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A Revolução está promovendo uma simbiose entre o homem e a máquina. Essa simbiose é chamada de transumanismo, ou aumento humano.

Nos tempos do Antigo Testamento, entre alguns povos pagãos havia misturas de homens e animais – os centauros, sátiros e sereias. Algumas pessoas acreditam que não eram reais, mas as Escrituras os mencionam como reais e como obras do Demônio.

Hoje existem pessoas que estão tentando fazer a mistura do homem com as máquinas. Acredito que isso também seja uma arte do Demônio apresentada como a evolução da tecnologia, podendo levar à perda do livre arbítrio.

Nesta exposição analisarei o que é o transumanismo e qual é o projeto da Revolução para ele.

São Tomás dizia que pensar é distinguir. Então, primeiro deixe-me mostrar as diferenças entre vários termos que estão relacionados ao transumanismo e que às vezes se sobrepõem, criando confusão.

Os termos são engenharia genética, inteligência artificial, transumanismo e metaverso.

Engenharia Genética – Em princípio, a engenharia genética é a interferência humana na natureza para torná-la mais produtiva, ou supostamente melhor. Hoje temos desde a alteração genética do milho ou trigo, passando por novas raças de cães, até a inseminação artificial de vacas ou cavalos.

Esses procedimentos, usados há muito tempo, ganharam mais ousadia nas últimas décadas, quando o homem começou a tentar abertamente criar vida em laboratório. Embora a vida nunca tenha sido criada artificialmente, todos os tipos de experimentos estranhos foram feitos. A mídia sempre anuncia tais experimentos com grande alarde, mas quase nunca nos deixa saber os resultados.

A primeira ovelha clonada recebeu um nome – Dolly – e ficou mundialmente famosa, então a imprensa parou de falar sobre isso. Quando cavamos um pouco mais fundo, descobrimos que, seis anos depois, devido a um mau funcionamento genético, Dolly foi “eutanasiada.”

Há cerca de 40 anos ocorre a inseminação artificial de humanos. Consiste em fazer, fora da relação sexual, o sêmen de um homem ser coletado e introduzido no útero de uma mulher após estimular uma ovulação.

Moralmente falando, trata-se de um processo baseado na masturbação tanto do homem quanto da mulher submetida a esse experimento. A Igreja Católica nunca pode aprovar um procedimento científico baseado no pecado do casal.

Outra modalidade dessa inseminação artificial é a fertilização in vitro.

Tem o mesmo pressuposto condenável do anterior, mas é ainda mais radical porque a fecundação ocorre fora do corpo da mulher. É uma tentativa orgulhosa e arrogante dos homens de imitar a criação da vida independente de Deus.

Recentemente surgiram notícias de uma empresa que pode "cultivar" até 30.000 bebês por ano em um laboratório de úteros artificiais. Nessas cápsulas de plástico estão "crianças" cujos pais escolheram suas características - cor da pele, cor dos olhos e cabelos, nível de inteligência, etc. Nessas cápsulas até a mente pode ser monitorada. Um computador supervisiona a saúde das crianças à medida que a gestação avança.

A doutrina católica sempre nos ensinou que, no nascimento de um filho, os pais concebem o corpo e Deus cria uma alma para animar cada um a fim de que esse filho alcance a vida eterna.

Não é certo se Deus introduziria ou não uma alma em um corpo criado por um desses dois sistemas artificiais, que representam uma revolta contra Ele. Essa possibilidade abre portas para uma disputa muito importante que não cabe aqui adentrar.

Quando se trata de engenharia genética em humanos, o objetivo final da Revolução é a constituição de uma super-raça. Foi o que a eugenia e o nazismo planejaram. Hoje vemos bilionários como Bill Gates, Elon Musk e George Soros propondo algo semelhante.

Inteligência Artificial – Há algum tempo, isso era chamado de automação ou cibernética, referindo-se ao papel das máquinas e computadores na produção em massa das fábricas e na organização dos negócios.

Hoje a mesma coisa está sendo chamada de robotização ou inteligência artificial, revelando uma pretensão da Revolução que nunca pode ser alcançada para mimetizar a alma humana.

A inteligência artificial é um mito materialista que supõe erroneamente que uma máquina pode atingir o nível de percepção e discernimento intelectual de uma alma humana.

Um computador pode assimilar e apresentar uma infinidade de dados em uma tela com o toque de um botão.

