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Virtudes Católicas

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São Ciro e sua Mãe Santa Julita

Judy Mead

Recentemente, eu e um amigo visitamos a seção medieval do J. Paul Getty Museum, no centro de Los Angeles. Se o leitor se encontrar na região, eu recomendo uma visita àquela estrutura gigantesca, feita de mármore travertino notável, que fica em uma pequena montanha sobre a cidade. Em um dia claro, pode-se ver o Oceano Pacífico de um lado e toda a bacia de Los Angeles do outro.

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São Ciro

Quando saímos de uma sala de pinturas, o busto em tamanho real de uma criança pequena à esquerda da porta chamou minha atenção. Com uma expressão de grande seriedade e confiança, uma criança levanta os olhos para o Céu. Exceto por algum pequeno sinal de tensão no ombro do braço esquerdo, ligeiramente dobrado, sua figura está completamente calma.

Seu comportamento é composto, sua atitude é serena. Ainda assim, sente-se um espírito de expectativa, o de uma criança que sabe que se saiu bem e agora está respeitosamente diante de seu pai, aguardando a recompensa que certamente receberá.

Movendo meu olhar daquele doce rosto fascinante, vi uma palma e um galho de louro na mão direita, os sinais de martírio e vitória sobre a morte. Eles ajudam a identificar o menino como o bebê São Ciro (também conhecido como Cyr, Cyriacus, Ciriaco, Quiriac ou Quiricus).

O cartaz ao lado da escultura afirma que, no final do século III, essa criança romana foi martirizada aos três anos de idade, junto com sua mãe Santa Julita, uma cristã que se recusou a rezar a falsos ídolos. A festa é comemorada em 16 de junho.

Os martírios de São Ciro e Santa Julita

Mãe e filho foram martirizados durante as últimas perseguições particularmente ferozes aos Católicos sob o Imperador Diocleciano (284-305). A Legenda Áurea relata que Ciro era filho de Julita, uma nobre dama de Icônio. Para escapar da perseguição, refugiou-se em Tarso, na Cilícia, com seu filho, que tinha três anos de idade. Ela foi reconhecida como católica e denunciada às autoridades, e levada ao tribunal do governador Alexandre. Como seus dois criados fugiram, ela teve de levar seu filho pequeno.

Quando Julita se recusou a adorar os ídolos, o governador Alexandre pegou a criança de seus braços e ordenou que ela fosse açoitada. Ao ver as torturas de sua mãe, Ciro começou a gritar e derramar lágrimas. Alexandre, que segurava a criança no colo, tentou acalmá-lo com carícias e palavras gentis. Mas a criança pequena repugnou esse tratamento arranhou o rosto de Alexandre com as unhas, gritando: "Eu sou cristão!”

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O governador Alexandre atira o garoto, batendo a cabeça nos degraus; logo após a mãe ser decapitada

Surpreso, o governador perguntou quem o havia ensinado a falar. E a criança respondeu: “Tua falta de inteligência é uma maravilha para mim, que, vendo a minha idade, precisaria perguntar quem me instruiu no conhecimento do verdadeiro Deus!” E ele repetiu as palavras: “Eu sou cristão!”

Enfurecido, Alexandre levantou a criança e a jogou no chão, batendo com a cabeça nos degraus do tribunal. Julita, cheia de alegria, deu graças a Deus por seu filho ter ido antes dela para o reino celestial. Ela mesma foi esfolada, lançada em piche fervente e finalmente decapitada.

Para impedir que fossem enterrados pelos católicos, o governador ordenou que seus corpos fossem cortados em pedaços e espalhados em lugares diferentes. Mas um Anjo coletou os membros, a Legenda Áurea nos diz, e eles foram enterrados pelos católicos sob o cair da noite. Mais tarde, quando a paz foi restaurada para a Igreja, uma idosa servidora tornou conhecido o local de descanso dos dois corpos.

A devoção aos mártires mãe-filho cresceu, especialmente na França, depois que o Santo Bispo Amator, de Auxerre, trouxe algumas relíquias ao mosteiro de Santo Armando, em Tournai, no século IV. Carlos Magno teve uma devoção a ela e restaurou a catedral dedicada a São Ciro. São Cyricus é São Ciro encontrado sob vários nomes de regiões francesas.

Uma noção perdida de heroísmo

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Mãe e filho são modelos de heroísmo na proclamação da Fé Católica

Nesta história emocionante, fiquei impressionado com a falta de sentimentalismo dos primeiros cristãos. Julita não chorou a morte de seu filho, mas comemorou o fato de ele ter conquistado a coroa do martírio. Esta é a posição heroica de um verdadeiro católico, que considera a vida da alma acima da vida do corpo.

Certamente, essa história contraria a visão excessivamente sentimental de pais e filhos que Hollywood sempre apresenta. Em tantos filmes que se vê hoje, os pais consideram a vida de seus filhos o valor supremo. Não haveria nada pior do que uma criança morrer.

Imagino que algumas pessoas hoje se encolhem nessa bela história de São Ciro ou se queixam de que Julita foi uma mãe de coração frio. A era moderna perdeu a noção do valor de nossa Fé, bem como de heroísmo e martírio.

Penso que São Ciro e sua valente mãe, Santa Julita, são excelentes modelos para a nossa época. Aqui mal está uma criança na idade de falar, certamente não na idade da razão, a quem o Espírito Santo inspira a declarar: "Eu sou cristão." Sua mãe se recusara a queimar incenso diante dos falsos deuses, sabendo que a morte seria a sentença.

Ela poderia estar se perguntando: “O que vai acontecer com o meu filho? Ele crescerá na corte pagã e rejeitará a verdadeira Fé? É melhor eu ceder por ele.” Ela não cedeu, e recebeu o consolo de ver que Deus providenciou ao seu filho, uma maneira melhor do que ela poderia antever: Ele deu ao jovem a coroa do martírio diante dela, assegurando que eles não fossem separados na morte.

Hoje, temos padres e prelados oferecendo incenso, por assim dizer, a falsos deuses, rezando com hereges, comprometendo-se com todo tipo de erros para manter uma falsa paz. Este é um novo e estranho caminho - nunca aprovado pela Igreja até o Vaticano II - e não o caminho dos primeiros mártires.

Oremos a São Ciro e Santa Julita para que a nossa coragem seja intransigente na proclamação da Fé Católica, mesmo que isso signifique enfrentar críticas, perder amigos, ficar sozinho. Esta é uma maneira de avançar no caminho estreito para o Céu.

Postado em 15 de junho de 2020


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