa. Isso nos lembra da mulher no Evangelho que sabia que ela poderia ser curada simplesmente tocando a bainha da veste de Nosso Senhor. Até o bebê é atraído pelo padre e tenta tocar sua mão.

O artista, Jakob Furchtegott Dielmann, foi um artista alemão popular de meados do século 19 bem conhecido por suas pinturas sobre a vida de aldeia. Ele gostava de retratar as pessoas simples em suas roupas típicas tradicionais e se envolver nas atividades da vida diária. Ele intitulou esta pintura encantadora A saudação das crianças.

Seja-nos permitido aprofundar esta cena amável. Tudo revela os bons costumes e valores hierárquicos de uma sociedade ainda imbuída do espírito católico. As feições do padre revelam que ele é uma pessoa do povo, mas ele é elevado por sua dignidade sacerdotal, refletida em seu traje. Podemos imaginar que sua sobrepeliz de uma renda rica foi tecida para ele pelas senhoras da paróquia ou pelas freiras de um convento próximo, revelando que essa arte havia penetrado até o nível do povinho de aldeia. Sua mozetta ornamentada com tassels e estola acrescentam uma nota de refinamento que claramente enobrece o homem.

Sua atitude e porte sérios também refletem o respeito que ele tem por si mesmo e a dignidade do ofício sacerdotal. Ao contrário de uma tendência bastante comum no clero de hoje, ele não está tentando fazer amizade com as crianças, mas sim orientá-las na senda segura do céu. Há uma distância entre ele e as crianças, que está clara para todos. Mesmo sendo o pastor de uma pequena igreja da aldeia, o padre espalha uma dignidade que é participe daquela do sacerdócio universal.

Olhando para ele, nos lembramos deste conselho de São Pio X para os sacerdotes: “O sacerdote deve sempre ter uma gravidade tal que assegure que suas palavras, seu porte e sua maneira de trabalhar despertem o amor, conquistem autoridade e estimulem a reverência. Pois as mesmas razões que o obrigam a ser santo apresentam-lhe o dever de mostrar isso por seus atos exteriores a fim de edificar todos aqueles com quem ele é obrigado a entrar em contato.

"Um exterior composto e digno manda uma poderosa mensagem que ganha almas de maneira muito mais eficaz do que sermões persuasivos. Nada inspira mais confiança do que um eclesiástico que, sem nunca esquecer a dignidade de seu estado, demonstra em todas as situações a gravidade que atrai e conquista uma. reverência universal.” (1)

Encontramos também uma lição para os nossos dias no traje e nas atitudes das crianças. Percebemos que suas roupas simples, mas charmosas, são as de seu uso diário, não as melhores roupas reservadas para o domingo. Mas, comparadas com o traje diário das crianças modernas, quão mais civilizados e expressivas são estas roupas! O avental, lenço e boné da menina mais velha são provavelmente uma versão em miniatura do vestido de sua mãe, como também os trajes das duas moças conversando no fundo, junto a um poço. A menina mais velha porta suas roupas com segurança, consciente de sua própria dignidade e de sua modesta responsabilidade. Aquela era uma idade em que os jovens estavam ansiosos para copiar os trajes e os costumes dos adultos, e não o contrário como infelizmente vemos hoje.

Que refrescante ver a relação dessas crianças com seu pai espiritual! Como são diferentes das crianças hoje que estão escravizadas aos telefones celulares, televisões, computadores e video-games! Sem ter nenhum desses aparelhos, as crianças na pintura são, no entanto, muito mais livres para se comunicar e aprender com o representante de Nosso Senhor em sua pequena cidade. Vemos que, se os jovens de hoje estivessem livres de todos esses avanços tecnológicos e tivessem um clero melhor para admirar, o caminho para a salvação seria um caminho mais fácil.

*

A Modern priest with irreverent youth

Jovens despudorados mostrando seus pés como o símbolo prosaico de uma nova sociedade que está sendo implantada sob a liderança da Igreja Conciliar

Em contraste, aqui está outra foto. Este retrata um padre moderno, que posa com um grupo de jovens de sua paróquia. Eles estão nos degraus do altar despojado de uma igreja do Vaticano II, reunidos em uma atmosfera da JMJ.

Como o padre da primeira foto que está usando a batina, surplice e estola, este também está usando os paramentos, revelando que ele acabou de dizer uma missa ou está se preparando para dizer uma. Em vez da gravidade propria de quem renova o sacrifício do Calvário, este padre, desconsiderando sua dignidade, imagina que pode atrair o jovem sendo seu “companheiro.”

Os moços e moças agrupados em volta dele se vestem sem recato, sem vergonha de mostrar pés descalços para a câmera, como se fosse para provar que eles estão completamente “liberados” de qualquer protocolo social.

Em vez de repreendê-los por suas vestimentas e posturas completamente inapropriadas, especialmente quando dentro de uma igreja e diante do altar, o padre se junta a eles, tirando os sapatos e rindo com eles em suas travessuras tolas.

Mais uma vez, recordamos as palavras de São Pio X, que adverte o padre de que se ele esquecer a santidade do caráter sagrado que está indelevelmente impressionado em sua alma e deixar de mostrar em sua conduta exterior uma superior gravidade e dignidade, então ele ministério e religião em si a ser desprezado. Pois, ele adverte, "quando a gravidade está faltando nos líderes da Igreja, as pessoas perdem o respeito e a veneração por elas.” (2)

Uma coisa de que temos certeza: nosso padre da aldeia na primeira foto jamais poderia imaginar que, um século depois, um padre pudesse ser reduzido a uma figura tão clown quanto a da segunda foto.
1. Receita para a santidade: São Pio X e o Padre, Lumen Christi Press, Houston: 1970, pp.81-82
2. Idem.
Postado em 5 de julho de 2019

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