Ele pode processar tudo o que pode ser traduzido em números e transportado para um computador por meio de um código. Ele pode fazer isso com uma conta bancária, um cálculo de engenharia, um registro policial, uma lista de elementos químicos, um alcance balístico militar, estatísticas médicas de doenças, etc.

Mas há outras coisas na alma humana que não podem ser traduzidas em números, como o valor das relações humanas – amizade, lealdade, amor familiar, por exemplo – mas também o talento de um artista, a capacidade potencial de um aluno, a visão perspicaz de um general no campo de batalha, a habilidade de um diplomata, a inspiração de um músico, o olhar clínico de um médico e muitas outras coisas.

No campo da inteligência, o computador não pode avaliar o que é ser, o que é verdade, o que é bondade e beleza. Portanto, para um computador não existe nem o sentido da ortodoxia da verdade, nem o sentido da moralidade ou o sentido da arte.

Mas, mais importante e decisivo, um computador nunca poderá traduzir em números o amor de Deus, a devoção de uma pessoa, a força da fé, a esperança no Céu e a caridade para com o próximo.

Por esses motivos, entre muitos outros que não tenho tempo de abordar aqui, a Inteligência Artificial é um mito, ou seja, uma máquina jamais substituirá o dom mais precioso que Deus nos deu, que é ser feito à Sua imagem e semelhança.

No entanto, a Revolução tenta fazer as pessoas acreditarem que uma máquina pode superar a inteligência humana para abrir suas almas para receber microchips dentro de seus corpos.

A Revolução chega a fingir que um computador pode baixar a consciência de um homem, o que entraria em uma espécie de enorme banco de consciências que poderia superar não apenas um homem, mas o conjunto dos homens. Assim, o computador seria na verdade a junção e combinação de todas as inteligências e vontades que existiram e que existem agora. Seria um substituto para a Sabedoria Divina em relação às perspectivas e para a Providência Divina em relação às necessidades do homem.

É uma versão técnica do panteísmo. De fato, de acordo com o panteísmo, os homens estão constantemente liberando conhecimentos e energias de vontade que estão reunidos em uma nuvem espiritual que está presente em todos os lugares. A inteligência artificial está tentando aplicar esse mito panteísta no reino das máquinas. Baseia-se na mentira de que o espírito humano pode ser condensado na memória de um computador.

Transumanismo – Pode ser definido como a introdução de chips eletrônicos no cérebro humano ou no corpo humano por meio do contato com um computador externo, o que aumentaria a capacidade do homem de saber e fazer coisas. É um subproduto do mito da inteligência artificial.

De acordo com esse mito, o homem se tornaria tão capaz que sua mente seria tão sábia quanto a mente de um anjo e seu corpo se tornaria tão controlado que ele poderia manter sua saúde indefinidamente, adiando assim a morte. É uma versão tecnológica da promessa da Serpente a Eva: “Sereis como deuses.”

Estamos sendo preparados para aceitar o transumanismo através do uso generalizado de laptops, ipads e telefones celulares.

*
A realidade virtual é como uma espécie de espelho falso em uma sala que dá a impressão de que a pessoa está sozinha, mas do outro lado do vidro existem pessoas espionando e gravando.

Assim, quem usa esses aparelhos eletrônicos não tem certeza se está sendo controlado ou não. A longo prazo, essa incerteza abre a porta para que uma pessoa seja totalmente controlada.

No momento em que essas portas se abrem e a pessoa está preparada para receber um chip em seu corpo, ela está preparada para o transumanismo. De fato, o raciocínio é: “Tenho que carregar meu celular no bolso ou na bolsa, o que muitas vezes é inconveniente. Ele pode ser perdido, roubado, etc. Por que não ter o mesmo chip embutido no meu pulso como um relógio? Por que não ter um chip que funcione como um celular – e talvez até mais? Por que não implantá-lo na minha mão?”

Existem médicos e cientistas éticos que acreditam que esses chips já estão em muitas pessoas. Com efeito, afirmam que nas chamadas vacinas Covid existem elementos injetados no corpo da pessoa que agem de forma a se tornar uma espécie de chip eletrônico que pode receber e transmitir informações. Se isso for verdade, teríamos milhões de pessoas que já possuem algum tipo de chip em seus corpos e que foram involuntariamente arrastadas para o transumanismo.

O Antigo Testamento menciona centauros, sátiros e sereias. Eles são apresentados como demônios. Eu suspeito que eles foram feitos e animados pelo Demônio para dar a impressão de que eram criaturas vivas reais.

Hoje, assistimos a uma tentativa de fazer uma mistura entre homem e máquina e isso se apresenta como um grande avanço. Tenho fortes suspeitas de que esses experimentos também são inspirados pelo Demônio para afastar os homens de Deus e levá-los à condenação eterna.

Enquanto falamos aqui, o Departamento de Defesa dos EUA está em estágios avançados de promoção do transumanismo. É aplicar muito tempo, conhecimento e dinheiro para construir o que foi chamado de soldado ciborgue do futuro. Ciborgue significa organismo cibernético. Ele é um homem que permitiu em seu cérebro e corpo todos os tipos de dispositivos eletrônicos, fotográficos e magnéticos para que ele pudesse ser supereficiente no campo de batalha.

Até 30 anos atrás, Frankenstein era considerado um monstro e despertava horror no homem. Hoje o soldado ciborgue é considerado uma grande conquista da tecnologia e desperta admiração. Isso mostra a decadência da sensação de horror.

Qual é a posição católica sobre esses chips que estão sendo introduzidos no cérebro humano para “aumentar” a capacidade intelectual e o poder de decisão do homem?

Cada um de nós é uma pessoa que deve prestar contas a Deus por tudo o que fazemos com os dons que Ele nos concedeu quando nos criou. Isso pressupõe que cada um de nós seja responsável por suas decisões. Pois bem, no momento em que um de nós permite que um chip seja introduzido em seu cérebro para potencializar suas capacidades, ele está abrindo mão de seu livre arbítrio e estabelecendo um pacto com outra pessoa para direcionar sua mente e suas decisões no caminho que este controlador desconhecido deseja.

Essa decisão de permitir que alguém controle sua mente e sua vontade é mais radical do que um religioso que faz voto de obediência ao superior de uma ordem, que a partir de então obriga o homem a seguir suas ordens e decisões.

Na verdade é mais radical, porque:

1. O superior religioso é um indivíduo determinado, vinculado pela Lei Natural e pela Moral Católica, que o proíbem de comandar coisas não naturais ou pecaminosas. Quem controla o chip, porém, é um superior desconhecido – supostamente uma máquina – que pode ordenar qualquer coisa, seja natural ou não, moral ou imoral.
   
   
2. 

   O voto de obediência exige plena aquiescência da vontade do inferior a cada ordem do superior

   As ordens de um superior religioso são procedimentos explícitos que pedem um ato de adesão do inferior, ou seja, um ato de obediência. Mesmo quando o voto de obediência é feito para sempre, em cada comando o inferior é solicitado a aderir explicitamente a ele em nome da obediência. Por outro lado, as ordens dadas pelo controlador do chip podem ser implícitas e inconscientes, ou seja, o indivíduo se transforma em um robô que obedece às ordens incondicionalmente, sem dar seu consentimento e sem vontade de negá-las.
   
   
3. Os votos religiosos são definidos como um estágio de perfeição que favorece a virtude e combate o vício. Esta etapa conduz o inferior ao bem maior, que é a glória de Deus e a salvação eterna de sua alma. Assim, percorrendo um caminho de renúncia – humildade, obediência, pobreza e castidade – o monge aperfeiçoa suas qualidades individuais e encurta seu caminho para o Céu. Em vez disso, o homem com o chip embutido é movido por uma promessa inicial incerta – você será um super-homem nesta vida – mas na verdade ele se torna uma ferramenta nas mãos de um mestre desconhecido, que pode transformá-lo em uma máquina ou até mesmo acabar com a vida dele. A vida eterna é trocada por uma suposta supervida na terra.
   
   

A decisão de permitir que alguém controle sua inteligência e vontade pela inserção de um chip eletrônico em seu cérebro é muito semelhante a um pacto com o Demônio, pelo qual uma pessoa se entrega voluntariamente ao Demônio.

Na verdade, é semelhante a um pacto com o Demônio porque:

1. 

   Fausto faz pacto com o Demônio para obter conhecimento

   No pacto com o Demônio a pessoa vende sua alma – ou seja, aceita ir para o Inferno e servir eternamente ao Demônio – em troca de se tornar inteligente, poderoso, rico, famoso etc nesta vida. Assim também, quando um homem concorda voluntariamente em ter um chip introduzido em seu cérebro, ele abdica de seu livre arbítrio para ter mais conhecimento ou habilidades do que tinha naturalmente, para ser mais saudável do que sua natureza permite, para poder fazer investimentos mais lucrativos, etc.
   
   
2. No pacto com o Demônio a pessoa faz uma aceitação inicial cega de qualquer doutrina, decisão ou ação que o Demônio exija da pessoa, seja ela moral ou imoral, honesta ou desonesta, limpa ou suja. Da mesma forma, quando um homem concorda em ter um chip em seu cérebro, ele está cedendo sua inteligência, vontade e sensibilidade a uma pessoa desconhecida que pode fazer com essas faculdades tudo o que aquele controlador desejar.
   
   
3. No pacto com o Demônio a pessoa permite que o Demônio tire sua vida sempre que o primeiro julgar mais conveniente, Assim também, quando um homem tem um chip introduzido em seu corpo, o controlador do chip pode causar sua morte sempre que desejar. De fato, se o chip pode ler todos os dados de saúde de um corpo humano e pode ajudá-lo a manter sua saúde indefinidamente, também pode fazer o oposto e causar sua morte.
   

A conclusão é que o transumanismo é aparentemente uma tentativa das Forças Secretas de transformar a humanidade como um todo em escravos de máquinas, na realidade, em escravos das Forças Secretas e, finalmente, escravos do Demônio. Seria uma forma de uma pequena oligarquia controlar toda a humanidade e conduzi-la a uma grande era de progresso e paz - ou a um genocídio maciço.

Quando quase toda a produção de mercadorias puder ser feita por robôs programados por Inteligência Artificial, os homens serão controlados pelo Transumanismo. Então, as Forças Secretas terão um número enorme de desempregados que se tornarão inúteis. Caberá a eles manter ou destruir essa maioria.

Deus permitirá que isso aconteça?

Estudemos o último tópico deste pesadelo tecnológico, e então teremos condições de dar uma resposta a esta questão.

Metaverso – O que é o metaverso? É uma imersão de uma pessoa em um espaço tridimensional virtual que dá ao usuário a impressão de estar vivendo em um mundo diferente.

A forma de acesso a esse ambiente é por meio de um fone de ouvido feito de grandes óculos que cobrem os dois olhos e possuem alto-falantes bem próximos aos dois ouvidos. Dessa forma, o metaverso tem um meio poderoso de influenciar a mente e a imaginação do usuário.

O objetivo do metaverso é induzir as pessoas a entrarem nessa realidade virtual não apenas para substituir os videogames que já jogam, mas para se encontrarem como no mundo da Internet. Como alguém se encontraria em uma realidade virtual? É por meio de uma reprodução virtual da pessoa, que se chama holograma.

Um holograma é um clone eletrônico de uma pessoa, que seria sua semelhança virtual 3-D que reproduz todos os seus movimentos. Um detalhe: cada pessoa pode construir o holograma de si mesma como gostaria de ser, como as fotos que a pessoa posta em seu Facebook. Este é um perigoso estímulo ao narcisismo e, mais importante, leva à perda da própria identidade. O resultado é que essa projeção da pessoa não será a pessoa real, mas o que ela quer que os outros acreditem que ela é. É um mundo irreal muito parecido com o mundo das drogas.

Como o metaverso se funde com os outros tópicos que abordamos aqui? Os fones de ouvido do metaverso são projetados para influenciar a mente do usuário da mesma forma que o chip inserido. É muito semelhante a alguns capacetes que são chamados de interfaces neurológicas não cirúrgicas feitas para controlar a mente.

É uma forma de ocupar aqueles escravos inúteis que ficaram para trás depois que a força de trabalho do robô assumiu seus lugares. Nesse metaverso, eles podem ser mantidos em uma espécie de realidade drogada até que seus chefes decidam seu destino final.

A questão fundamental retorna: Deus permitirá que este Reino do Demônio perdure?

Eu creio que Ele não o fará. Assim como Ele não permitiu que aquela raça de gigantes continuasse pervertendo o mundo e mandou o Dilúvio; assim como Ele não permitiu que a Torre de Babel alcançasse seu orgulhoso objetivo, creio que Ele porá fim ao pesadelo tecnológico-demoníaco em que entramos.

Nossa Senhora do Bom Sucesso disse que no momento em que o Demônio estiver dominando tudo e a autoridade abusar do seu poder, ela intervirá.

Considerando este enorme abuso que impede o homem de aceitar o projeto de Deus sobre ele, só posso perguntar: não chegamos a este momento?

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